Descoredes Maximiliano dos Santos.
Autos Coreográficos, Mestre Didi, 90 anos.
Org. e Introdução Juana Elbein dos Santos.
Sociedade de Estudos da Cultura Negra no Brasil / Corrupio.
2008
Livro em capa dura original, fartamente ilustrado, tiragem especial com tiragem reduzida, em papel Couché Fosco, com desenhos de Eneida Sanches, acompanha Cd de áudio de cânticos pelo próprio Alapini.
Em celebração aos 90 anos de Didi - Deoscoredes Maximiliano dos Santos, Exemplo e Baluarte de Integridade, Sensibilidade e Sabedoria, a Sociedade de Estudos da Cultura Negra no Brasil - SECNEB e sua família, acompanharam toda a sua trajetória. Ele é o supremo sacerdote do culto aos ancestrais, herdou a capacidade de transpor seus ensinamentos e valores para peculiar escrita e teatralização. Biografias, Diários, Memorias & Correspondências
Em celebração: 90 anos.
Mestre Didi é Alapini, sacerdote do culto Egun.
Troça carnavalesca pai Burukô em Folia: o afoxé e o africanismo baiano.
Como foi criado o afoxé.
Porque Oxalá usa Ekodidé: Mestre Didi e a temporalidade dos mitos
A fuga de tio Ajayi
A vendedora de acaçá.
Ajáka: iniciação para a liberdade.
Publicações.
Exposições.
Participação em filmes, videos e cd-roms.
Deoscóredes Maximiliano dos Santos (Salvador, 2 de dezembro de 1917) é um escritor, artista plástico, e sacerdote afro-brasileiro.
Conhecido popularmente como Mestre Didi, é filho de Maria Bibiana do Espírito Santo e Arsenio dos Santos.
Família
Seu pai Arsenio dos Santos, pertencia à "elite" dos alfaiates da Bahia, mais tarde iria transferir-se para o Rio de Janeiro na época em que houve uma grande migração de baianos para a então capital do Brasil.
Sua mãe Maria Bibiana do Espírito Santo, mais conhecida como Mãe Senhora era descendente da tradicional família Asipa, originária de Oyo e Ketu, importantes cidades do império Yoruba. Sua trisavó, Sra. Marcelina da Silva, Oba Tossi, foi uma das fundadoras da primeira casa de tradição nagô de candomblé na Bahia, o Ilê Ase Aira Intile, depois Ilê Iya Nassô. Sua esposa Juana Elbein dos Santos, é antropóloga e companheira em todas as suas viagens pelo exterior, aos países da África, Europa e Américas, de grande importância pelos intercâmbios e experiências adquiridas, e que irão contribuir significativamente para os desdobramentos institucionais de luta de afirmação da tradição afro-brasileira e pelo respeito aos direitos à alteridade e identidade própria. Sua filha Inaicyra Falcão dos Santos é cantora lírica, graduada em dança pela Universidade Federal da Bahia, professora doutora, pesquisadora das tradições africano-brasileiras, na educação e nas artes performáticas no Departamento de Artes Corporais da Unicamp.
Sacerdote
A igreja durante o período colonial e pós-colonial foi uma instituição de que a comunidade descendente de africanos inseriu em suas estratégias de luta pela alforria e re-agrupamento social. Didi foi batizado, fez primeira comunhão e foi coroinha. Mais tarde, já sacerdote da tradição afro-brasileira foi se dedicando inteiramente a ela afastando-se do catolicismo, embora respeitando-o como uma outra religião. Eugenia Ana dos Santos - Mãe Aninha, tratada por Didi como avó, foi quem o iniciou no culto aos Orixás e lhe deu o título de Assogba, Supremo Sacerdote do Culto de Obaluaiyê.
Familia:
Arsenio Ferreira dos Santos era sobrinho de Marcos Theodoro Pimentel, o Alapini, primeiro mestre de Didi no Culto aos Egungun, os ancestrais masculinos, tradição originária de Oyo, capital do império Yoruba.
Depois de Marcos, foi Arsenio, conhecido por Paizinho quem deu continuidade a iniciação de Didi, que se confirmou Ojé com o título de Korikowe Olokotun. A herança de tio Marcos Alapini se constitui sobretudo pelo culto ao olori Egun, baba Olukotun, o mais antigo ancestral que foi trazido da África na ocasião da viagem que fez com seu pai, Marcos O Velho. Paizinho, então Alagbá, o mais antigo da tradição aos Egungun recebeu esta herança que aproximou à do terreiro Ilê Agboulá na Ilha de Itaparica.
A herança de Marcos Alapini, para seu sobrinho Arsenio Alagba passou para Didi, Ojé Korikowe Olukotun. Mais tarde Didi recebeu o título de Alapini, o mais alto do Culto aos Egungun, no Ilê Agboula e anos depois, em 1980 fundou o Ilê Asipa onde é cultuado o Baba Olukotun e demais Eguns desta tradição antiga.
Em setembro de 1970, não tendo no Brasil quem pudesse fazer sua confirmação de Balé Xangô, foi para Oyo e realiza a obrigação na cidade originária do culto à Xangô. A cerimônia foi realizada pelo Balé Sàngó e o Otun Balé do reino de Xangô de Oyo.
Artista
"Os Orixá do Panteão da Terra são os que nos alimentam e nos ajudam a manter a vida. Os meus trabalhos estão inspirados na natureza, na Mãe Terra-Lama, representada pela Orixá Nanã, patrona da agritultura". Mestre Didi
"Mestre Didi é um sacerdote-artista. Exprime, através da criação estética, uma arraigada intimidade com seu universo existencial, onde ancestralidade e visão de mundo africanos se fundem com sua experiência de vida baiana. Completamente integrado ao universo nagô de origem yorubana, revela em suas obras uma inspiração mítica, material. A linguagem nagô com a qual se expressa é o discurso sobre a experiência do sagrado, que se manifesta por meio de uma simbologia formal de caráter estético". Juana Elbein dos Santos
Obras:
* Yorubá tal Qual se Fala, Tipografia Moderna, Bahia, 1950
* Contos Negros da Bahia, (Brasil) Edições GRD, Rio de Janeiro, 1961
* História de Um Terreiro Nagô, 1.edição, Instituto Brasileiro de Estudos Afro-Asiáticos, 1962, 2.edição, Editora Max Limonad, 1988
* Contos de Nagô, Edições GRD, Rio de Janeiro, 1963
* Porque Oxalá usa Ekodidé, Ed. Cavaleiro da Lua, 1966
* Contos Crioulos da Bahia, Ed. Vozes, Petrópolis, 1976
* Contos de Mestre Didi, Ed. Codecri, Rio de Janeiro, 1981
* Xangô, el guerrero conquistador y otros cuentos de Bahia, SD. Ediciones Silva Diaz, Buenos Aires, Argentina, 1987
* Contes noirs de Bahia, tradução francesa de Lyne Stone, Ed. Karthale, 1987
* História da Criação do Mundo, Olinda, PE, 1988 - Ilustração Adão Pinheiro
* Ancestralidade Africana no Brasil, Mestre Didi: 80 anos, organizado por Juana Elbein dos Santos, SECNEB, Salvador, Bahia, 1997, CD-ROM - Ancestralidade Africana no Brasil
* Pluraridade Cultural e Educação
* Nossos Ancestrais e o Terreiro
* Democracia e Diversidade Humana: Desafio Contemporâneo
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cultura griot.