O que é maravilhoso ?
adj.,
que maravilha, que causa admiração;
s. m.,
aquilo que contém maravilha, que é extraordinário ou sobrenatural;
a intervenção de entidades sobrenaturais no desenvolvimento da acção de um poema.
a novela das oito é maravilhosa,
a lente de hollywood é maravilhosa e causa o maravilhamento cerebral.
mara vilha
mara
vilha
Disso bem o sabem o Clark Kent, a Alice, e a Mulher Maravilha.
Quantas maravilhas há no mundo ? Sete ? Quem impôs esse número ?
Maravilhado ?
maravilha.
Mas, maravilhoso ?
De alguma maneira o maravilhoso é também a ferramenta do Griot.
enfim....
Esta página visa contribuir para elaboração bibliográfica sobre temática Negro Africana, sobretudo que diga respeito Brasil. Livro esgotado, raro, fora do comércio, recolhido, obra que já está fora do comércio, etc. Contato philolibrorum@yahoo.com.br Alguns assuntos: Ifá Orixá Candomblé Capoeira Fon Bahia Ilê Jejê Nagô Yoruba Búzios Mina Nigéria Terreiro Saida Yaô Comida Negritude Movimento Negro Hip-Hop Discriminação Escravatura Quilombismo Abolição Samba Jongo Educação Lei 10639/2003 etc...
28 de novembro de 2007
Derek Walcott - Negro no Premio Nobel de Literatura.
Derek Walcott - Negro no Premio Nobel de Literatura.
Derek Walcott (Castries, Santa Lúcia, 23 de Janeiro de 1930), foi agraciado com o Nobel de Literatura em 1992.
Obras
Poesia
* 1948 25 Poems
* 1949 Epitaph for the Young: Xll Cantos
* 1951 Poems
* 1962 In a Green Night: Poems 1948–60
* 1964 Selected Poems
* 1965 The Castaway and Other Poems
* 1969 The Gulf and Other Poems
* 1973 Another Life
* 1976 Sea Grapes
* 1979 The Star-Apple Kingdom
* 1981 Selected Poetry
* 1981 The Fortunate Traveller
* 1983 The Caribbean Poetry of Derek Walcott and the Art of Romare Bearden
* 1984 Midsummer
* 1986 Collected Poems, 1948-1984
* 1987 The Arkansas Testament
* 1990 Omeros
* 1997 The Bounty
* 2000 Tiepolo's Hound
* 2004 The Prodigal
Teatro
* 1950 Henri Christophe: A Chronicle in Seven Scenes
* 1951 Harry Dernier: A Play for Radio Production
* 1953 Wine of the Country
* 1954 The Sea at Dauphin: A Play in One Act
* 1957 Ione
* 1958 Drums and Colours: An Epic Drama
* 1958 Ti-Jean and His Brothers
* 1966 Malcochon: or, Six in the Rain
* 1967 Dream on Monkey Mountain
* 1970 In a Fine Castle
* 1974 The Joker of Seville
* 1974 The Charlatan
* 1976 O Baby!
* 1977 Remembrance
* 1978 Pantomime
* 1980 The Joker of Seville and O Babylon!: Two Plays
* 1982 The Isle Is Full of Noises
* 1986 Three Plays (The Last Carnival, Beef, No Chicken, e A Branch of the Blue Nile)
* 1991 Steel
* 1993 Odyssey: A Stage Version
* 1997 The Capeman (letra, em colaboração com Paul Simon)
fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Derek_Walcott
Wole Soyinka - Negro no Premio Nobel de Literatura.
Wole Soyinka - Negro no Premio Nobel de Literatura.
Wole Soyinka (n. 13 de julho de 1934 -) é um escritor da (Nigéria). Soyinka foi agraciado com o Nobel de Literatura em 1986. Muitas pessoas o consideram o dramaturgo mais notável da África.
Soyinka nasceu em uma família humilde de origem iorubá em Abeokuta, Nigéria. Ele fez o primário escolar em Abeokuta e o secundário no Government College, em Ibadan. Soyinka fez faculdade na University College (1952-1954), em Ibadan, e na University of Leeds (1954-1957), na Inglaterra, onde ele se formou com menção honrosa em Literatura inglesa. Ele trabalhou no Teatro da corte real (Royal Court Theater) em Londres antes de retornar a Nigéria para se dedicar ao estudo da dramaturgia africana. Soyinka lecionou nas universidade de Lagos e Ife (tornando-se professor de Literatura comparativa nesta instituição de ensino em 1975).
Soyinka participou ativamente na história política da Nigéria. Em 1967, durante a Guerra civil nigeriana, ele foi preso pelo Governo federal mantido em confinamento solitário na prisão por suas tentativas de mediar a paz entre os partidos em guerra. Na prisão ele escreveu poemas que mais tarde viriam a ser publicados em uma coleção sob o título Poems from Prison. Soyinka foi liberado vinte e dois meses mais tarde após haver se formado uma conscientização internacional sobre a sua situação. Mais tarde ele recontou a sua experiência no confinamento em um livro: The Man Died: Prison Notes.
Soyinka tem criticado abertamente as administrações da Nigéria e de tiranias políticas mundo afora, inclusive fez denúncias contra o regime de Mugabe de Zimbabwe. Muitos de seus escritos tratam do que ele chama de "the oppressive boot and the irrelevance of the colour of the foot that wears it", ou seja, parafraseando: o coturno opressivo e a irrelevância da cor do pé que a calça. Essas formas de pensar e de se expressar tem causado grande risco de vida ao autor, especialmente durante o governo do ditador nigeriano Sani Abacha (1993-1998). Durante a ditadura do General Abacha, Soyinka se retirou de seu país de origem em exílio voluntário (passando a maioria desse tempo nos Estados Unidos onde lecionou na University of Emory, na cidade de Atlanta. Quando do retorno do governo civil na Nigéria, em 1999, Soyinka aceitou emérito da Ife (agora Obafemi Awolowo University, mas somente com a condição de que nenhum dos ex generais do regime prévio jamais fossem designados como chanceller da universidade no futuro. Após algum tempo na África, ele passou a ocupar a cadeira Elias Ghanem Professor of Creative Writing no Departamento de inglês da University of Nevada, na cidade de Las Vegas, Estados Unidos.
23 de novembro de 2007
ainda prêmio Nobel.
ainda prêmio Nobel.
Gana, 8 de abril de 1938) é um diplomata de Gana. Foi, entre 1º de janeiro de 1997 e 1º de janeiro de 2007, o sétimo secretário-geral da Organização das Nações Unidas, tendo sido laureado com o Prêmio Nobel da Paz em 2001.
De origem nobre em sua terra natal, seu nome significa "nascido em uma sexta-feira". Após começar a estudar Economia na Universidade de Ciência e Tecnologia de Kumasi, Kofi recebeu uma bolsa de estudos para continuar seus estudos nos EUA.
Annan começou a trabalhar nas Nações Unidas ao ingressar em 1962 na Organização Mundial da Saúde. Ao longo dos anos exerceu diferentes funções na ONU até chegar ao posto de secretário-geral em 1° de Janeiro de 1997.
fonte : wikipedia.
Qual Kofi Você conhece ?
Com quantos Nobel da Paz foram agraciados os Negros ?
22 de novembro de 2007
Negros no Prêmio Nobel da Paz.
Negros no Prêmio Nobel da Paz.
Nelson Rolihlahla Mandela (Qunu, 18 de julho de 1918) é um advogado, ex-líder rebelde e ex-presidente da África do Sul de 1994 a 1999. Principal representante do movimento antiapartheid, como ativista, sabotador e guerrilheiro. Considerado pela maioria das pessoas um guerreiro em luta pela liberdade, era considerado pelo governo sul-africano um terrorista. Passou a infância na região de Thembu, antes de seguir carreira em Direito. Em 1990 foi-lhe atribuído o Prêmio Lênin da Paz, que foi recebido em 2002.
Em 1961 tornou-se comandante do braço armado do CNA, o chamado Umkhonto we Sizwe ("Lança da Nação", ou MK), fundado por ele e outros. Mandela coordenou uma campanha de sabotagem contra alvos militares e do governo, fazendo também planos para uma possível guerrilha se a sabotagem falhasse em acabar com o apartheid; também viajou em coleta de fundos para o MK, e criou condições para um treinamento e atuação paramilitar do grupo.
Em agosto de 1962 Nelson Mandela foi preso após informes da CIA à polícia sul-africana, sendo sentenciado a 5 anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves. Em 12 de junho de 1964 foi sentenciado novamente, dessa vez a prisão perpétua ( apesar de ter escapado de uma pena de enforcamento), por planejar ações armadas, em particular sabotagem (o que Mandela admite) e conspiração para ajudar outros países a invadir a África do Sul (o que Mandela nega). No decorrer dos vinte e seis anos seguintes, Mandela se tornou de tal modo associado à oposição ao apartheid que o clamor "Libertem Nelson Mandela" se tornou bandeira de todas as campanhas e grupos anti-apartheid ao redor do mundo.
Enquanto estava na prisão, Mandela enviou uma declaração para o CNA (e que viria a público em 10 de Junho de 1980) em que dizia: "Unam-se! Mobilizem-se! Lutem! Entre a bigorna que é a ação da massa unida e o martelo que é a luta armada devemos esmagar o apartheid!" [1]
Recusando trocar uma liberdade condicional pela recusa em incentivar a luta armada (Fevereiro de 1985), Mandela continuou na prisão até Fevereiro de 1990, quando a campanha do CNA e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em 11 de fevereiro, por ordem do presidente Frederik Willem de Klerk. O CNA também foi tirado da ilegalidade.
Nelson Mandela e Frederik de Klerk dividiram o Prémio Nobel da paz em 1993.
fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nelson_Mandela
20 de novembro de 2007
Negros no Prêmio Nobel.
Negros no Prêmio Nobel.
Wangari Muta Maathai (nascida em 1º de abril de 1940 em Nyeri, Quênia) é uma ativista do meio-ambiente e da política. Em 2004 ganhou o Prêmio Nobel da Paz por "sua contribuição ao desenvolvimento sustentável, democracia e paz", tornando-se a primeira mulher africana a receber o prêmio.
Prêmio Nobel da Paz
"Maathai permanaceu corajosamente contra o antigo regime opressivo no Quênia", o Comitê Nobel Norueguês anunciou em uma declaração anunciando-a como a vencedora do Prêmio Nobel da Paz de 2004. "Suas formas de ações únicas contribuíram para chamar a atenção a opressão política - nacional e internacionalmente. Ela serviu como uma inspiração para muitos na luta por direitos democráticos e tem especialmente encorajado as mulheres a melhorar sua situação."
Controvérsia
Maathai causou controvérsia entre os comentadores da mídia, quando numa conferência de imprensa seguinte ao anúncio do Prêmio Nobel, ela falou em favor da alegação de que o vírus HIV era um produto criado pelo homem através de bio-engenharia, e então lançado na África por cientistas ocidentais não-identificados como uma arma de destruição em massa para "punir os negros". A alegação foi apoiada apenas por uma pequena minoria, é uma das várias teorias conspiratórias da AIDS. Desde então ela tem fugido de uma posição definitiva, alegando que "Eu não sei sobre a origem... E espero que um dia saibamos, porque isso é algo que obviamente todos queremos saber, da onde vem a doença".
Prêmios
* 1984: Right Livelihood Award (conhecido como "Prêmio Nobel Alternativo")
* 1991: Prêmio Goldman do Meio-Ambiente
* 1991: Prêmio África
* 1993: Medalha de Edingburg (para "incrível contribuição a humanidade através da ciência")
* 2004: Prêmio Petra Kelly
* 2004: Prêmio Sophie
* 2004: Prêmio Nobel da Paz
fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Wangari_Maathai
Negros no Prêmio Nobel.
Negros no Prêmio Nobel.
Desmond Mpilo Tutu é um bispo Anglicano sul-africano. Nascido em Klerksdorp, no Transvaal, a 7 de outubro de 1931.
Estuda na Escola Normal de Joahannesburgo e, em 1954, na Universidade da África do Sul. Depois de trabalhar como professor secundário, ordena-se sacerdote anglicano em 1960. De 1967 a 1972, estuda teologia na Inglaterra.
Em 1975 é o primeiro negro a ser nomeado deão da catedral de Santa Maria, em Johannesburgo. Sagrado bispo, dirige a diocese de Lesoto de 1976 a 1978, ano em que se torna secretário-geral do Conselho das Igrejas da África do Sul.
Sua proposta para a sociedade sul-africana inclui direitos civis iguais para todos; abolição das leis que limitam a circulação dos negros; um sistema educacional comum; e o fim das deportações forçadas de negros.
Sua firme posição anti-apartheid – a política oficial de segregação racial – lhe vale, em 1984, o Prêmio Nobel da Paz. Recebe o título de doutor honoris causa de importantes universidades dos Estados Unidos (EUA), do Reino Unido e da Alemanha.
Em 1996 preside a Comissão de Reconciliação e Verdade, destinada a promover a integração racial na África do Sul após a extinção do apartheid. Tem poderes para investigar, julgar e anistiar crimes contra os direitos humanos praticados na vigência do regime.
Em 1997 divulga o relatório final da comissão, que acusa de violação dos direitos humanos tanto as autoridades do regime racista sul-africano como as organizações que lutavam contra o apartheid.
É membro do Comité da patrocínio da Coordenação internacional para o Decênio da cultura da não-violência e da paz.
fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Desmond_Tutu
Negros no Prêmio Nobel.
Negros no Prêmio Nobel. The Nobel Peace Prize 1964
O Dr. Martin Luther King, Jr. (15 de janeiro de 1929, Atlanta, Geórgia – 4 de abril de 1968, Memphis, Tennessee) foi um pastor e ativista político estadunidense. Pertencente à Igreja Batista, tornou-se um dos mais importantes líderes do ativismo pelos direitos civis (para negros e mulheres, principalmente) nos Estados Unidos e no mundo, através de uma campanha de não-violência e de amor para com o próximo. Se tornou a pessoa mais jovem a receber o Prêmio Nobel da Paz em 1964, pouco antes de seu assassinato. Seu discurso mais famoso e lembrado é "Eu Tenho Um Sonho".
Em 1955, Rosa Parks, uma mulher negra, se negou a dar seu lugar em um ônibus para uma mulher branca e foi presa. Os líderes negros da cidade organizaram um boicote aos ônibus de Montgomery para protestar contra a segregação racial em vigor no transporte. Durante a campanha de 381 dias, co-liderada por King, muitas ameaças foram feitas contra a sua vida, foi preso e viu sua casa ser atacada. O boicote foi encerrado com a decisão da Suprema Corte Americana em tornar ilegal a segregação em transporte público.
Depois dessa batalha, Martin Luther King participou da fundação da Conferência de Liderança Cristã do Sul (CLCS, ou em inglês, SCLC, Southern Christian Leadership Conference), em 1957. A CLCS deveria organizar o ativismo em torno da questão dos direitos civis. King manteve-se à frente da CLCS até sua morte, o que foi criticado pelo mais democrático e mais radical Comitê Não-Violento de Coordenação Estudantil (CNVCE, ou em inglês, SNCC, Student Nonviolent Coordinating Committee). O CLCS era composto principalmente por comunidades negras ligadas a igrejas Batistas. King era seguidor das idéias de desobediência civil não-violenta preconizadas por Mohandas Gandhi (líder político indiano também conhecido como Mahatma Gandhi), e aplicava essas idéias nos protestos organizados pelo CLCS. King acertadamente previu que manifestações organizadas e não-violentas contra o sistema de segregação predominante no sul dos EUA, atacadas de modo violento por autoridades racistas e com ampla cobertura da mídia, iriam criar uma opinião pública favorável ao cumprimento dos direitos civis; e essa foi a ação fundamental que fez do debate acerca dos direitos civis o principal assunto político nos EUA a partir do começo da década de 1960.
Ele organizou e liderou marchas a fim de conseguir o direito ao voto, o fim da segregação, o fim das discriminações no trabalho e outros direitos civis básicos. A maior parte destes direitos foi, mais tarde, agregada à lei estado-unidense com a aprovação da Lei de Direitos Civis (1964), e da Lei de Direitos Eleitorais (1965).
King e o CLCS escolheram com grande acerto os princípios do protesto não-violento, ainda que como meio de provocar e irritar as autoridades racistas dos locais onde se davam os protestos - invariavelmente estes últimos retaliavam de forma violenta. O CLCS também participou dos protestos em Alabany (1961-2), que não tiveram sucesso devido a divisões no seio da comunidade negra e também pela reação prudente das autoridades locais; a seguir participou dos protestos em Birmingham (1963), e do protesto em St. Augustine (1964). King, o CLCS e o CNVCE uniram forças em dezembro de 1964, no protesto ocorrido na cidade de Selma.
Em 14 de outubro de 1964 King se tornou a pessoa mais jovem a receber o Nobel da Paz, que lhe foi outorgado em reconhecimento à sua liderança na resistência não-violenta e pelo fim do preconceito racial nos Estados Unidos.
Com colaboração parcial do CNVCE, King e o CLCS tentaram organizar uma marcha desde Selma até a capital do Alabama, Montgomery, a ter início dia 25 de março de 1965. Já haviam ocorrido duas tentativas de promover esta marcha, a primeira em 7 de março e a segunda em 9 de março.
Na primeira, marcharam 525 pessoas por apenas 6 blocos; a intervenção violenta da polícia interrompeu a marcha. As imagens da violência foram transmitidas para todo o país, e o dia ganhou o apelido de Domingo Sangrento. King não participou desta marcha: encontrava-se em negociações com o presidente estado-unidense, e não deu sua aprovação para a marcha tão precoce.
A segunda marcha foi interrompida por King nas proximidades da ponte Pettus, nos arredores de Selma, uma ação que parece ter sido negociada antecipadamente com líderes das cidades seguintes. Este ato tresloucado causou surpresa e indignação de muitos ativistas locais.
A marcha finalmente se completou na terceira tentativa (25 de março de 1965), com a permissão e apoio do presidente Lyndon Johnson. Foi durante esta marcha que Stokely Carmichael (futuro líder dos Panteras Negras) criou a expressão "Black Power".
Antes, em 1963, King foi um dos organizadores da marcha em Washington, que inicialmente deveria ser uma marcha de protesto, mas depois de discussões com o então presidente John F. Kennedy, acabou se tornando quase que uma celebração das conquistas do movimento negro (e do governo) - o que irritou bastante ativistas mais radicais e menos ingênuos.
A partir de 1965 o líder negro passou a duvidar das intenções estadounidenses na Guerra do Vietnã. Em fevereiro e novamente em abril de 1967, King fez sérias críticas ao papel que os EUA desempanhavam na guerra. Em 1968 King e o SCLC organizaram uma campanha por justiça sócio-econômica, contra a pobreza (a Campanha dos Pobres), que tinha por objetivo principal garantir ajuda para as comunidades mais pobres do país.
Também deve ser destacado o impacto que King teve nos espetáculos de entretenimento popular. Ele conversou com a atriz negra do seriado Star Trek original, Nichelle Nichols, quando ela ameaçava sair do programa. Nichelle acreditava que o papel não estava ajudando em nada sua carreira e que o estúdio a tratava mal, mas King a convenceu de que era importante para o negro ter um representante num dos programas mais populares da televisão.
Martin Luther King era odiado por muitos segregacionistas do sul, o que culminou em seu assassinato no dia 4 de abril de 1968, momentos antes de uma marcha, num hotel da cidade de Memphis. James Earl Ray confessou o crime, mas anos depois repudiou sua confissão. A viúva de King, Coretta Scott King, junto com o restante da família do líder, venceu um processo civil contra Loyd Jowers, um homem que armou um escândalo ao dizer que lhe tinham oferecido 100 mil dólares pelo assassinato de King.Ħ
Em 1986 foi estabelecido um feriado nacional nos EUA para homenagear Martin Luther King, o chamado Dia de Martin Luther King - sempre na terceira segunda-feira do mês de janeiro, data próxima ao aniversário de King. Em 1993, pela primeira vez, o feriado foi cumprido em todos os estados do país.
fonte:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Martin_Luther_King_Jr
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Prêmio Nobel.
Albert Lutuli (n. 1898 - f. 21 de Julho de 1967) África do Sul. Foi premiado com o Nobel da Paz em 1960, presidente do ANC (Congresso Nacional Africano).
Chief of his tribe and president-general of the African National Congress, Albert John Lutuli1 (1898?-July 21, 1967) was the leader of ten million black Africans in their nonviolent campaign for civil rights in South Africa. A man of noble bearing, charitable, intolerant of hatred, and adamant in his demands for equality and peace among all men, Lutuli forged a philosophical compatibility between two cultures - the Zulu culture of his native Africa and the Christian-democratic culture of Europe.
Lutuli was heir to a tradition of tribal leadership. His grandfather was chief of his small tribe at Groutville in the Umvoti Mission Reserve near Stanger, Natal, and was succeeded by a son. Lutuli's father was a younger son, John Bunyan Lutuli, who became a Christian missionary and spent most of the last years of his life in the missions among the Matabele of Rhodesia. Lutuli's mother, Mtonya Gumede, spent part of her childhood in the household of King Cetewayo but was raised in Groutville. She joined her husband in Rhodesia where her third son, Albert John, was born in what Lutuli calculates would probably have been 1898. Exactly when her husband died is not known, but by 1906 she and Albert John were back in Groutville.
Supported by a mother who was determined that he get an education, Albert John Lutuli went to the local Congregationalist mission school for his primary work. He then studied at a boarding school called Ohlange Institute for two terms before transferring to a Methodist institution at Edendale, where he completed a teachers' course about 1917. After leaving a job as principal of an intermediate school, which he held for two years (he was also the entire staff, he says in his autobiography)2 - he completed the Higher Teachers' Training Course at Adams College, attending on a scholarship. To provide financial support for his mother, he declined a scholarship to University College at Fort Hare and accepted an appointment at Adams, as one of two Africans to join the staff.
A professional educator for the next fifteen years, Lutuli then and afterwards contended that education should be made available to all Africans, that it should be liberal and not narrowly vocational in nature, and that its quality should be equal to that made available to white children. In 1928 he became secretary of the African Teacher's Association and in 1933 its president.
Lutuli was also active in Christian church work, being a lay preacher for many years. As an adviser to the organized church, he became chairman of the South African Board of the Congregationalist Church of America, president of the Natal Mission Conference, and an executive member of the Christian Council of South Africa. He was a delegate to the International Missionary Conference in Madras in 1938 and in 1948 spent nine months on a lecture tour of the United States, sponsored by two missionary organizations.
In 1927 Lutuli married a fellow teacher, Nokukhanya Bhengu. They established their permanent home in Groutville, where in 1929 the first of their seven children was born. In 1933 the tribal elders asked Lutuli to become chief of the tribe. For two years he hesitated, for he was loath to give up his profession and the financial security it afforded. He accepted the call in early 1936 and, until removed from this office by the government in 1952, devoted himself for the next seventeen years to the 5,000 people who made up his tribe. He performed the judicial function of a magistrate, the mediating function of an official acting as representative of his people and at the same time as representative of the central government, the tribal function of a presiding dignitary at traditional festivities, and the executive function of a leader seeking a better life for his people.
As the restrictions imposed by the Union government on nonwhites became increasingly complete, Lutuli's concern for his race transcended the tribal level to encompass the welfare of all black South Africans, and indeed of all South Africans. In 1936 the government disenfranchised the only Africans who had had voting rights - those in Cape Province; in 1948 the Nationalist Party, in control of the government, adopted the policy of apartheid, or "total apartness"; in the 1950s the laws known as the Pass Laws, circumscribing the freedom of movement of Africans, were tightened; and throughout this period laws were added which put limitations on the African in almost every aspect of his life.3
In 1944 Lutuli joined the African National Congress (ANC), an organization somewhat analogous to the American NAACP4, whose objective was to secure universal enfranchisement and the legal observance of human rights. In 1945 he was elected to the Committee of the Natal Provincial Division of ANC and in 1951 to the presidency of the Division. The next year he joined with other ANC leaders in organizing nonviolent campaigns to defy discriminatory laws. The government, charging Lutuli with a conflict of interest, demanded that he withdraw his membership in ANC or forfeit his office as tribal chief. Refusing to do either voluntarily, he was dismissed from his chieftainship, for chiefs hold office at the pleasure of the government even though elected by tribal elders.
A month later Lutuli was elected president-general of ANC. Responding immediately, the government sought to minimize his effectiveness as a leader by banning him from the larger South African centers and from all public meetings for two years. Upon the expiration of that ban, he went to Johannesburg to address a meeting but at the airport was served with a second ban confining him to a twenty-mile radius of his home for another two years. When this second ban expired, he attended an ANC conference in 1956, only to be arrested and charged with treason a few months later, along with 155 others. After being held in custody for about a year during the preliminary hearings, he was released in December, 1957, and the charges against him and sixty-four others were dropped.
Lutuli's return to active leadership in 1958 was cut short by the imposition of a third ban, this time a five-year ban prohibiting him from publishing anything and confining him to a fifteen-mile radius of his home. The ban was temporarily lifted while he testified at the continuing treason trials (which ended with a verdict in1961 absolving ANC of Communist subservience and of plotting the violent overthrow of the government). It was lifted again in March, 1960, to permit his arrest for publicly burning his pass - a gesture of solidarity with those demonstrators against the Pass Laws who had died in the "Sharpeville massacre". The Pan-Africanist Congress, not the African National Congress, had called the demonstration, but in the ensuing state of emergency that was officially declared, Parliament outlawed both organizations and apprehended their leaders. Lutuli was found guilty, fined, given a jail sentence that was suspended because of the precarious state of his health, and returned to the isolation of Groutville. One final time the ban was lifted, this time for ten days in early December of 1961 to permit Lutuli and his wife to attend the Nobel Peace Prize ceremonies in Oslo.
A fourth ban to run for five years confining Lutuli to the immediate vicinity of his home was issued in May, 1964, the day before the expiration of the third ban. Still, Lutuli remained undiminished in the public mind.
The South African Colored People's Congress nominated him for president, the National Union of South African Students made him its honorary president, the students of Glasgow University voted him their rector, the New York City Protestant Council conferred an award on him. Despite the publication ban, his autobiography circulated in the outside world, and his name appeared on human rights petitions presented to the UN.
For fifteen years or so before his death, Lutuli suffered from high blood pressure and once had a slight stroke. With age, his hearing and eyesight also became impaired - perhaps a factor in his death. For in July, 1967, at the age of sixty-nine, he was fatally injured when he was struck by a freight train as he walked on the trestle bridge over the Umvoti River near his home.
Selected Bibliography
Benson, Mary, The African Patriots: The Story of the African National Congress in South Africa. New York, Encyclopaedia Britannica Press, 1964.
Benson, Mary, Chief Albert Lutuli of South Africa. London, Oxford University Press, 1963 .
Callan, Edward, Albert John Luthuli and the South African Race Conflict. Rev. ed. Kalamazoo, Michigan, Institute of International and Area Studies, Western Michigan University, 1965.
Current Biography, 1962.
"Foe of Apartheid", the New York Times (October 24, 1961) 22.
Gordimer, Nadine, "Chief Luthuli", Atlantic Monthly, 203 (April, 1959) 34-39.
Italiaander, Rolf, Die Friedensmacher: Drei Neger erhielten den Friedens-Nobelpreis. Kassel, W.Germany, Oncken, 1965.
Legum, Colin and Margaret, "Albert Lutuli: Zulu Chief, Nobel Peace Prize Winner in The Bitter Choice: Eight South Africans' Resistance to Tyranny" pp. 47-72. New York, World, 1968.
Lutuli, Albert John, "Freedom is the Apex". Cape Town, South African Congress of Democrats, [1960?].
Lutuli, Albert John, Let My People Go: An Autobiography. Prepared for publication by Charles and Sheila Hooper. Johannesburg and London, Collins, 1962. Lutuli's life story to 1959; in later printings, sixteen pages, written no earlier than 1964, have been added.
Lutuli, Albert John, "The Road to Freedom Is via the Cross". Appendix A of Let My People Go, q.v. Public statement made after dismissal from his chieftainship by the government in 1952.
Lutuli, Albert John, "What I Would Do If I Were Prime Minister". Ebony, 17 (February, 1962) 21-29.
Lutuli, Albert John, and others, Africa's Freedom. London, Allen & Unwin, 1964.
Obituary, the New York Times (July 22, 1967) I, 25.
Obituary, the (London) Times (July 22, 1967) 12.
Reeves, Ambrose, Shooting at Sharpeville, with a Foreword by Chief Luthuli. London, Gollancz, 1960.
Sampson, Anthony, "The Chief" in The Treason Cage: The Opposition on Trial in South Africa, pp. 1851 - 1971. London, Heinemann, 1958.
1. Lutuli preferred the spelling of his name used here, although the commonly employed spelling, "Luthuli" appears to be a closer phonetic rendering; he also preferred his Zulu name "Mvumbi" (continuous Rain) to that of Albert John. see Sensor, Chief Albert Lutuli of South Africa, p. 3.
2. Let My People Go, p. 31.
3. For a brief account of Lutuli's struggle against apartheid see Callan, Albert John Luthuli and the South African Race Conflict.
4. Noted by C. and M. Legum, The Bitter Choice, p. 50.
From Nobel Lectures, Peace 1951-1970, Editor Frederick W. Haberman, Elsevier Publishing Company, Amsterdam, 1972
This autobiography/biography was first published in the book series Les Prix Nobel. It was later edited and republished in Nobel Lectures. To cite this document, always state the source as shown above.
fonte:
http://nobelprize.org/nobel_prizes/peace/laureates/1960/lutuli-bio.html
Negros ao redor do mundo, ou, para que não conheçamos apenas Pelé, Mandela e Tyson !!!
Negros ao redor do mundo, ou, para que não conheçamos apenas Pelé, Mandela e Tyson !!!
Le père de Joseph de Bologne s'appelle donc Georges de Bologne de Saint-Georges, riche planteur et membre d'une famille qui vit aux Antilles, dans la colonie française de la Guadeloupe, depuis 1645.
Le 8 septembre 1739, Georges de Bologne épouse Elizabeth Merican et en janvier 1740 fait l'acquisition d'une plantation de 50 hectares avec 60 esclaves.
Anne, appelé aussi Nanon, l’une des jeunes esclaves de la plantation, née sur l'île, âgée de 17 ans, et Georges ont un fils qui vient au monde en 1745 et par un heureux présage le 25 décembre.
Selon les lois en vigueur de l'époque, même reconnu par son père - nobliau français qui sera plus tard titulaire d’une charge de gentilhomme ordinaire de la chambre du Roi - cet enfant dont la mère est une esclave africaine ne pouvait, au départ, espérer appartenir au corps de la noblesse.
6 La fuite
Le 17 décembre 1747, Georges de Bologne qui passe la soirée sur la propriété de son oncle Samuel, en vient à se battre en duel avec Le Vanier de Saint-Robert, l’époux d’une cousine, au cours d’une soirée où les convives ont fait ample consommation de
« ponche ». Le Vanier est blessé et meurt quelques jours plus tard.
Georges de Bologne juge préférable de quitter la Guadeloupe en secret afin de se soustraire à des poursuites judiciaires pour homicide. Le 31 mars 1748, il est condamné à mort par contumace pour assassinat et à la confiscation de ses biens.
Chose surprenante, pour empêcher que Nanon et Joseph, ne soient vendus, Elizabeth, son épouse, quitte l'île avec Nanon, son fils et un esclave nommé François en déclarant, titres à l'appui, que ce sont ses serviteurs. Joseph célèbre son troisième anniversaire en mer et arrive en France le 4 janvier 1749.
Le clan familial des Bologne va user de son influence auprès de la Cour pour que George obtienne la grâce du Roi Louis XV.
Joseph et ses parents peuvent alors retourner aux Antilles le 2 septembre 1749. Le manifeste du navire mentionne que Georges est âgé de 38 ans, Nanon de 26 et Joseph de 3 ans.
7 L'enfance
Joseph est un enfant privilégié sur la plantation. Il a le temps de jouer et son père lui enseigne la musique et l'escrime. Quand il a huit ans, Joseph voyage vers Bordeaux avec Elizabeth pour aller à l'école et arrive en France le 12 août 1753. Nanon et Georges débarquent à Bordeaux le 19 septembre 1755 et retrouvent Joseph à Paris qui va vivre avec eux dans le quartier huppé de Saint-Germain.
fonte:
http://chevalierdesaintgeorges.homestead.com/Vie.html
Essa fonte merece ser visitada.
AfriClassical.com - L’Héritage Africain dans la Musique Classique.
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Negros ao redor do mundo, ou, para que não conheçamos apenas Pelé, Mandela e Tyson !!!
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Negros ao redor do mundo, ou, para que não conheçamos apenas Pelé, Mandela e Tyson !!!
Há uma história muito interessante por traz dessa personagem de nossa história, lembra ?
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O Padre José Maurício Nunes Garcia (Rio de Janeiro, 22 de setembro de 1767 – 18 de abril de 1830) foi um compositor brasileiro de música erudita que viveu a transição entre o Brasil Colônia e o Brasil Império. É considerado um dos maiores compositores das Américas de seu tempo.
José Maurício Nunes Garcia nasceu no Rio de Janeiro a 22 de setembro de 1767, morreu em 18 de abril de 1830. Era filho de Apolinário Nunes Garcia, branco, e Victória Maria da Cruz, filha de escravos. Desde cedo revelou-se talentoso para a música, tendo composto sua primeira obra em 1783, aos 16 anos. Teria aprendido música com Salvador José de Almeida Faria, músico mineiro.
Em 1792 é ordenado padre e, em 1798, torna-se mestre-de-capela da Sé Catedral do Rio de Janeiro, que nessa época funcionava na Igreja da Irmandade do Rosário e São Benedito. Como mestre-de-capela, Padre José Maurício Nunes Garcia compunha novas obras e dirigia os músicos e cantores nas cerimônias da Sé, além de atuar ele mesmo como organista.
Em 1808, a chegada da Família Real Portuguesa ao Rio de Janeiro muda o panorama artístico da cidade. Nunes Garcia cai nas graças do Príncipe-Regente D. João VI, grande admirador de música, que o nomeia mestre da Capela Real, recém-criada nos moldes da que existia na corte lisboeta e formada por músicos locais e europeus. A Capela Real funcionava na Igreja do Carmo da cidade, que passou a ser também a catedral.
O período entre 1808 e 1811 é o mais produtivo de Nunes Garcia, durante o qual ele compõe cerca de setenta obras. Em 1809, D. João VI condecora-o com o Hábito da Ordem de Cristo, sinal da grande estima que tinha pelo músico. Não escapou porém do preconceito de alguns membros da corte, que se referiam à sua cor de pele como um "defeito visível".
Em 1811 chega à corte Marcos Portugal, o compositor português mais célebre do seu tempo, que tinha suas obras apresentadas por toda a Europa de então. A fama do recém-chegado leva D. João VI a pôr Marcos Portugal à frente da Capela Real, substituindo Nunes Garcia. O brasileiro continua, porém, a ser custeado pelo governo e a compor esporadicamente novas obras para a Capela Real.
Em 1816 dirige na Igreja da Ordem Terceira do Carmo um Requiem, de sua autoria, em homenagem à rainha portuguesa D. Maria I, morta naquele ano no Rio. Em 1816 chega à corte o compositor austríaco Sigismund Neukomm, que estabelece uma grande amizade com o brasileiro. Mais tarde Nunes Garcia dirige as estréias brasileiras do Requiem de Mozart (1819) e de A Criação de Haydn (1821).
O empobrecimento da vida cultural após o retorno de D. João VI a Portugal e a crise financeira depois da Independência do Brasil (1822) causaram uma diminuição da atividade de Nunes Garcia, agravada pelas más condições de saúde do compositor. Em 1826 compôs sua última obra, a Missa de Santa Cecília, para a irmandade de mesmo nome. Morreu em 18 de abril de 1830. Apesar de ser padre, teve cinco filhos, dos quais reconheceu um.
fonte :
http://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Maur%C3%ADcio_Nunes_Garcia
Negros ao redor do mundo, ou, para que não conheçamos apenas Pelé, Mandela e Tyson !!!
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LE GENERAL DUMAS, "LE PREMIER SOLDAT DU MONDE"
Sait-on que le père d'Alexandre Dumas, l'écrivain français le plus lu au monde dont la France célèbre aujourd'hui le Bicentenaire de la naissance (1802-2002), était le fils d'une Africaine, esclave affranchie de Saint Domingue ? Et qu'il fut l'un des plus brillants généraux français sous la Révolution ?
Durant l'été 2002, à l'issue d'une visite au Chateau de Monte-Cristo construit par l'auteur des Trois Mousquetaires à Port-Marly dans les Yvelines (France), nous entendions une dame d'une cinquantaine d'années s'exclamer : “Ah mais je ne savais pas que la grand-mère d'Alexandre Dumas était [noire] ! Il était donc métis ! Il n'y avait donc pas de racisme en France à l'époque ? ”
ESCLAVE A SAINT-DOMINGUE
Thomas-Alexandre Dumas est né le 27 mars 1762 dans l'île de Saint-Domingue d'une mère africaine et d'un père français. Sa mère était l'esclave d'un noble normand devenu planteur à l'ouest de Saint-Domingue où il était venu faire fortune. Elle s'appelait Césette Dumas. Son père était le marquis Davy de la Pailleterie. Comme cela se faisait souvent à l'époque de l'esclavage, le marquis eut une liaison avec sa belle esclave Césette. Selon les légendes familiales, il finit par épouser sa maîtresse noire. Mais certains rétorquent que c'était impossible compte tenu des "moeurs du temps".
Les liaisons entre les riches propriétaires d'esclaves blancs et leurs esclaves noires ont toujours défrayé la chronique. Ceux qui ont vu le film Jefferson à Paris se souviennent certainement que Thomas Jefferson qui fut ambassadeur américain à Paris avant de devenir président des Etats-Unis d'Amérique entretenait une liaison adultérine avec sa ravissante esclave africaine Sally Emmings. Mais l'idée qu'ils aient pu avoir des enfants fit scandale et provoqua la plus forte indignation des descendants légitimes du président. Pour ceux-ci, il "était moralement impensable" que Jefferson ait pu avoir une maîtresse noire de surcroît esclave, encore moins qu'il ait eu des enfants avec cette dernière!
Toujours est-il que le marquis de la Pailleterie avait lui, bien eu des enfants avec "la Dumas", sa maîtresse ou épouse qui était, selon l'historien H.Debrunner, d'origine yorouba ou dahoméenne. Celle-ci mourut en 1772 alors que Thomas-Alexandre entrait dans sa dixième année. Lorsque le marquis décida de rentrer définitivement en France quelques années plus tard, il vendit sans scrupules ses enfants mulâtres à d'autres planteurs! Le système esclavagiste avait si perverti les moeurs que l'on pouvait vendre ses propres enfants pour arrondir sa fortune.
Mais une fois en France, la solitude et le remords eurent tôt fait de pousser le vieux marquis à racheter l'un de ses enfants mulâtres, le jeune Thomas-Alexandre, qu'il fit venir à Paris. Celui-ci reçut une éducation de jeune noble, apprit l'escrime et d'autres "exercices du corps". A la suite d'une dispute avec son père qui lui donnait peu d'argent, le jeune marquis décida de s'engager dans l'armée comme soldat sous le nom de sa mère, Dumas. S'il s'était engagé sous le nom de son père, il aurait pu devenir officier, mais avec un nom roturier, les règles d'avancement dans l'armée française étaient telles qu'il risquait de passer toute sa vie à obéir aux ordres. Or le jeune homme qui était amoureux, ne pourrait épouser l'élue de son coeur que s'il devenait brigadier. C'était la condition posée par M. Labouret, le père de sa future épouse Marie-Louise! Nous étions en 1789.
HEROS DE GUERRE ET GENERAL A 31 ANS SOUS LA REVOLUTION
La Révolution éclata balayant les règles et les privilèges. Les métis prirent le camp de la Révolution. L'ascension de Dumas allait être fulgurante. En février 1792, il était brigadier. En octobre, il était lieutenant-colonel à la Légion franche des Américains dirigée par un autre métis, le célèbre chevalier de Saint-Georges. Le 30 juillet 1793, Dumas était promu général, puis en septembre général de division. Entre deux batailles, il avait eu le temps de se marier, de s'offrir dix-sept jours de lune de miel et de repartir laissant Marie-Louise enceinte...
Les exploits militaires de "l'homme de couleur" l'avaient rendu très vite célèbre. Il se distinguait à toutes les batailles par sa bravoure, sa force phénoménale et ses actes héroïques. "Ses exploits légendaires étaient invraisemblables mais vrais, écrit André Maurois. Des lettres de Bonaparte prouvent que le général Dumas prit, à lui tout seul, six drapeaux à une troupe plus forte que la sienne ; qu'il dévoila, en interrogeant adroitement un espion, les plans des Autrichiens ; qu'il contint l'armée de Wurmser dans Mantoue et eut deux chevaux tués sous lui...Il y avait du défi dans sa témérité. Homme de couleur, soit, et fier de l'être, mais il se voulait le meilleur." Il fit reculer seul un escadron de soldats autrichiens sur le pont de Brixten. Terrifiés par son invincibilité, les Autrichiens l'appelaient respectueusement Le Diable noir.
En recevant un jour le général Dumas, le nouvel homme fort de la France, Bonaparte, rendit hommage à ses prouesses militaires en l'appelant "l'Horatius Coclès du Tyrol". Peu après, il nomma Dumas gouverneur de la province de Trévisan en Italie où il fut adoré pour la "douceur et la sagesse de son gouvernement". Déjà en France pendant la Révolution, sa générosité lui avait valu d'être surnommé Monsieur de l'Humanité.
Lorsque Bonaparte, devenu en 1798 général en chef de l'Armée d'Orient, décida de partir à la conquête de l'Egypte, il fit appel à Dumas pour commander sa cavalerie. Sous le chaud soleil d'Afrique du Nord, Dumas se distingua à nouveau par ses exploits : "Ses cavaliers, à la tête desquels il chargea, jetèrent les Mamelucks dans le Nil. Quand il faisait cabrer son cheval et tournoyer son sabre, les plus courageux des combattants arabes criaient avec terreur : “L'Ange! L'Ange!” et fuyaient le glorieux Exterminateur."
DUMAS CONTRE BONAPARTE
Mais Dumas tomba en désaccord avec Bonaparte et décida de rentrer en France. Bonaparte ne lui pardonnera jamais de l'avoir défié... Sur le chemin du retour, il fut fait prisonnier sur les côtes italiennes. Enfermé dans le château de Brindisi, il fut empoisonné. Dumas fut libéré en avril 1801 et revint en France en très mauvais état.
Profitant de sa mauvaise santé, Bonaparte, devenu le Premier Consul, le mit à la retraite. Désormais à ses yeux, Dumas n'était redevenu qu'un simple "homme de couleur". Choqué, Dumas lui adressa une lettre très pathétique : "Général Consul...Les empoisonnements successifs que j'ai subis dans les prisons de Naples ont tellement délabré ma santé qu'à trente-six ans, j'éprouve déjà des infirmités que je n'aurais dû ressentir qu'à un âge plus avancé...J'éprouve un autre chagrin... et qui, je l'avoue, m'est plus terrible encore que ceux dont je me suis plaint. Le ministre de la Guerre m'a prévenu que j'étais porté au nombre des généraux en non-activité. Eh quoi! je suis à mon âge, et avec mon nom, frappé d'une espèce de réforme!... Je suis le plus ancien officier de mon grade...et... je me trouve sans activité!...Voyons, général consul, j'en appelle à votre coeur..."
Bonaparte resta sourd à ses demandes : "Je vous défends de jamais me parler de cet homme-là" avait-il dit à des amis de Dumas qui intervenaient en sa faveur. Dès lors, le nom et les exploits de ce grand homme de guerre originaire de Saint-Domingue allaient progressivement disparaître de la mémoire des Français.
Mais le destin en décida autrement. Le nom de Dumas allait devenir l'un des noms les plus connus du monde entier. En 1802, Marie-Louise Dumas, l'épouse du général, avait eu un fils, - futur auteur de Monte-Cristo, des Trois Mousquetaires, de La Reine Margot - prénommé Alexandre comme son père. C'est lui qui immortalisa le nom de sa famille en devenant l'un des écrivains les plus célèbres et le plus lu de la planète.
Le général Thomas-Alexandre Dumas mourut en 1806 à 44 ans. Un de ses proches écrivit : "Il a fini sa carrière hier, à onze heures du soir, à Villers-Cotterets...Depuis qu'il n'est plus en activité, comme pendant sa maladie, il n'a cessé de former des voeux pour la prospérité des armes de la France." Le général républicain Dumas souhaitait être enterré dans les champs d'Austerlitz. La réponse des autorités fut négative. Lui qui avait été autrefois qualifié de "premier soldat du monde" pour avoir vaillamment défendu la France! Il serait temps que les Français lui rendent l'hommage qui lui est dû comme ce fut le cas pour ses amis et collègues officiers-généraux de l'époque, Hoche, Brune, Murat, Kléber, Lannes, Masséna.
A l'occasion du Bicentenaire de la naissance de son fils, Alexandre Dumas, 1802-2002, les autorités françaises ont décidé de rendre un hommage posthume à ce dernier en transférant ses cendres au Panthéon.
Espérons qu'à l'horizon 2006, lorsque se profilera le Bicentenaire de la mort du général Dumas, ses cendres à lui soient transférées à Austerlitz comme il avait souhaité. En attendant, il serait heureux que la requête de l'écrivain Claude Ribbe - dont la biographie du général Dumas vient de paraître aux Editions du Rocher (Paris) - qui demande au président français, Jacques Chirac, que soit décernée à titre posthume la Légion d'Honneur au général Dumas reçoive une réponse positive. Ce ne serait que justice.
Dieudonné GNAMMANKOU
fonte:
http://www.gnammankou.com/dumas.htm
recomendo um ótimo site de informação sobre a história da África, escravidão e afins.
www.gnammankou.com
Site d'information de l'historien de l'Afrique et slaviste Dieudonné Gnammankou.
19 de novembro de 2007
Nobel acusado de racismo está correto, diz cientista político.
5/11/2007 - 07h00
Nobel acusado de racismo está correto, diz cientista político.
SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo, em Washington
Antes de James Watson, o Prêmio Nobel de 79 anos caído em desgraça depois de fazer comentários racistas, houve Charles Murray. Embora seja mais novo que o co-descobridor da estrutura do DNA, o cientista político norte-americano sessentão sofreu o mesmo tipo de crítica ao lançar "The Bell Curve" (A Curva do Sino, Free Press, 1994).
No livro, que escreveu com o psicólogo e professor de Harvard Richard Herrnstein (1930-1994), Murray defendia basicamente que a inteligência é o fator mais importante no sucesso das pessoas. Mas o barulho veio do que ambos escreveram em dois capítulos, que testes de QI (quoficiente de inteligência) apontavam que há diferenças entre raças, com brancos se saindo em média melhor do que negros.
Defensor da eugenia foi o adjetivo mais brando que ouviu então. Um telejornal chegou a colocar sua foto ao lado da de Hitler. Para comentar o caso de Watson, a Folha foi ouvir Murray, hoje um dos acadêmicos do conservador American Entreprise Institute, em Washington. Na longa entrevista por telefone, ele concorda com o ponto central do argumento do Nobel, defende a superioridade intelectual dos judeus e diz que a ação afirmativa será "uma desgraça" para o Brasil. A polêmica continua.
*
FOLHA - Para começar, o sr. concorda com o que James Watson disse sobre os negros?
CHARLES MURRAY - Com o quê, exatamente?
FOLHA - Ele disse que era pessimista com o futuro da África pois "todas as nossas políticas sociais são baseadas no fato de que a inteligência deles [negros] é igual à nossa, apesar de todos os testes dizerem que não".
MURRAY - Concordo. Não há discussão sobre o que os testes de inteligência dizem. Existem dados vindos de muitos países africanos e de diversos testes, inclusive alguns sem perguntas culturais, e estudos feitos por psicólogos negros, não são só pessoas brancas. E os resultados são muito confiáveis: ao longo dos países da África Sub-Sahariana, são extremamente baixos. Pode-se discutir é o que isso significa, mas os números são realmente baixos.
FOLHA - Ele disse que "pessoas que já lidaram com empregados negros não acreditam que isso [a igualdade de inteligência] seja verdade" e que "há muitas pessoas de cor muito talentosas, mas não os promova quando eles não tiverem sido bem-sucedidos nos níveis mais baixos".
MURRAY - Trabalho com empregados negros maravilhosos, e esse não é o tipo de prova que faça eu me preocupar com as diferenças de habilidade intelectual entre negros e brancos. Foi uma frase injusta da parte dele. Mas concordo com a segunda parte. Que você não promova pessoas só porque eles são membros de um grupo em desvantagem, o que é um problema nos EUA. Nós temos leis de ação afirmativa, que dá incentivos a empregadores para dar tratamentos especiais e favoráveis para negros. É uma política terrível. Para todos: para os negros, para os brancos, e pior ainda para as relações entre negros e brancos.
FOLHA - Ele disse que "não há uma boa razão para crer que as capacidades intelectuais de pessoas geograficamente separadas evoluam de maneira idêntica".
MURRAY - Absolutamente correto. Os seres humanos evoluem diferentemente de todo tipo de maneira em partes diferentes do mundo. A ciência atual está ao lado de Watson. Costumava-se dizer que os seres humanos eram tão parecidos geneticamente, com 99,6% de genes idênticos, que não poderia haver diferenças importantes. Ouvíamos frases como "Não houve tempo suficiente desde que os humanos deixaram a África para que tenham se desenvolvido diferentemente".
Pois a ciência está nos dizendo claramente nos últimos anos que, ainda que o ser humano tenha a mesma imensa maioria de genes, aquele número comparativamente pequeno que difere pode produzir diferenças muito grandes entre grupos. Quanto à probabilidade de ter certas doenças, por exemplo, como a Doença de Tay-Sachs nos judeus ou a anemia falciforme nos negros. Certamente afeta a aparência física e não há razão para pensar que não tenha havido pressões evolucionárias diferentes em relação à habilidade intelectual. Não sabemos ainda se é verdade, mas certamente não há nenhuma razão para pensar que não é verdade.
FOLHA - Como o sr. sabe, ele foi chamado de racista e teve de se aposentar. O sr. sofreu acusação semelhante.
MURRAY - O erro de Watson foi falar informalmente com um repórter sobre essas questões. O primeiro artigo que ele escreveu, que causou tanto problema, não tinha algumas das frases que você me leu. Elas vieram de uma entrevista posterior. Você vê a diferença entre o que foi escrito para o artigo, cuidadoso, preciso e acurado. Ele disse coisas na entrevista, como aquilo sobre empregados negros, que não deveria ter falado, cometeu um grande erro. Dito isso, a reação do Museu de Ciências de Londres, que cancelou sua conferência, e do Laboratório Cold Spring Harbor, que o demitiu, são uma desgraça.
FOLHA - Desgraça?
MURRAY - Afinal, o homem está discutindo uma questão intelectual polêmica. É isso o que a ciência deve fazer. Dizer que você não pode lidar com isso e que há algumas coisas que estão fora da jurisdição é simplesmente ridículo! Especialmente quando essa questão específica tem um corpo muito sério de estudos científicos conduzidos. Eles não nos dão todas as respostas, mas tornam a questão extremamente legítima.
FOLHA - O sr. compara a reação a Watson agora à que o sr. teve 13 anos atrás?
MURRAY - Bem, as coisas ficaram realmente complicadas depois que lançamos "The Bell Curve". As resenhas, na maioria das vezes, interpretavam nossa posição de maneira completamente errada, fomos chamados de racistas, intolerantes, programas noticiosos falavam do livro com a fotografia de Hitler e de "Mein Kampf" lado a lado. Foi muito desagradável. Mas havia uma diferença: eu era empregado pelo American Entreprise Institute, que realmente acredita em diálogo intelectual livre.
Não há nada em "The Bell Curve" que beneficie meu empregador, pelo contrário. Inteligência não tem nada a ver com o tipo de pesquisa de política pública que a maioria das pessoas onde trabalho faz. Mas o instituto me amparou sem piscar, sem ficar na defensiva. É uma grande ironia: ao trabalhar num "think tank" que muitos acreditam ser politizado eu tenho muito mais liberdade intelectual nos EUA hoje do que se fosse de Harvard ou Stanford ou em qualquer outra grande universidade ou mesmo na Cold Spring Harbor. Esses lugares bloquearam seu desejo de encorajar diálogo intelectual livre.
FOLHA - No livro de 1994, o sr. argumentava que aqueles com alta inteligência, que batizou de "elite cognitiva", estavam se descolando da população em geral, e que aquela era uma tendência social perigosa. Mais de uma década depois, o que aconteceu?
MURRAY - Parece que os próximos 15 anos foram especialmente planejados para provar que estávamos certos. Todas as tendências de isolamento aumentaram. Toda vez que você lê uma reportagem sobre o aumento da desigualdade econômica, por exemplo, pergunte-se por quê e se lembre da tese de "The Bell Curve": são os cérebros! Não só educação, mas cérebros estão se tornando cada vez mais valiosos no mercado de trabalho.
Veja o que aconteceu com a internet e a rapidez com que surgiram milhares de pessoas muito ricas. E qual era a base de sua riqueza? Suas habilidades intelectuais, que o capacitaram a operar nesse ambiente extremamente intelectual chamado ciência de computação. Veja o aumento da competição baseada em habilidades intelectuais por vagas em Harvard, Princeton, Stanford. Você pode fazer uma longa lista de desenvolvimentos desde 1994 e todos apontarão para uma estratificação cognitiva maior, assim como uma separação e isolamento maiores. É preocupante.
FOLHA - O sr. acaba de escrever um texto em que defende que judeus são mais inteligentes que o resto, que têm QI maior. Isso não é racismo ao contrário?
MURRAY - [Risos] A questão de por que os judeus têm uma inteligência média maior do que as outras pessoas é fascinante e ainda não muito clara, mas a explicação principal tem de ser genética. Digo "tem de ser" porque há muitas provas circunstanciais. Por exemplo: há muitas doenças que afetam mais judeus do que não-judeus, especificamente os asquenazes. Essas doenças são também associadas a formas de desenvolvimentos neurológicos que são compatíveis com maior capacidade do cérebro.
Não é definitivo, mas há uma tese muito plausível segundo a qual as mesmas mudanças genéticas que criam esses problemas nos judeus também ajudam a aumentar seu QI. Outra explicação deve ser considerada: a religião é muito exigente intelectualmente. Você tem de saber ler textos complicados, dominar o Torá e o Talmude, ambos muito difíceis, e ser capaz de ler em público, se você é do sexo masculino. Tudo isso significa que ser judeu é difícil. Com o passar dos séculos, pessoas intelectualmente incapazes de fazer isso devem ter acabado deixando a fé. Tenho de enfatizar que não sabemos com certeza, são só hipóteses interessantes.
FOLHA - Seu outro texto recente defende o fim dos SATs [testes que supostamente medem o conhecimento do aluno e cuja pontuação determina o ingresso em universidades norte-americanas]. Por quê?
MURRAY - O problema não é o teste em si. Com o passar do tempo e com a estratificação cognitiva, o resultado é que mais e mais estudantes que têm os melhores resultados nos SATs vêm de famílias de classe média alta. Não é porque eles fazem cursinho, é porque são filhos de pais mais inteligentes _que por isso chegaram à classe média alta. E eles passaram a seus filhos suas próprias habilidades intelectuais e também deram um bom ambiente para desenvolvimento.
Então, há cada vez menos lugar para as pessoas das partes mais baixas da sociedade, economicamente falando, que são esses diamantes em estado bruto, que só precisam de uma chance para mostrar seu talento. Não quero exagerar: ainda há muita criança realmente inteligente vinda de lares operários nos EUA, mas não tanto quanto antes, e isso é resultado de três gerações de meritocracia sendo muito eficientes.
FOLHA - Debate-se no Brasil agora os prós e contras da ação afirmativa. Qual sua posição?
MURRAY - Primeiro, deixe-me dizer que não conheço nem estive no Brasil. Mas a reputação do país é a de que as relações entre pessoas de diferentes etnias sempre foi boa. Vocês se apresentam como um país que não é obcecado com a questão negros versus brancos, como são os EUA. Se isso é verdade, a ação afirmativa é a melhor maneira possível para destruir essa vantagem.
Se vocês querem garantir que os brasileiros comecem a se odiar, odiar talvez seja uma palavra muito forte, mas estranhar um ao outro como nunca antes aconteceu, criar divisões, então a melhor receita é implantar a ação afirmativa. Funciona maravilhosamente para criar ressentimento. Se você tenta ajudar os negros, os brancos vão dizer: "Espere, se eu tenho a mesma habilidade e um processo seletivo justo, porque alguém deve ter vantagem em relação a mim por conta da cor de sua pele?."
Ao mesmo tempo, prejudica as pessoas que estão supostamente sendo ajudadas, no caso os negros. Toda vez que eles vão trabalhar, por exemplo, todas as pessoas brancas daquele escritório presumirão que eles conseguiram o emprego porque são negros. A presunção é: provavelmente essa pessoa não é tão capaz quanto nós porque conseguiu esse emprego por ação afirmativa. É uma idéia terrível! Sei pouco sobre o Brasil, mas sei muito sobre os EUA e a ação afirmativa em outros países. Eu imploro aos brasileiros: não façam isso.
FOLHA - Uma última provocação: voltando ao começo da entrevista, o sr. diria que o judeu Paul Wolfowitz [ex-presidente do Banco Mundial, um dos arquitetos da Guerra do Iraque] e o negro Nelson Mandela são exceções que explicam sua regra?
MURRAY - [Risos] Wolfowitz é incrivelmente inteligente. Não se deve tirar conclusões sobre sua capacidade baseado só nos problemas no Iraque. Ele não gerencia bem, o que a experiência no Banco Mundial deve ter mostrado a ele próprio. Ser um bom gerente exige outros talentos além de QI alto. Então ele não é a exceção que prova a regra.
Já Nelson Mandela, extremamente capacitado intelectualmente, certamente prova a regra que você não deve julgar baseado em raça. Se ele estiver sentando em frente a você, você não vai se preocupar no QI médio dos negros, você vai pensar em Nelson Mandela. Mas seu maior talento, mesmo ele sendo muito inteligente, é liderança, integridade e coragem. Habilidade intelectual é importante, não há dúvida, não deveríamos tentar negar. Mas é essa teia complicada de habilidades que faz pessoas bem-sucedidas profissional e pessoalmente.
A polêmica, passo a passo
1. Em 14 de outubro, JAMES WATSON deu uma entrevista à revista dominical do jornal londrino "Sunday Times" em que se dizia "pessimista" sobre o futuro da África pois as políticas sociais para o continente eram baseadas no fato de que a inteligência dos negros é igual à dos brancos, "apesar de todos os testes dizerem que não", entre outras declarações racistas
2. Ganhador do Prêmio Nobel de Medicina de 1962 por ser um dos descobridores da estrutura do DNA em 1953, o biólogo molecular norte-americano de 79 anos é conhecido no meio acadêmico por suas opiniões polêmicas, o que lhe valeu o apelido de "Honest Jim";
3. Ele já havia defendido posição semelhante às declarações dadas ao jornal no livro "Avoid Boring People" (Evite Pessoas Chatas, Random House, recém-lançado);
4. Centenas de cientistas no mundo inteiro escreveram artigos ou se manifestaram a respeito das opiniões de Watson, a maioria contrária a elas; o Museu de Ciências de Londres e a Universidade de Edimburgo cancelaram conferências que ele daria naquela semana; o laboratório de Cold Spring Harbor o demitiu; o cientista se desculparia e se retrataria em pelo menos dois artigos posteriores;
5. Co-autor do polêmico livro "The Bell Curve" (a curva do sino, 1994), em que escreve entre outras coisas que brancos se saem melhor que negros em testes de inteligência, o cientista político CHARLES MURRAY é um dos únicos até agora a vir a público defender algumas posições de Watson
fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u342554.shtml
Nobel acusado de racismo está correto, diz cientista político.
SÉRGIO DÁVILA
da Folha de S.Paulo, em Washington
Antes de James Watson, o Prêmio Nobel de 79 anos caído em desgraça depois de fazer comentários racistas, houve Charles Murray. Embora seja mais novo que o co-descobridor da estrutura do DNA, o cientista político norte-americano sessentão sofreu o mesmo tipo de crítica ao lançar "The Bell Curve" (A Curva do Sino, Free Press, 1994).
No livro, que escreveu com o psicólogo e professor de Harvard Richard Herrnstein (1930-1994), Murray defendia basicamente que a inteligência é o fator mais importante no sucesso das pessoas. Mas o barulho veio do que ambos escreveram em dois capítulos, que testes de QI (quoficiente de inteligência) apontavam que há diferenças entre raças, com brancos se saindo em média melhor do que negros.
Defensor da eugenia foi o adjetivo mais brando que ouviu então. Um telejornal chegou a colocar sua foto ao lado da de Hitler. Para comentar o caso de Watson, a Folha foi ouvir Murray, hoje um dos acadêmicos do conservador American Entreprise Institute, em Washington. Na longa entrevista por telefone, ele concorda com o ponto central do argumento do Nobel, defende a superioridade intelectual dos judeus e diz que a ação afirmativa será "uma desgraça" para o Brasil. A polêmica continua.
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FOLHA - Para começar, o sr. concorda com o que James Watson disse sobre os negros?
CHARLES MURRAY - Com o quê, exatamente?
FOLHA - Ele disse que era pessimista com o futuro da África pois "todas as nossas políticas sociais são baseadas no fato de que a inteligência deles [negros] é igual à nossa, apesar de todos os testes dizerem que não".
MURRAY - Concordo. Não há discussão sobre o que os testes de inteligência dizem. Existem dados vindos de muitos países africanos e de diversos testes, inclusive alguns sem perguntas culturais, e estudos feitos por psicólogos negros, não são só pessoas brancas. E os resultados são muito confiáveis: ao longo dos países da África Sub-Sahariana, são extremamente baixos. Pode-se discutir é o que isso significa, mas os números são realmente baixos.
FOLHA - Ele disse que "pessoas que já lidaram com empregados negros não acreditam que isso [a igualdade de inteligência] seja verdade" e que "há muitas pessoas de cor muito talentosas, mas não os promova quando eles não tiverem sido bem-sucedidos nos níveis mais baixos".
MURRAY - Trabalho com empregados negros maravilhosos, e esse não é o tipo de prova que faça eu me preocupar com as diferenças de habilidade intelectual entre negros e brancos. Foi uma frase injusta da parte dele. Mas concordo com a segunda parte. Que você não promova pessoas só porque eles são membros de um grupo em desvantagem, o que é um problema nos EUA. Nós temos leis de ação afirmativa, que dá incentivos a empregadores para dar tratamentos especiais e favoráveis para negros. É uma política terrível. Para todos: para os negros, para os brancos, e pior ainda para as relações entre negros e brancos.
FOLHA - Ele disse que "não há uma boa razão para crer que as capacidades intelectuais de pessoas geograficamente separadas evoluam de maneira idêntica".
MURRAY - Absolutamente correto. Os seres humanos evoluem diferentemente de todo tipo de maneira em partes diferentes do mundo. A ciência atual está ao lado de Watson. Costumava-se dizer que os seres humanos eram tão parecidos geneticamente, com 99,6% de genes idênticos, que não poderia haver diferenças importantes. Ouvíamos frases como "Não houve tempo suficiente desde que os humanos deixaram a África para que tenham se desenvolvido diferentemente".
Pois a ciência está nos dizendo claramente nos últimos anos que, ainda que o ser humano tenha a mesma imensa maioria de genes, aquele número comparativamente pequeno que difere pode produzir diferenças muito grandes entre grupos. Quanto à probabilidade de ter certas doenças, por exemplo, como a Doença de Tay-Sachs nos judeus ou a anemia falciforme nos negros. Certamente afeta a aparência física e não há razão para pensar que não tenha havido pressões evolucionárias diferentes em relação à habilidade intelectual. Não sabemos ainda se é verdade, mas certamente não há nenhuma razão para pensar que não é verdade.
FOLHA - Como o sr. sabe, ele foi chamado de racista e teve de se aposentar. O sr. sofreu acusação semelhante.
MURRAY - O erro de Watson foi falar informalmente com um repórter sobre essas questões. O primeiro artigo que ele escreveu, que causou tanto problema, não tinha algumas das frases que você me leu. Elas vieram de uma entrevista posterior. Você vê a diferença entre o que foi escrito para o artigo, cuidadoso, preciso e acurado. Ele disse coisas na entrevista, como aquilo sobre empregados negros, que não deveria ter falado, cometeu um grande erro. Dito isso, a reação do Museu de Ciências de Londres, que cancelou sua conferência, e do Laboratório Cold Spring Harbor, que o demitiu, são uma desgraça.
FOLHA - Desgraça?
MURRAY - Afinal, o homem está discutindo uma questão intelectual polêmica. É isso o que a ciência deve fazer. Dizer que você não pode lidar com isso e que há algumas coisas que estão fora da jurisdição é simplesmente ridículo! Especialmente quando essa questão específica tem um corpo muito sério de estudos científicos conduzidos. Eles não nos dão todas as respostas, mas tornam a questão extremamente legítima.
FOLHA - O sr. compara a reação a Watson agora à que o sr. teve 13 anos atrás?
MURRAY - Bem, as coisas ficaram realmente complicadas depois que lançamos "The Bell Curve". As resenhas, na maioria das vezes, interpretavam nossa posição de maneira completamente errada, fomos chamados de racistas, intolerantes, programas noticiosos falavam do livro com a fotografia de Hitler e de "Mein Kampf" lado a lado. Foi muito desagradável. Mas havia uma diferença: eu era empregado pelo American Entreprise Institute, que realmente acredita em diálogo intelectual livre.
Não há nada em "The Bell Curve" que beneficie meu empregador, pelo contrário. Inteligência não tem nada a ver com o tipo de pesquisa de política pública que a maioria das pessoas onde trabalho faz. Mas o instituto me amparou sem piscar, sem ficar na defensiva. É uma grande ironia: ao trabalhar num "think tank" que muitos acreditam ser politizado eu tenho muito mais liberdade intelectual nos EUA hoje do que se fosse de Harvard ou Stanford ou em qualquer outra grande universidade ou mesmo na Cold Spring Harbor. Esses lugares bloquearam seu desejo de encorajar diálogo intelectual livre.
FOLHA - No livro de 1994, o sr. argumentava que aqueles com alta inteligência, que batizou de "elite cognitiva", estavam se descolando da população em geral, e que aquela era uma tendência social perigosa. Mais de uma década depois, o que aconteceu?
MURRAY - Parece que os próximos 15 anos foram especialmente planejados para provar que estávamos certos. Todas as tendências de isolamento aumentaram. Toda vez que você lê uma reportagem sobre o aumento da desigualdade econômica, por exemplo, pergunte-se por quê e se lembre da tese de "The Bell Curve": são os cérebros! Não só educação, mas cérebros estão se tornando cada vez mais valiosos no mercado de trabalho.
Veja o que aconteceu com a internet e a rapidez com que surgiram milhares de pessoas muito ricas. E qual era a base de sua riqueza? Suas habilidades intelectuais, que o capacitaram a operar nesse ambiente extremamente intelectual chamado ciência de computação. Veja o aumento da competição baseada em habilidades intelectuais por vagas em Harvard, Princeton, Stanford. Você pode fazer uma longa lista de desenvolvimentos desde 1994 e todos apontarão para uma estratificação cognitiva maior, assim como uma separação e isolamento maiores. É preocupante.
FOLHA - O sr. acaba de escrever um texto em que defende que judeus são mais inteligentes que o resto, que têm QI maior. Isso não é racismo ao contrário?
MURRAY - [Risos] A questão de por que os judeus têm uma inteligência média maior do que as outras pessoas é fascinante e ainda não muito clara, mas a explicação principal tem de ser genética. Digo "tem de ser" porque há muitas provas circunstanciais. Por exemplo: há muitas doenças que afetam mais judeus do que não-judeus, especificamente os asquenazes. Essas doenças são também associadas a formas de desenvolvimentos neurológicos que são compatíveis com maior capacidade do cérebro.
Não é definitivo, mas há uma tese muito plausível segundo a qual as mesmas mudanças genéticas que criam esses problemas nos judeus também ajudam a aumentar seu QI. Outra explicação deve ser considerada: a religião é muito exigente intelectualmente. Você tem de saber ler textos complicados, dominar o Torá e o Talmude, ambos muito difíceis, e ser capaz de ler em público, se você é do sexo masculino. Tudo isso significa que ser judeu é difícil. Com o passar dos séculos, pessoas intelectualmente incapazes de fazer isso devem ter acabado deixando a fé. Tenho de enfatizar que não sabemos com certeza, são só hipóteses interessantes.
FOLHA - Seu outro texto recente defende o fim dos SATs [testes que supostamente medem o conhecimento do aluno e cuja pontuação determina o ingresso em universidades norte-americanas]. Por quê?
MURRAY - O problema não é o teste em si. Com o passar do tempo e com a estratificação cognitiva, o resultado é que mais e mais estudantes que têm os melhores resultados nos SATs vêm de famílias de classe média alta. Não é porque eles fazem cursinho, é porque são filhos de pais mais inteligentes _que por isso chegaram à classe média alta. E eles passaram a seus filhos suas próprias habilidades intelectuais e também deram um bom ambiente para desenvolvimento.
Então, há cada vez menos lugar para as pessoas das partes mais baixas da sociedade, economicamente falando, que são esses diamantes em estado bruto, que só precisam de uma chance para mostrar seu talento. Não quero exagerar: ainda há muita criança realmente inteligente vinda de lares operários nos EUA, mas não tanto quanto antes, e isso é resultado de três gerações de meritocracia sendo muito eficientes.
FOLHA - Debate-se no Brasil agora os prós e contras da ação afirmativa. Qual sua posição?
MURRAY - Primeiro, deixe-me dizer que não conheço nem estive no Brasil. Mas a reputação do país é a de que as relações entre pessoas de diferentes etnias sempre foi boa. Vocês se apresentam como um país que não é obcecado com a questão negros versus brancos, como são os EUA. Se isso é verdade, a ação afirmativa é a melhor maneira possível para destruir essa vantagem.
Se vocês querem garantir que os brasileiros comecem a se odiar, odiar talvez seja uma palavra muito forte, mas estranhar um ao outro como nunca antes aconteceu, criar divisões, então a melhor receita é implantar a ação afirmativa. Funciona maravilhosamente para criar ressentimento. Se você tenta ajudar os negros, os brancos vão dizer: "Espere, se eu tenho a mesma habilidade e um processo seletivo justo, porque alguém deve ter vantagem em relação a mim por conta da cor de sua pele?."
Ao mesmo tempo, prejudica as pessoas que estão supostamente sendo ajudadas, no caso os negros. Toda vez que eles vão trabalhar, por exemplo, todas as pessoas brancas daquele escritório presumirão que eles conseguiram o emprego porque são negros. A presunção é: provavelmente essa pessoa não é tão capaz quanto nós porque conseguiu esse emprego por ação afirmativa. É uma idéia terrível! Sei pouco sobre o Brasil, mas sei muito sobre os EUA e a ação afirmativa em outros países. Eu imploro aos brasileiros: não façam isso.
FOLHA - Uma última provocação: voltando ao começo da entrevista, o sr. diria que o judeu Paul Wolfowitz [ex-presidente do Banco Mundial, um dos arquitetos da Guerra do Iraque] e o negro Nelson Mandela são exceções que explicam sua regra?
MURRAY - [Risos] Wolfowitz é incrivelmente inteligente. Não se deve tirar conclusões sobre sua capacidade baseado só nos problemas no Iraque. Ele não gerencia bem, o que a experiência no Banco Mundial deve ter mostrado a ele próprio. Ser um bom gerente exige outros talentos além de QI alto. Então ele não é a exceção que prova a regra.
Já Nelson Mandela, extremamente capacitado intelectualmente, certamente prova a regra que você não deve julgar baseado em raça. Se ele estiver sentando em frente a você, você não vai se preocupar no QI médio dos negros, você vai pensar em Nelson Mandela. Mas seu maior talento, mesmo ele sendo muito inteligente, é liderança, integridade e coragem. Habilidade intelectual é importante, não há dúvida, não deveríamos tentar negar. Mas é essa teia complicada de habilidades que faz pessoas bem-sucedidas profissional e pessoalmente.
A polêmica, passo a passo
1. Em 14 de outubro, JAMES WATSON deu uma entrevista à revista dominical do jornal londrino "Sunday Times" em que se dizia "pessimista" sobre o futuro da África pois as políticas sociais para o continente eram baseadas no fato de que a inteligência dos negros é igual à dos brancos, "apesar de todos os testes dizerem que não", entre outras declarações racistas
2. Ganhador do Prêmio Nobel de Medicina de 1962 por ser um dos descobridores da estrutura do DNA em 1953, o biólogo molecular norte-americano de 79 anos é conhecido no meio acadêmico por suas opiniões polêmicas, o que lhe valeu o apelido de "Honest Jim";
3. Ele já havia defendido posição semelhante às declarações dadas ao jornal no livro "Avoid Boring People" (Evite Pessoas Chatas, Random House, recém-lançado);
4. Centenas de cientistas no mundo inteiro escreveram artigos ou se manifestaram a respeito das opiniões de Watson, a maioria contrária a elas; o Museu de Ciências de Londres e a Universidade de Edimburgo cancelaram conferências que ele daria naquela semana; o laboratório de Cold Spring Harbor o demitiu; o cientista se desculparia e se retrataria em pelo menos dois artigos posteriores;
5. Co-autor do polêmico livro "The Bell Curve" (a curva do sino, 1994), em que escreve entre outras coisas que brancos se saem melhor que negros em testes de inteligência, o cientista político CHARLES MURRAY é um dos únicos até agora a vir a público defender algumas posições de Watson
fonte:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u342554.shtml
Prêmio Nobel diz que negros são menos inteligentes.
Prêmio Nobel diz que negros são menos inteligentes.
Sabe quais livros ele escreveu ?
-----------------------------------------------------
O norte-americano James Watson, um dos pais da genética moderna, afirmou que as pessoas de raça branca são mais inteligentes que as de raça negra, o que gerou o repúdio da comunidade científica e política. Segundo Watson –Prêmio Nobel e co-descobridor da estrutura do DNA junto a Francis Cric em 1953–, as políticas sociais na Africa fracassam porque não levam em conta que "os negros são menos inteligentes que os brancos".
- "Todas nossas políticas sociais estão baseadas no fato de que sua inteligência é a mesma que a nossa, enquanto todas as provas mostram que não é realmente assim". - Afirmou o cientista de 79 anos numa entrevista que concedeu ao diário britânico The Sunday Times.
O cientista disse que as políticas ocidentais para os países africanos estão baseadas na presunção errônea de que as pessoas negras estão tão prontas como as brancas, apesar de que as "provas" sugerem o contrário, informou.
- "Não existe uma firme razão para pensar que tenham evoluído de maneira idêntica as capacidades intelectuais de pessoas separadas geograficamente em sua evolução". - Afirmou Watson. O geneticista remarcou que "para isso não bastará nosso desejo de atribuir capacidades de raciocinio iguais, como se fossem uma herança universal da humanidade" e arrematou:
- "A gente que tem que tratar com empregados negros sabe que isso não é assim"..
Watson assegurou ainda que os genes responsáveis pelas diferenças de inteligência entre os humanos poderão ser encontrados no prazo de uma década. Este geneticista é também conhecido por suas polêmicas e insensatas considerações sobre política e sexualidade. Em 1997 ele disse que uma mulher deveria ter direito a abortar se as análises pré parto indicassem que seu filho iria ser homossexual. Mais tarde explicou que se tratava unicamente de um razoamento "hipotético" e se justificou explicando que a maioria das mulheres deseja ter netos. Em utra ocasião, sugeriu que existe uma relação entre a cor da pele e o desejo sexual, ao propor uma teoria na que afirma que as pessoas negras têm uma libido muito mais alta.
As primeiras reações contra as declarações de Watson proviram de outros cientistas. Steven Rose, biólogo e membro da Sociedade para a Responsabilidade na Ciência, afirmou:
- "Esta é a cara mais escandalosa de Watson. Em outras ocasiões ele disse coisas parecidas das mulheres, mas nunca tinha ouvido se meter neste terreno racista. À margem do político e o social, se Watson conhecesse todos os escritos ao respeito teria dado conta de que ele não entendeu nada".
E em "off" ele complementou:
- "Este velho só fala merda..."
Os jornais de todo o mundo de hoje estampam o pedido de desculpas públicas de Watson que teve várias palestras canceladas e foi suspenso do seu serviço pelas declarações que pareciam ter um motivo óbvio: colocá-lo novamente em evidência no mundo. Parece que ele conseguiu.
fonte:
http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=1686
Sabe quais livros ele escreveu ?
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O norte-americano James Watson, um dos pais da genética moderna, afirmou que as pessoas de raça branca são mais inteligentes que as de raça negra, o que gerou o repúdio da comunidade científica e política. Segundo Watson –Prêmio Nobel e co-descobridor da estrutura do DNA junto a Francis Cric em 1953–, as políticas sociais na Africa fracassam porque não levam em conta que "os negros são menos inteligentes que os brancos".
- "Todas nossas políticas sociais estão baseadas no fato de que sua inteligência é a mesma que a nossa, enquanto todas as provas mostram que não é realmente assim". - Afirmou o cientista de 79 anos numa entrevista que concedeu ao diário britânico The Sunday Times.
O cientista disse que as políticas ocidentais para os países africanos estão baseadas na presunção errônea de que as pessoas negras estão tão prontas como as brancas, apesar de que as "provas" sugerem o contrário, informou.
- "Não existe uma firme razão para pensar que tenham evoluído de maneira idêntica as capacidades intelectuais de pessoas separadas geograficamente em sua evolução". - Afirmou Watson. O geneticista remarcou que "para isso não bastará nosso desejo de atribuir capacidades de raciocinio iguais, como se fossem uma herança universal da humanidade" e arrematou:
- "A gente que tem que tratar com empregados negros sabe que isso não é assim"..
Watson assegurou ainda que os genes responsáveis pelas diferenças de inteligência entre os humanos poderão ser encontrados no prazo de uma década. Este geneticista é também conhecido por suas polêmicas e insensatas considerações sobre política e sexualidade. Em 1997 ele disse que uma mulher deveria ter direito a abortar se as análises pré parto indicassem que seu filho iria ser homossexual. Mais tarde explicou que se tratava unicamente de um razoamento "hipotético" e se justificou explicando que a maioria das mulheres deseja ter netos. Em utra ocasião, sugeriu que existe uma relação entre a cor da pele e o desejo sexual, ao propor uma teoria na que afirma que as pessoas negras têm uma libido muito mais alta.
As primeiras reações contra as declarações de Watson proviram de outros cientistas. Steven Rose, biólogo e membro da Sociedade para a Responsabilidade na Ciência, afirmou:
- "Esta é a cara mais escandalosa de Watson. Em outras ocasiões ele disse coisas parecidas das mulheres, mas nunca tinha ouvido se meter neste terreno racista. À margem do político e o social, se Watson conhecesse todos os escritos ao respeito teria dado conta de que ele não entendeu nada".
E em "off" ele complementou:
- "Este velho só fala merda..."
Os jornais de todo o mundo de hoje estampam o pedido de desculpas públicas de Watson que teve várias palestras canceladas e foi suspenso do seu serviço pelas declarações que pareciam ter um motivo óbvio: colocá-lo novamente em evidência no mundo. Parece que ele conseguiu.
fonte:
http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=1686
18 de novembro de 2007
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Desmond Mpilo Tutu é um bispo Anglicano sul-africano. Nascido em Klerksdorp, no Transvaal, a 7 de outubro de 1931.
Estuda na Escola Normal de Joahannesburgo e, em 1954, na Universidade da África do Sul. Depois de trabalhar como professor secundário, ordena-se sacerdote anglicano em 1960. De 1967 a 1972, estuda teologia na Inglaterra.
Em 1975 é o primeiro negro a ser nomeado deão da catedral de Santa Maria, em Johannesburgo. Sagrado bispo, dirige a diocese de Lesoto de 1976 a 1978, ano em que se torna secretário-geral do Conselho das Igrejas da África do Sul.
Sua proposta para a sociedade sul-africana inclui direitos civis iguais para todos; abolição das leis que limitam a circulação dos negros; um sistema educacional comum; e o fim das deportações forçadas de negros.
Sua firme posição anti-apartheid – a política oficial de segregação racial – lhe vale, em 1984, o Prêmio Nobel da Paz. Recebe o título de doutor honoris causa de importantes universidades dos Estados Unidos (EUA), do Reino Unido e da Alemanha.
Em 1996 preside a Comissão de Reconciliação e Verdade, destinada a promover a integração racial na África do Sul após a extinção do apartheid. Tem poderes para investigar, julgar e anistiar crimes contra os direitos humanos praticados na vigência do regime.
Em 1997 divulga o relatório final da comissão, que acusa de violação dos direitos humanos tanto as autoridades do regime racista sul-africano como as organizações que lutavam contra o apartheid.
É membro do Comité da patrocínio da Coordenação internacional para o Decênio da cultura da não-violência e da paz.
Vale a pena conhecer.
Falar sem conhecer é como queimar as bruxas na inquisição, por pura ignorância.
Saiba o que fala !!!
Cerimônia Tradicional de Yoruba - Nigéria.
Cerimônia Tradicional de Yoruba - Nigéria.
vide:
http://www.weshow.com/br/p/19886/cerimonia_tradicional_de_yoruba_nigeria
ou no you tube:
http://www.youtube.com/watch?v=0AUPD-WPqXU&eurl=http://www.weshow.com/br/p/19886/cerimonia_tradicional_de_yoruba_nigeria
vide:
http://www.weshow.com/br/p/19886/cerimonia_tradicional_de_yoruba_nigeria
ou no you tube:
http://www.youtube.com/watch?v=0AUPD-WPqXU&eurl=http://www.weshow.com/br/p/19886/cerimonia_tradicional_de_yoruba_nigeria
16 de novembro de 2007
ROSÁRIO FUSCO de Souza Guerra, escritor e advogado, afrodescendente ।
ROSÁRIO FUSCO de Souza Guerra, escritor e advogado, nascido em São Geraldo, em 19/7/1910. Faleceu em Cataguases em: 17/8/1977.
"Lá se foi o velho Rosário Fusco" - escrevia o cronista José Carlos Oliveira no Jornal do Brasil de 21 de agosto de 1977, quatro dias após a morte do romancista em cataguases: "um gigante voraz, andarilho infatigável que viveu (vivenciou, se preferirem) a aventura antropofágica proposta pelos modernistas. Cosmopolita, para onde quer que fosse levava um coração provinciano. Teria que terminar em Cataguases, misteriosa cidade com vocação de radioamador - dentro das casas, nos bares, na praça, na modorra da roça é apenas uma prevenção; na verdade, Cataguases está em febril contato com o mundo, é pioneira em cinema, em literatura, em arquitetura". A "Cataguases pioneira em literatura"deve muito a Rosário Fusco - ainda um menino de 17 anos e já fazendo com outros rapazes da cidade uma revista que daria o que falar na Capital de Minas, na de São Paulo, em várias outras do Brasil e até do exterior. Fusco foi o motor da Revista Verde, um vulcão que escrevia, ilustrava, diagramava, mandava (e recebia) cartas para todo mundo, mas principalmente pro modernista Mário de Andrade, descoberta e aprendizado, embora mais tarde fizesse mais o perfil do outro Andrade, o irreverente e antropofágico Oswald.
Com seis meses de idade e órfão de pai, Rosário Fusco de Souza Guerra, chega a Cataguases com a mãe, Auta, lavadeira. Estuda na Escola Maternal Nossa Senhora do Carmo, conclui o primário no Coronel Vieira e faz o secundário no Ginásio Municipal. Duro início de vida: aprendiz de latoeiro, servente de pedreiro, pintor de tabuletas, prático de farmácia, professor de desenho, bedel no Ginásio. Aos 15 anos, já colaborava no "Mercúrio", jornal dirigido por Guilhermino César, futuro companheiro na Verde, e logo em dois outros jornaizinhos, "Boina" e "Jazz Band". Com José Spíndola Santos, edita "Itinerário", e juntos fundam a livraria-editora Spíndola e Fusco.
Aos 17 anos, é um dos criadores da Verde Editora e, aos 18, publica "Poemas Cronológicos", parceria com Enrique de Resende e Ascânio Lopes, em 1928. Em 1932, muda-se para o Rio de Janeiro, onde forma-se em Direito em 1937. Romancista, funcionário federal, dramaturgo, poeta, jornalista, publicitário, radialista, critico literário, ensaísta, Secretário da Universidade do Distrito Federal e Procurador do Estado do Rio de Janeiro. Muitos cargos para um homem só, mesmo um mulato enorme e da melhor qualidade como Rosário Fusco. Melhor dizer, simplesmente, profissão: escritor. Mesmo porque ele foi o primeiro escritor brasileiro a ser reconhecido como tal pelo antigo INPS. Em fins dos anos 60, ele volta a Cataguases, onde viria a morrer em 1977. Publicou vários livros: em 28, Fruta de Conde (poesia), 1943, O Agressor (reeditado depois, em 68, na Itália pela Editora Mandadori e no Brasil em 76 pela Francisco Alves). 1940, Amiel, (ensaio), O Livro do João (romance), 44, Anel de Saturno e O Viúvo, em 1949 (teatro), Carta à noiva, 54, (romance), Introdução à Experiência Estética (ensaio), em 49, Auto da Noiva (farsa), em 61 e Dia do Juízo (romance) também em 1961. Deixou dezenas de correspondências com expoentes da literatura brasileira, especialmente Mário de Andrade, dezenas de "diários" e dois romances e um livro de poesia erótica e de viagens.
fonte:
http://www.tratosculturais.com.br/Zona%20da%20Mata/UniVlerCidades/modernismo/Literatura/index.htm
A QUESTÃO DE GÊNERO NA PEÇA SORTILÉGIO (MISTÉRIO NEGRO) DE ABDIAS NASCIMENTO Por: Elisa LARKIN NASCIMENTO
A QUESTÃO DE GÊNERO NA PEÇA SORTILÉGIO (MISTÉRIO NEGRO) DE ABDIAS NASCIMENTO
Por: Elisa LARKIN NASCIMENTO.
Recomendo a leitura, vale a pena pelo nível de cultura do artigo.
vide trechos:
Assim, introduzia uma nova abordagem à luta negra do século. Essa perspectiva se caracterizava pela visão de uma melhora colectiva da vida do povo negro, pois o domínio da actuação política refere-se à colectividade e não aos pleitos individuais. Identificando o alojamento do negro do sistema de ensino e sua inferiorização cultural como aspectos essenciais da opressão, o TEN tinha como objectivo de sua actuação teatral a reabilitação e a valorização da herança e da identidade negras (Nascimento, 1997).
..........
Sortilégio: construindo em cena uma identidade afro-brasileira Cumprindo a missão de ensejar a criação de uma literatura dramática que focalizasse o negro como protagonista e sua cultura como matriz significante no universo simbólico e na sociedade humana, o TEN encenou várias obras dramáticas, muitas escritas especialmente para ele. Publicou na antologia Dramas para negros e prólogo para brancos (Nascimento, 1961) um conjunto de sete peças4. Entre essas estava Sortilégio (mistério negro), de Abdias Nascimento.
O filho pródigo, de Lúcio Cardoso;
O castigo de Oxalá, de Romeu Crusoé;
Auto da noiva, de Rosário Fusco;
Sortilégio (mistério negro), de Abdias Nascimento;
Além do rio (Medea), de Agostinho Olavo;
Filhos de santo, de José de Morais Pinho;
Aruanda, de Joaquim Ribeiro;
Anjo nego, de Nelson Rodrigues;
O emparedado, de Tasso da Silveira.
.....
Orfeu da Conceição, de Vinícius de Morais;
Um caso de kelê, de Fernando Campos;
O cavalo e o santo, de Augusto Boal;
Yansã, mulher de Xangô, de Zora Seljan;
Os irmãos negros, de Klaynér P. Velloso;
O processo do Cristo Negro, de Ariano Suassuna;
Caim e Abel, de Eva Ban;
Plantas rasteiras, de José Renato;
Orfeu Negro, de Ironides Rodrigues;
Pedro Mico, de Antônio Callado;
Gimba, de Gianfrancesco Guarnieri;
Chico-Rei, de Walmir Ayala.
...........
Escrita em 1951, Sortilégio ficou durante seis anos banida do palco pela proibição da censura, fato significativo quando levamos em conta que o seu autor foi um dos membros da comissão criada, ainda em 1948, pela Associação de Críticos Teatrais, para organizar um protesto e iniciar a tomada de medidas judiciais contra a instituição da censura, poder exercido pela polícia5.
Artigo completo em: http://www.uea-angola.org/artigo.cfm?ID=584
Biblioafro.
Por: Elisa LARKIN NASCIMENTO.
Recomendo a leitura, vale a pena pelo nível de cultura do artigo.
vide trechos:
Assim, introduzia uma nova abordagem à luta negra do século. Essa perspectiva se caracterizava pela visão de uma melhora colectiva da vida do povo negro, pois o domínio da actuação política refere-se à colectividade e não aos pleitos individuais. Identificando o alojamento do negro do sistema de ensino e sua inferiorização cultural como aspectos essenciais da opressão, o TEN tinha como objectivo de sua actuação teatral a reabilitação e a valorização da herança e da identidade negras (Nascimento, 1997).
..........
Sortilégio: construindo em cena uma identidade afro-brasileira Cumprindo a missão de ensejar a criação de uma literatura dramática que focalizasse o negro como protagonista e sua cultura como matriz significante no universo simbólico e na sociedade humana, o TEN encenou várias obras dramáticas, muitas escritas especialmente para ele. Publicou na antologia Dramas para negros e prólogo para brancos (Nascimento, 1961) um conjunto de sete peças4. Entre essas estava Sortilégio (mistério negro), de Abdias Nascimento.
O filho pródigo, de Lúcio Cardoso;
O castigo de Oxalá, de Romeu Crusoé;
Auto da noiva, de Rosário Fusco;
Sortilégio (mistério negro), de Abdias Nascimento;
Além do rio (Medea), de Agostinho Olavo;
Filhos de santo, de José de Morais Pinho;
Aruanda, de Joaquim Ribeiro;
Anjo nego, de Nelson Rodrigues;
O emparedado, de Tasso da Silveira.
.....
Orfeu da Conceição, de Vinícius de Morais;
Um caso de kelê, de Fernando Campos;
O cavalo e o santo, de Augusto Boal;
Yansã, mulher de Xangô, de Zora Seljan;
Os irmãos negros, de Klaynér P. Velloso;
O processo do Cristo Negro, de Ariano Suassuna;
Caim e Abel, de Eva Ban;
Plantas rasteiras, de José Renato;
Orfeu Negro, de Ironides Rodrigues;
Pedro Mico, de Antônio Callado;
Gimba, de Gianfrancesco Guarnieri;
Chico-Rei, de Walmir Ayala.
...........
Escrita em 1951, Sortilégio ficou durante seis anos banida do palco pela proibição da censura, fato significativo quando levamos em conta que o seu autor foi um dos membros da comissão criada, ainda em 1948, pela Associação de Críticos Teatrais, para organizar um protesto e iniciar a tomada de medidas judiciais contra a instituição da censura, poder exercido pela polícia5.
Artigo completo em: http://www.uea-angola.org/artigo.cfm?ID=584
Biblioafro.
15 de novembro de 2007
Ninguém quer ser negro
O que podemos esperar de uma sociedade fundada sobre a aventura e não sobre o trabalho, fundada na caça fatal ao índio, na escravidão do negro e na degradação da mulher?
Carl Degler, em 'Nem preto nem branco': escravidão e relações raciais no Brasil e nos EUA
Na primeira metade do século XX, surgiram, em São Luís, dois romances sobre o negro maranhense: um, de Astolfo Marques (1876-1918), A nova aurora; outro, de Nascimento Moraes (1882-1958), Vencidos e degenerados, publicado em 1915. Astolfo Marques fixou a transição da Monarquia para a República, e tentou compor o retrato de um dia-a-dia aviltante nos lares e fazendas conspurcados pelo cativeiro, de uma guerrilha cruel travada por gente desesperada. Nascimento Moraes pretendeu retratar o ocaso do cativeiro, com a recordação das caravelas que partiram e dos sofrimentos das mães escravas de Cabo Verde, de Guiné, de Angola, de Moçambique, de tantos mares, de tantas terras tão distantes.
Pelos livros dos dois autores maranhenses, confirma-se que, na sociedade brasileira, recentemente saída da escravidão, o ideal era ser branco. Disso é testemunho o que diz o escritor Lima Barreto (1881-1922), que era mestiço, no capítulo IX de seu romance Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá, publicado em 1919. Ali, pode-se ler, pela boca de Gonzaga de Sá: “A mais estúpida mania dos brasileiros, a mais estúpida e lorpa, é a aristocracia. Abre aí um jornaleco, desses de bonecos, e logo dás com uns clichés muito negros ... Olha que ninguém quer ser negro no Brasil!”.
Entre os romances do século XIX que abordam o assunto do negro e as questões raciais no Brasil, talvez o mais conhecido seja O mulato, de Aluísio Azevedo que, apesar de publicado pela primeira vez, em 1881, ainda conta com um vasto público leitor no país. O personagem central do romance é um mestiço, um jovem chamado Raimundo José da Silva, descendente de uma escrava e de um fazendeiro branco do Maranhão. Desconhecendo sua origem, Raimundo recebe uma educação esmerada na Universidade de Coimbra, em Portugal. Quando o romance começa, ele está voltando a São Luís, para encerrar seus negócios, preparando-se para a mudança definitiva para o Rio de Janeiro.
Quando pede a mão de sua prima, branca, em casamento, porém, sua descendência lhe é revelada e impedem-no de desposar a moça. Ao descobrir sua origem escrava, o Dr. Raimundo da Silva, já na condição de distinto advogado, compreende “a frieza de certas famílias a quem visitava; a brusca interrupção de conversas no momento em que se aproximava, a reticência daqueles com quem falava sobre seu passado; a reserva e o cuidado daqueles que discutiam, em sua presença, questões de raça ou sangue”.
O preconceito racial – comprova-o Josué Montello ainda mais contundentemente do que Aluísio Azevedo – no Maranhão chegou às raias do patético e do ridículo ao mesmo tempo. O escritor Manoel Caetano Bandeira de Mello revela, em um de seus livros, que em São Luís se examinavam com olhos perscrutadores os cabelos de gente de fora para ver se tinham casta, isto é, certo encaracolado, ainda que disfarçável, denunciador de ascendência negra. Da cor da pele nem se fala. Havia interpelações deste tipo: “Como é que o senhor vem falar comigo desse jeito, se o senhor é quase da minha cor?” E logo se juntava o braço ao do interlocutor para avaliar a cor da pele de ambos ...
Dunshee de Abranches aponta em sua obra os graves preconceitos e baixos costumes que subsistiram na vida social do Maranhão, herança nefasta dos tempos coloniais. O escritor Nascimento Moraes, com o livro Vencidos e degenerados, também denuncia o exacerbado preconceito antinegro na sociedade maranhense. Ele mostra que houve uma tentativa de escamotear a brutalidade e a estupidez da escravidão e também de dissimular o preconceito racial que sucedeu ao fim do cativeiro. Ilustres intelectuais passaram a glorificar a miscigenação, na imprensa de São Luís, como suposta prova de harmonia racial no Brasil.
Manoel Caetano Bandeira de Mello, num de seus artigos, tentou se corrigir. Escreve ele: “Não há dúvida que a rede, a cama, o chão de amor, muito contribuíram para apagar ódios através da mestiçagem. Todavia não fazem esquecer a crueldade dos castigos e a discriminação imposta aos negros e a seus descendentes”.
Uma conseqüência do preconceito antinegro é que há uma enorme quantidade de classificações raciais no país. A “ideologia do embranquecimento” assumida por negros e brancos tem feito com que as pessoas negras afastem de diversas formas a referência histórica de suas origens africanas. O Brasil já teve até um presidente da República mestiço, mas não se fala sobre isso. No começo do século XX, com a morte de Afonso Pena, o vice, Nilo Peçanha, assumiu o cargo e cumpriu pouco mais de um ano de mandato, até novembro de 1910. Era mestiço e tratou de esconder a sua origem sempre que pôde. A sua biografia oficial, escrita por um parente, Celso Peçanha, tem 172 páginas e não faz uma única menção à ascendência negra do ex-presidente.
Em uma pesquisa feita no ano de 1963, os 100 habitantes de uma vila de pescadores do Nordeste usaram 40 termos nas autodeclarações de cor. No Censo de 1980, os pesquisadores do IBGE receberam, pela primeira vez, a incumbência de pedir a cada cidadão que declarasse a sua cor. Entre os não-brancos, foram anotadas nada menos de 136 maneiras de escamotear a origem negra. Algumas delas: morena moscatel, amarela queimada, morena clara, morena escura, azul, morena da cor de jambo, baiano, cafu, acastanhado, cobre, sarará, café, branca queimada, miscigenação mista, morena bem chegada, puxa para branca, queimada de praia, turva e verde, marrom, sapecada e roxa. Fala-se também em “morena da cor do desejo”, “morena da cor do pecado” etc.
Isso demonstra a dominação cultural a que foram submetidos os negros, desde os tempos da escravidão. Ainda hoje, comprovadamente, o brasileiro foge de sua verdade étnica, procurando situar-se o mais perto possível do modelo tido como superior, que é o branco. No Censo do IBGE de 1990, apenas 5% se declararam negros, 56% se disseram brancos e 39% informaram que são “pardos”.
“Um brasileiro é designado preto, negro, moreno, mulato, crioulo, pardo, mestiço, cabra – ou qualquer outro eufemismo; e o que todo o mundo compreende imediatamente, sem possibilidade de dúvidas, é que se trata de um homem-de-cor, isto é, aquele assim chamado descende de escravos africanos. Trata-se, portanto, de um negro, não importa a gradação da cor da sua pele”, afirma Abdias do Nascimento que, em um de seus livros, O genocídio do negro brasileiro, comprova que existiu e existe uma trama para embranquecer a população brasileira.
Num de seus mais veementes discursos no Congresso Nacional, na condição de deputado pelo Rio de Janeiro, Abdias do Nascimento denunciou que na época em que as teses darwinistas alimentavam a mais crua teorização da supremacia européia, o Brasil se empenhou freneticamente em se tornar um país branco. A classe política dominante trouxe o imigrante europeu, segundo o Decreto-lei nº 7.967, de 1945, para “preservar e desenvolver, na composição étnica da população, as características mais convenientes da sua ascendência européia”.
Por idênticas razões, um decreto de 28 de junho de 1890 concedia livre entrada no Brasil a todos os indivíduos aptos para o trabalho, “excetuados os indígenas da Ásia ou da África”. O imigrante europeu veio para um fim muito bem explicitado nas palavras de Joaquim Nabuco: “Esse admirável movimento imigratório não concorre apenas para aumentar rapidamente, em nosso país, o coeficiente da massa ariana pura; mas, também, cruzando-se e recruzando-se com a população mestiça, contribui para elevar, com igual rapidez, o teor ariano do nosso sangue”.
Daí por que a idéia da democracia racial, ainda tão sedimentada na cultura brasileira, tem sofrido tantos golpes. Em pleno século XXI, os negros ainda são barrados na escalada ao topo da pirâmide social. Saem perdendo na disputa por um emprego e ganham menos do que os brancos. Resumindo: a democracia racial foi e continua sendo apenas um embuste, uma espécie de marketing que promove a alienação de negros e mestiços, enquanto garante a continuidade de privilégios herdados do racismo colonial.
Muito a propósito disto, a leitura de testamentos e de jornais da época revela um surpreendente retrato de homens e mulheres do período da escravidão. Assim como agora, em pleno século XXI, um pai de família tenta assegurar o futuro dos filhos garantindo o estudo numa boa faculdade, nos séculos XVII, XVIII e XIX a melhor herança era humana: negros. O grande dote que um noivo recebia no casamento eram recursos para se tornar sócio do comércio escravagista. Podia comprar 20 negros, quem sabe 30, e começar uma vida nova. Viúvas também aplicavam suas economias nesses empreendimentos, recebendo sua parte em espécie.
(NETO, Manoel. O Negro no Maranhão. São Luís: Clara Comunicação e Editora Ltda. 2004, p.73-79)
O AUTOR
O AUTOR
Manoel Santos Neto, maranhense de São Luís, nasceu a 23 de julho de 1963. Bacharel em Comunicação Social pela Universidade Federal do Maranhão, jornalista e escritor de profunda vinculação social, foi um dos fundadores do Centro de Cultura Negra do Maranhão (1979), editor do jornal Akomabu (de agosto de 1986 a junho de 1988) e co-autor de trabalhos de pesquisa em parceria com a professora Maria do Rosário Carvalho Santos, entre os quais o livro Boboromina, sobre as casas de culto afro do Maranhão; vencedor do concurso literário da Secretaria de Cultura do Estado (Secma), editado pelo Sioge (Serviço de Imprensa e Obras Gráficas do Estado), no ano de 1989.
Trabalhou como repórter e redator de diversos periódicos, entre os quais o Jornal de Hoje, Diário do Norte, Jornal Carajás e Atos e Fatos. Foi chefe de Reportagem e editor de Política do jornal O Estado do Maranhão, onde trabalhou de maio de 1988 a janeiro de 2001, e integrou a equipe fundadora do jornal Folha do Maranhão (de junho de 2001 a março de 2002). Atualmente, dedica-se ao jornalismo e à literatura e trabalha como repórter da Editoria de Política do Jornal Pequeno.
Fonte:
http://www.guesaerrante.com.br/2005/11/29/Pagina164.htm
A Biblioafro apóia o estudo em torno dessa temática e trabalha no sentido de não deixar faltar as fontes bibliograficas. Saiba mais ...
Carl Degler, em 'Nem preto nem branco': escravidão e relações raciais no Brasil e nos EUA
Na primeira metade do século XX, surgiram, em São Luís, dois romances sobre o negro maranhense: um, de Astolfo Marques (1876-1918), A nova aurora; outro, de Nascimento Moraes (1882-1958), Vencidos e degenerados, publicado em 1915. Astolfo Marques fixou a transição da Monarquia para a República, e tentou compor o retrato de um dia-a-dia aviltante nos lares e fazendas conspurcados pelo cativeiro, de uma guerrilha cruel travada por gente desesperada. Nascimento Moraes pretendeu retratar o ocaso do cativeiro, com a recordação das caravelas que partiram e dos sofrimentos das mães escravas de Cabo Verde, de Guiné, de Angola, de Moçambique, de tantos mares, de tantas terras tão distantes.
Pelos livros dos dois autores maranhenses, confirma-se que, na sociedade brasileira, recentemente saída da escravidão, o ideal era ser branco. Disso é testemunho o que diz o escritor Lima Barreto (1881-1922), que era mestiço, no capítulo IX de seu romance Vida e morte de M. J. Gonzaga de Sá, publicado em 1919. Ali, pode-se ler, pela boca de Gonzaga de Sá: “A mais estúpida mania dos brasileiros, a mais estúpida e lorpa, é a aristocracia. Abre aí um jornaleco, desses de bonecos, e logo dás com uns clichés muito negros ... Olha que ninguém quer ser negro no Brasil!”.
Entre os romances do século XIX que abordam o assunto do negro e as questões raciais no Brasil, talvez o mais conhecido seja O mulato, de Aluísio Azevedo que, apesar de publicado pela primeira vez, em 1881, ainda conta com um vasto público leitor no país. O personagem central do romance é um mestiço, um jovem chamado Raimundo José da Silva, descendente de uma escrava e de um fazendeiro branco do Maranhão. Desconhecendo sua origem, Raimundo recebe uma educação esmerada na Universidade de Coimbra, em Portugal. Quando o romance começa, ele está voltando a São Luís, para encerrar seus negócios, preparando-se para a mudança definitiva para o Rio de Janeiro.
Quando pede a mão de sua prima, branca, em casamento, porém, sua descendência lhe é revelada e impedem-no de desposar a moça. Ao descobrir sua origem escrava, o Dr. Raimundo da Silva, já na condição de distinto advogado, compreende “a frieza de certas famílias a quem visitava; a brusca interrupção de conversas no momento em que se aproximava, a reticência daqueles com quem falava sobre seu passado; a reserva e o cuidado daqueles que discutiam, em sua presença, questões de raça ou sangue”.
O preconceito racial – comprova-o Josué Montello ainda mais contundentemente do que Aluísio Azevedo – no Maranhão chegou às raias do patético e do ridículo ao mesmo tempo. O escritor Manoel Caetano Bandeira de Mello revela, em um de seus livros, que em São Luís se examinavam com olhos perscrutadores os cabelos de gente de fora para ver se tinham casta, isto é, certo encaracolado, ainda que disfarçável, denunciador de ascendência negra. Da cor da pele nem se fala. Havia interpelações deste tipo: “Como é que o senhor vem falar comigo desse jeito, se o senhor é quase da minha cor?” E logo se juntava o braço ao do interlocutor para avaliar a cor da pele de ambos ...
Dunshee de Abranches aponta em sua obra os graves preconceitos e baixos costumes que subsistiram na vida social do Maranhão, herança nefasta dos tempos coloniais. O escritor Nascimento Moraes, com o livro Vencidos e degenerados, também denuncia o exacerbado preconceito antinegro na sociedade maranhense. Ele mostra que houve uma tentativa de escamotear a brutalidade e a estupidez da escravidão e também de dissimular o preconceito racial que sucedeu ao fim do cativeiro. Ilustres intelectuais passaram a glorificar a miscigenação, na imprensa de São Luís, como suposta prova de harmonia racial no Brasil.
Manoel Caetano Bandeira de Mello, num de seus artigos, tentou se corrigir. Escreve ele: “Não há dúvida que a rede, a cama, o chão de amor, muito contribuíram para apagar ódios através da mestiçagem. Todavia não fazem esquecer a crueldade dos castigos e a discriminação imposta aos negros e a seus descendentes”.
Uma conseqüência do preconceito antinegro é que há uma enorme quantidade de classificações raciais no país. A “ideologia do embranquecimento” assumida por negros e brancos tem feito com que as pessoas negras afastem de diversas formas a referência histórica de suas origens africanas. O Brasil já teve até um presidente da República mestiço, mas não se fala sobre isso. No começo do século XX, com a morte de Afonso Pena, o vice, Nilo Peçanha, assumiu o cargo e cumpriu pouco mais de um ano de mandato, até novembro de 1910. Era mestiço e tratou de esconder a sua origem sempre que pôde. A sua biografia oficial, escrita por um parente, Celso Peçanha, tem 172 páginas e não faz uma única menção à ascendência negra do ex-presidente.
Em uma pesquisa feita no ano de 1963, os 100 habitantes de uma vila de pescadores do Nordeste usaram 40 termos nas autodeclarações de cor. No Censo de 1980, os pesquisadores do IBGE receberam, pela primeira vez, a incumbência de pedir a cada cidadão que declarasse a sua cor. Entre os não-brancos, foram anotadas nada menos de 136 maneiras de escamotear a origem negra. Algumas delas: morena moscatel, amarela queimada, morena clara, morena escura, azul, morena da cor de jambo, baiano, cafu, acastanhado, cobre, sarará, café, branca queimada, miscigenação mista, morena bem chegada, puxa para branca, queimada de praia, turva e verde, marrom, sapecada e roxa. Fala-se também em “morena da cor do desejo”, “morena da cor do pecado” etc.
Isso demonstra a dominação cultural a que foram submetidos os negros, desde os tempos da escravidão. Ainda hoje, comprovadamente, o brasileiro foge de sua verdade étnica, procurando situar-se o mais perto possível do modelo tido como superior, que é o branco. No Censo do IBGE de 1990, apenas 5% se declararam negros, 56% se disseram brancos e 39% informaram que são “pardos”.
“Um brasileiro é designado preto, negro, moreno, mulato, crioulo, pardo, mestiço, cabra – ou qualquer outro eufemismo; e o que todo o mundo compreende imediatamente, sem possibilidade de dúvidas, é que se trata de um homem-de-cor, isto é, aquele assim chamado descende de escravos africanos. Trata-se, portanto, de um negro, não importa a gradação da cor da sua pele”, afirma Abdias do Nascimento que, em um de seus livros, O genocídio do negro brasileiro, comprova que existiu e existe uma trama para embranquecer a população brasileira.
Num de seus mais veementes discursos no Congresso Nacional, na condição de deputado pelo Rio de Janeiro, Abdias do Nascimento denunciou que na época em que as teses darwinistas alimentavam a mais crua teorização da supremacia européia, o Brasil se empenhou freneticamente em se tornar um país branco. A classe política dominante trouxe o imigrante europeu, segundo o Decreto-lei nº 7.967, de 1945, para “preservar e desenvolver, na composição étnica da população, as características mais convenientes da sua ascendência européia”.
Por idênticas razões, um decreto de 28 de junho de 1890 concedia livre entrada no Brasil a todos os indivíduos aptos para o trabalho, “excetuados os indígenas da Ásia ou da África”. O imigrante europeu veio para um fim muito bem explicitado nas palavras de Joaquim Nabuco: “Esse admirável movimento imigratório não concorre apenas para aumentar rapidamente, em nosso país, o coeficiente da massa ariana pura; mas, também, cruzando-se e recruzando-se com a população mestiça, contribui para elevar, com igual rapidez, o teor ariano do nosso sangue”.
Daí por que a idéia da democracia racial, ainda tão sedimentada na cultura brasileira, tem sofrido tantos golpes. Em pleno século XXI, os negros ainda são barrados na escalada ao topo da pirâmide social. Saem perdendo na disputa por um emprego e ganham menos do que os brancos. Resumindo: a democracia racial foi e continua sendo apenas um embuste, uma espécie de marketing que promove a alienação de negros e mestiços, enquanto garante a continuidade de privilégios herdados do racismo colonial.
Muito a propósito disto, a leitura de testamentos e de jornais da época revela um surpreendente retrato de homens e mulheres do período da escravidão. Assim como agora, em pleno século XXI, um pai de família tenta assegurar o futuro dos filhos garantindo o estudo numa boa faculdade, nos séculos XVII, XVIII e XIX a melhor herança era humana: negros. O grande dote que um noivo recebia no casamento eram recursos para se tornar sócio do comércio escravagista. Podia comprar 20 negros, quem sabe 30, e começar uma vida nova. Viúvas também aplicavam suas economias nesses empreendimentos, recebendo sua parte em espécie.
(NETO, Manoel. O Negro no Maranhão. São Luís: Clara Comunicação e Editora Ltda. 2004, p.73-79)
O AUTOR
O AUTOR
Manoel Santos Neto, maranhense de São Luís, nasceu a 23 de julho de 1963. Bacharel em Comunicação Social pela Universidade Federal do Maranhão, jornalista e escritor de profunda vinculação social, foi um dos fundadores do Centro de Cultura Negra do Maranhão (1979), editor do jornal Akomabu (de agosto de 1986 a junho de 1988) e co-autor de trabalhos de pesquisa em parceria com a professora Maria do Rosário Carvalho Santos, entre os quais o livro Boboromina, sobre as casas de culto afro do Maranhão; vencedor do concurso literário da Secretaria de Cultura do Estado (Secma), editado pelo Sioge (Serviço de Imprensa e Obras Gráficas do Estado), no ano de 1989.
Trabalhou como repórter e redator de diversos periódicos, entre os quais o Jornal de Hoje, Diário do Norte, Jornal Carajás e Atos e Fatos. Foi chefe de Reportagem e editor de Política do jornal O Estado do Maranhão, onde trabalhou de maio de 1988 a janeiro de 2001, e integrou a equipe fundadora do jornal Folha do Maranhão (de junho de 2001 a março de 2002). Atualmente, dedica-se ao jornalismo e à literatura e trabalha como repórter da Editoria de Política do Jornal Pequeno.
Fonte:
http://www.guesaerrante.com.br/2005/11/29/Pagina164.htm
A Biblioafro apóia o estudo em torno dessa temática e trabalha no sentido de não deixar faltar as fontes bibliograficas. Saiba mais ...
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