12 de julho de 2012

Vera Felicidade de Almeida Campos Mãe Stella de Oxóssi: perfil de uma liderança religiosa ialorixá candomblé Bahia Ilê Axé Opô Afonjá



Vera Felicidade de Almeida Campos

Mãe Stella de Oxóssi: perfil de uma liderança religiosa.

Rio de Janeiro: Zahar, 2003.


livro em brochura original, ilustrado, coda60-x8,não perca, saiba maiss....


Esse livro apresenta o perfil de Mãe Stella de Oxóssi, uma das mais importantes ialorixás do candomblé da Bahia, líder no Ilê Axé Opô Afonjá.

Atuante tanto em sua comunidade como nas entidades representativas da tradição africana, é conhecida por recusar a idéia do candomblé como uma seita sincrética, afirmando sua legítima condição de religião no Brasil.

A luta dessa líder religiosa pela democratização cultural, combatendo a discriminação de negros, pobres, mulheres e dos socialmente marginalizados - a mesma que durante muito tempo marcou o candomblé - abriu perspectivas para inúmeras pessoas e comunidades antes desdenhadas.

O livro inclui fotos sobre a trajetória de vida de Mãe Stella de Oxóssi, glossário de termos do candomblé utilizados neste livro e planta baixa do Ilê Axé Opô Afonjá em Salvador.

Neste livro, Vera Felicidade de Almeida Campos traça o perfil de Mãe Stella de Oxóssi, uma das mais importantes ialorixás do candomblé da Bahia, destacando as características de personalidade que levaram Mãe Stella a seu posto de liderança do Ilê Axé Opô Afonjá.

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Maria Stella de Azevedo Santos - Iya Odé Kayode - nasceu no dia 2 de maio de 1925, na Ladeira do Ferrão, no Pelourinho, na cidade de Salvador. Seus pais se chamavam Thomazia de Azevedo e Esmeraldino Antigno dos Santos. Como ficou órfã bem cedo, ela foi adotada por uma irmã de sua mãe (Archanjá de Azevedo), que era casada com José Carlos Fernandes, um abastado tabelião, proprietário de um cartório na Bahia.

Formada em enfermagem, pela Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia, com especialização em Saúde Pública, Stella exerceu a profissão durante trinta anos. Ela foi iniciada no candomblé por Mãe Senhora, em setembro de 1939, quando tinha apenas catorze anos. Mãe Senhora foi a mãe religiosa de Mãe Stella e esta lhe acompanhou durante décadas, na casa-de-santo Ilê Axé Opô Afonjá, até 1967, ano em que a ialorixá faleceu.


Ondina Valéria Pimentel (Mãezinha) assumiu, então, o Opô Afonjá e, um ano após sua morte (em 1976), Stella foi escolhida por Xangô e pelos búzios para ser a ialorixá do terreiro de São Gonçalo do Retiro. Nessa época, ela tinha quarenta e nove anos e havia se aposentado como enfermeira. O terreiro Ilê Axé Opô Afonjá, por sua vez, teve seu início com Mãe Aninha, que instaurou no Brasil a tradição dos doze Ministros de Xangô, osobás, seis à mão direita e seis à mão esquerda; cada obá com dois substitutos, o otum e o ossi. Após a morte de Mãe Aninha, Mãe Senhora (Dona Maria Bibiana do Espírito Santo) assumiu a direção do Axé, dando-lhe muito prestígio.

Mãe Stella viajou várias vezes para a África, visando aprofundar os conhecimentos sobre a cultura iorubá (que é, basicamente, oral), e conseguiu transformá-la em uma herança escrita. Isto possibilitou uma maior divulgação dos cultos africanos e da religião dos orixás, em todo o país. Na década de 1980, ela participou de vários congressos nacionais e internacionais sobre os cultos afro-brasileiros, escreveu artigos, foi entrevistada por jornais e revistas, deu conferências, e publicou dois livros - o primeiro deles, em co-autoria com Cléo Martins, sua filha, que se intitula E daí aconteceu o encanto; e, o segundo, Meu tempo é agora. Stella foi a primeira ialorixá a escrever livros e artigos sobre sua religião.

Ela combateu, ainda, o sincretismo entre o candomblé e o catolicismo, ressaltando que a fusão de elementos culturais distintos descaracterizava as duas religiões, e pre ju dicava a religião dos oprimidos.


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