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28 de julho de 2011
O Negro Brasileiro Arthur Ramos - Candomblé Yorubá Nagô Ifá Ritos Africa Religião etc
O Negro Brasileiro
Arthur Ramos
Companhia Editora Nacional
ano: 1940
livro em bom estado de conservação, encadernado em percalux, manteve-se a capa brochura orinal, com muitas ilustrações, algumas extremamente escassas.
Edição refundida e aumentada. Exemplar numerado.
Um livro de referência a todo candomblecista e estudiosos do assunto.
Livro mestre de toda a obra antropológica e etnológica de Arthur Ramos, o presente trabalho de etnografia religiosa é referência obrigatória para os estudiosos da presença africana no Brasil e da sua verdadeira história étnica e cultural em terras do Novo Mundo.
Com ilustração de Santa Rosa, baseados no texto e nos ritos afro-brasileiros.
Com Ilustração fotográficas, em papel especial, do acervo do autor, bem como do acervo de Nina Rodrigues, pioneiro. Algumas imagens curiosas que entre outras coisas indicam também alguns pertences de terreiros confiscados pela intolerância dos tempos em que a polícia invadia os candomblés e apreendiam tudo.
Um clássico livro de referência imperdível.
A religião gêge-nagô. Fetichismo e feitiçaria. O culto ioruba na Bahia — O culto geral gêge-nagô introduzido no Brasil. A seriação mítica ioruba — Olorum — Os orixás — Obatalá — Xangô — Exú — Ogum — Os orixás das águas: Iemanjá, Oxum, Iansã, Oxumaré, Anamburucu — Oxóssi — Xapanã — Irôco — Ifá — Dadá — lbeji — Outros orixás — Os orixás gêges e minas.
A liturgia gêge-nago - Candomblés, macumbas e catimbós — Os terreiros — Os afoxés — Os sacerdotes Babalaôs, pais de santo, peji-gãs — Candomblezeiros e macumbeiros — As mães de santo — Babalaôs e feiticeiros. "Fazer santo" — O sacrifício ritual — Os santuários fetichistas: os pejis — As filhas de santo — Iniciação das iauôs — Preceitos das filhas de santo — Os ogãs, protetores de terreiro. Os festejos fetichistas — Cânticos dos orixás — Os candomblés anuais afro-baianos.
O culto malê. A hegemonia dos malinkes ou mandingas.Os hauçás. o culto malê. Olorum-uluá. Talismãs e mandingas. A cola e o açumi. Os ritos funerários. A festa dos mortos.
Os cultos de procedência banto. Uma pagina inédita em nossa etnografia religiosa.A mitologia rudimentar dos povos.
O sincretismo religioso - A simbiose ou sincretismo religioso.
As práticas mágicas. Religião e magia. Sacerdotes e feiticeiros — O feitiço no Brasil. O feitiço simbólico — O despacho ou ebó. Os ritos funerários. Itambi e velório. A medicina empírica de origem negra: o curandeirismo.
A dança e a música dos candomblés - A dança ritual nos povos primitivos — As "cerimônias" — A dança das máscaras — As danças rituais entre os povos negros importados no Brasil.A dança religiosa das filhas de santo — As danças do culto vodu no Haiti.
Os fenômenos de possessão A "queda no santo". O transe das filhas de santo nos candomblés. Os fenômenos de possessão no culto vodu — A possessão entre os povos negros da África.
O problema da mentalidade primitiva - As primitivas fases religiosas — A teoria animista.Sonhos e mitos
O ciclo da mãe: os mitos das águas. Os elementos inconscientes do mito de Iemanjá.
O ciclo do pai: os orixás fálicos - O monoteísmo primitivo e o esquecimento do deus-pai — O motivo do heroe — Xangô.
O ciclo do totemismo - O pai primitivo e o "grande antepassado".
O ciclo do Eu: o culto dos gêmeos.O culto dos gêmeos entre outros povos — Ibeji — Os jimaguas cubanos.
O ciclo da magia: psicanálise do pensamento pré-lógico.
A questão metodológica de “O negro brasileiro”
O próprio autor sublinha que “o presente trabalho é o primeiro resultado de um largo inquérito procedido diretamente nos “candomblés” da Bahia, nas “macumbas” do Rio de Janeiro e nos “catimbós” de alguns Estados do Nordeste, sobre as formas elementares do sentimento religioso de origem negra, no Brasil.”
A história destes estudos começa com a publicação em francês do "Animismo fetichista dos negros baianos" do médico Nina Rodrigues, em 1900, este livro teve o mérito de ser o pioneiro a descrever com detalhes os candomblés baianos. Com a morte prematura de Nina Rodrigues em 1906 estes estudos ficaram num certo limbo do interesse intelectual até a década de 1930 quando Artur Ramos, também médico de formação e proclamando-se discípulo e continuador do que denomina a "Escola Nina Rodrigues", iniciou a publicação de seus principais livros sobre o tema. O negro brasileiro (revisto e ampliado em 1940) surge neste contexto sendo o primeiro volume de uma série de livros sobre a temática: Negro, que compreende "O folclore negro do Brasil (1935)", "As culturas negras no novo mundo (1937)" e a "Aculturação negra no Brasil (1942)".
Duas novidades garantiram a importância de "O Negro Brasileiro" na época de sua edição. A primeira foi a ampliação da área de estudos sobre a religiosidade de origem africana que incluiu, além dos terreiros baianos de tradição ritual sudanesa, estudados por Nina Rodrigues, os catimbós do Nordeste e os terreiros de tradição ritual banto (as chamadas "macumbas") do Rio de Janeiro e de São Paulo. A segunda foi que essa religiosidade deixou de ser entendida como manifestação de uma suposta inferioridade da raça negra, e por meio dela se criticou o próprio conceito de raça, substituindo-o pelo de cultura.
A primeira parte dele é dedicada às "Religiões e cultos negros no Brasil" e a segunda à "Exegese psicanalítica".
Na introdução do livro, o autor agrupa a origem étnica dos negros introduzidos no Brasil em dois grandes grupos: os sudaneses (basicamente iorubas ou nagôs e jêjes) e os bantos (angolas, congos, cambindas, benguelas etc.).
Compartilhando a idéia da superioridade cultural do sistema mítico dos sudaneses, defendida por Nina Rodrigues, Ramos descreve esse sistema enquanto liturgia de uma "religião" (capítulos I e II), contrastando-o com os "cultos" descritos nos outros capítulos, dedicados às práticas dos malês - negros islamizados - (capítulo III) e principalmente dos bantos (capítulo IV), estes inclusive mais próximos do "sincretismo religioso" (capítulo V) e das "práticas mágicas" de feitiçaria e curandeirismo (capítulo VI). Como se vê pela própria organização e título dos capítulos há uma idéia implícita de diferenciação e hierarquização entre um "sistema de religião" mais "coeso" e "puro" (jejê-nagô) e "sistemas de culto" mais "impuros" e "sincréticos" (malês, bantos etc.).
Em Salvador, Ramos centralizou suas pesquisas no terreiro do Gantois, como já havia feito Nina Rodrigues, tomando-o como "um do mais antigos" e "modelo para os demais".
Os cultos bantos, predominantes na região sudeste do país foram vistos em termos de uma suposta "pobreza mítica" contrastada com o modelo baiano de candomblé.
Daí terem sido tão facilmente influenciados pela mitologia jêje-nagô que lhes teria imposto seus orixás, pelas idéias do catolicismo e do espiritismo e pelas sobrevivências de cultos ameríndios.
Para Ramos, os cultos de procedência banto, caracterizados por uma "mitologia paupérrima" e facilmente sincretizado com elementos de outras culturas, como a européia e ameríndia, poderiam ser descritos na forma da macumba, tal como era praticada, principalmente no Rio de Janeiro. Os terreiros de macumba foram vistos então pelo autor como "toscos e simples", sem a "teoria de corredores e compartimentos dos terreiros jêje-iorubanos", a estrutura hierárquica seria relativamente simples e as divindades apresentar-se-iam divididas por linhas ou falanges e tanto mais poderoso seria o pai-de-santo quanto maior fosse o número de linhas em que ele trabalhasse.
Nas macumbas o transe seria muito freqüente tendo muito de efeito procurado ou simulado, contrariamente ao candomblé onde a "queda no santo" é demorada e exige cerimônias especiais.
Um clássico escasso da bibliografia temática afro-brasileira.
Temos um vasto acervo sobre a bibliografia temática afro-brasileira, religião dos orixás, candomblé, nagô, yorubá, jejê, angola, minas, bantu, capoeira, etc..., saiba mais, pergunte-nos.
Caso haja interesse em alguns dos nossos livros, ou em outro que não se encontre cadastrados ainda, pergunte-nos.
Visamos contribuir para a elaboração da bibliografia sobre a temática "Negro", sobretudo no Brasil.
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