13 de julho de 2009

Cafundo a Africa no Brasil Carlos Vogt e Peter Fry. Quilombos.

Cafundo a Africa no Brasil

Carlos Vogt e Peter Fry

editora: Carlos Vogt e Peter Fry

ano: 1996

O Cafundó - comunidade rural negra situada em Salto de Pirapora, a 150 quilômetros de São Paulo - foi descoberto por jornalistas e pelos autores deste livro em 1978. Despertou o interesse de pesquisadores, da mídia nacional e internacional e do Movimento Negro Unificado, pois seu alcance político ultrapassa os limites do trabalho acadêmico e da exploração noticiosa. Este livro analisa o Cafundó enfatizando o papel estruturador da "língua africana" nas relações sociais e no universo cultural de seus moradores e de outras comunidades negras. Mas a reconstituição desse panorama composto por interesses conflitantes tem também o seu lado cômico. No vaivém de notícias sobre o Cafundó, a BBC inglesa, por meio de seus representantes no Brasil, pretendia fazer um documentário sobre uma autêntica tribo africana nas proximidades de São Paulo! Este livro é, portanto, muito mais do que um relato e uma análise de uma comunidade rural negra realizada por acadêmicos de várias áreas. Compõe um quadro denso e complexo do fenômeno abordado pelos primeiros pesquisadores a se ocuparem dele e dos interesses em jogo quando intelectuais, jornalistas e movimentos sociais pretendem incorporá-lo a uma luta política mais ampla...


Seria possível encontrar próxima ao maior centro urbano e industrial do país, mais de um século depois do fim do tráfico de negros da África para o Brasil, uma comunidade que consegue preservar viva uma "língua" de origem africana? Em março de 1978, a imprensa anuncia essa "descoberta" e o jornalista Sérgio Coelho, de O Estado de S. Paulo, busca o apoio de pesquisadores da Unicamp para evitar que ela fosse explorada apenas como notícia. Entram em cena o lingüista Carlos Vogt e o antropólogo Peter Fry, que em 1996 publicariam Cafundó - A África no Brasil, um relato de seus dez anos de pesquisa junto à comunidade negra de um bairro rural, chamado Cafundó, da cidade de Salto de Pirapora, a 150 km de São Paulo, que contou, em momentos distintos, com a colaboração do lingüista Maurizio Gnerre e do historiador Robert Slenes.

Apesar de a maioria dos capítulos desse livro ter tido como base artigos já publicados em periódicos científicos como o Boletim do Museu Nacional, a Revista Dédalo, a Revista de Antropologia e a Revista Estudos Lingüísticos, a obra como um todo tem um formato e um sabor diferente dos tradicionais trabalhos acadêmicos. Como foi dito acima, é um relato de pesquisa. Um relato que não omite as angústias e os insucessos experimentados pelos autores no decorrer do trabalho de investigação - o que normalmente não aparece em escritos acadêmicos. E mais que isso: a pesquisa relatada, que inclui buscas sherlokianas por pistas que pudessem provar e garantir a posse da terra às famílias do Cafundó, é fortemente baseada na história oral dos membros da comunidade e de moradores da redondeza. Ou seja, é um relato recheado de relatos, uma história com muitos personagens.

Um dos principais protagonistas dessa história é Otávio Caetano, mestre da cupópia, a "língua secreta" do Cafundó. Falecido antes da publicação do livro, a ele Vogt e Fry dedicam Cafundó - A África no Brasil. Como num romance, assim os autores descrevem esse filho de uma das ex-escravas que recebeu as terras do Cafundó como doação testamentária de seu antigo senhor:

Otávio, aos 64 anos, poderia ter cinqüenta ou setenta. Nem tudo o que conta foi vivido na cronologia de sua idade. A imaginação poética, que é um dos traços mais marcantes da sua personalidade, faz com que ele tenha vivido histórias que não cabem num tempo linear. E ele as conta como ninguém. É trabalhador, festeiro, cantador, poeta, tocador de sanfona, conhecido e estimado por toda gente. Viúvo sem nunca ter casado; sem filhos, sozinho, sempre cheio de um afeto que ele recebe na mesma proporção em que dá (p. 193).

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