10 de novembro de 2010

African Masks Franco Monti Paul Hamlyn 1969




African Masks

Franco Monti

Paul Hamlyn

1969



livro em capa dura, fartamente ilustrado, coda16-x5,escasso, não perca, saiba mais....

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A função ritual, liturgica e simbolica da máscara africana é um assunto muito falado mas pouco conhecido, sociedades secretas africanas, cultos abertos, rituais, etc. Temos neste livro uma boa oportunidade de perceber de perto um dos assuntos que fascinam tanto curiosos e estudiosos, quanto iniciados...


A utilização de máscaras em cerimoniais é prática comum há milhares de anos. As máscaras são de fundamental importância nos rituais, sejam de iniciação, de passagem, ou de evocação de entidades espirituais. As máscaras apresentam-se, também, como elementos de afirmação étnica, expondo características particulares de cada grupo. Assim, existe uma enorme diversidade de formas, modelos, técnicas de confecção e aplicações.

Normalmente, a máscara é apenas um dos elementos utilizados nas cerimônias e rituais, havendo a combinação com outras manifestações, como dança, música e instrumentos musicais. Aparece ainda o uso de máscaras associado a objetos de cunho animatista, como amuletos.

Na África, o artífice, antes de começar a esculpir uma máscara, passa por um processo de purificação, com reza aos espíritos ancestrais e às forças divinas. Tal prática faria com que a força divina fosse transferida para a máscara durante o processo de manufatura.

Se no passado era prática generalizada, o uso de máscaras rituais teve um enorme declínio nas últimas décadas. Entretanto, a manufatura e o emprego deste objetos continua sendo um aspecto fundamental na identidade de vários grupos étnicos africanos. Por isso, já existem pessoas que trabalham pela preservação deste hábito milenar.

A máscaras são empregadas, basicamente, em eventos sociais e religiosos. Além de representarem os espíritos ancestrais, em alguns casos objetivam o controle de forças espirituais das comunidades para um determinado fim, sejam estas forças benéficas ou malignas.

A matéria prima utilizada na elaboração das máscaras é diversificada. Entretanto, é a madeira a matéria prima mais comum. Isso porque os artífices acreditam que as árvores possuem uma alma, um espírito. A madeira seria interpretada como um receptáculo espiritual, sendo que parte dessa essência animista é transferida para a máscara, conferindo ao seu portador alguma espécie de poder. Na visão de muitos antropólogos, se trataria de um conjunto de forças invisíveis que atuam diretamente no controle social.

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this book provides crisp photos and concise narratives and descriptions of a wide variety of African masks.


To Western eyes African masks have a sinister, secret life of their own. The astonishing vigour of the carving and the often highly coloured decoration add to the feeling that these masks are more than just tribal regalia. This fascinating book reveals, perhaps for the first time to the ordinary reader, the background of the Negro artist and his place and function in the tribe. It shows how the mask, part of a dance costume, is linked via the public ceremonial life of the tribe.


One does not need a profound knowledge of the art of Black Africa to be awar of one particular traditional element which permeates almost every culture throughout the continent-the mask. So evident is this art form that one cannot but ask why and how this phenomenon took root and grew. This is a 158 pages book of the origin of the mask including wonderful pictures.

This book is in good to good + condition.
Cameo - African Masks; Franco Monti, Paul Hamlyn.


Temos um vasto acervo sobre a bibliografia temática afro-brasileira, religião dos orixás, candomblé, nagô, yorubá, jejê, angola, minas, bantu, capoeira, etc..., saiba mais, pergunte-nos.


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8 de novembro de 2010

Huet Michel - Laude Jean - Paudrat Jean-louis. The Dance, Art, and Ritual of Africa. mascaras geledes arte ritual etc



Autor: Huet Michel - Laude Jean - Paudrat Jean-louis

Título: The Dance, Art, and Ritual of Africa

Editora: Pantheon Books

Ano: 1978




Comentários: Livro em formato grande, 240 pg, capa dura, bom estado, com sobre capa original, formato grande, profusamente ilustrado, com mais de duas centenas de fotografias, muitas em cores, imagens de ritos, costumes e rituais africanos, alguns pouco conhecidos ...


Além das centenas de fotografias, o livro tem um texto minucioso, preparado por dois dos principais especialistas franceses neste campo.

Jean Laude, autor de numerosos livros e artigos sobre arte Africana.

Uma série mais específica de notas explicativas sobre o significado exato das danças, seus costumes, e sua relação com cada cultura foi preparado por Jean-Louis Paudrat, que leciona na Universidade de Paris, especializado em antropologia da arte.


Uma viagem ao mundo africano onde se mostram suas danças, costumes e ritos, totalmente de fotografias coloridas e preto e branco.

Retrata entre outras, as culturas e ritos e danças, panos, cabelos, vestuário litúrgico/sacerdotal, instrumentos dos ritos, amuletos, máscaras, pintura corporal, tatuagens/marcas tribais, fetiches, e demais peças, um verdadeiro documentário fotográfico sobre a cultura crença e concepção de mundo africana.

Há imagens que falam por si, dezenas de comentários não bastaria para descrevê-las....

Este colorido livro traz uma combinação de estudos que giram em torno da arte, da dança e da ritualística africana, adequado para os pesquisadores da mitologia africana, do sistema liturgico-sacrificial, bem como das religiões comparadas da Africa.






Prefacio e fotografias de Michael Huet.
Introdução de Jean Laude.









Centenas de livros foram publicados sobre a arte Africana, mas até esse volume incomum, nunca ninguém capturou arte Africana viva, como ela é vivida e celebrada na vida cotidiana...

Durante trinta anos Michel Huet viajou pela Africa, fotografando as máscaras e fantasias extraordinárias que são parte central da tradição Africana, nos rituais próprios, danças e cerimônias para as quais foram inventados.

O núcleo deste livro é a conjunção entre a arte, a dança e o ritual.  


Há centenas de fotografias de danças e cerimônias, muitos dos quais nunca foram fotografados antes: danças fúnebres, cerimônias ligadas à colheita e plantio, ritos de iniciação, e as expressões cotidianas de prazer e alegria que são tão importantes para todas as culturas africanas .

Huet nos mostra as formas tradicionais que sobreviveram ao longo dos séculos.


Muitas das fotografias do livro não poderia mais ser tomadas, e em poucos anos, este belo livro será visto principalmente como um registro histórico.

  Importante documento antropológico e artístico.







Trabalhamos com um vasta acervo sobre o tema.

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7 de novembro de 2010

Angola Expressão Cultura Material Kibumdu. Bakongo. Ambundu. Ovibumdu. Cokwe. Bantu. Khoisan. Ana Oliveira.












Angola e a Expressão da Sua Cultura Material. Ana Maria de Oliveira.

editora: Odebrecht

ano: 1991

Antropologia, Ciências Sociais, Crença, Costumes e Tradições, Pesquisa Sociológica, Iconografia, Religião, África.

Tiragem em papel especial couché, com reduzidas tiragem de exemplares.

Uma interessante obra que trata de uma das mais importantes matrizes africana com atuação na cultura, costumes e religião afro-brasileira.

As máscaras, os mitos, objetos cúlticos e litúrgicos, amuletos, instrumentos, e diversos ritos que escapam do esquecimento por trabalhos sérios de preservação dos costumes ancestrais africanos, obras como esta são de importância capital para os estudiosos das representações religiosas africanas que ajudaram e ajudam a formar a cosmovisão afro-brasileira.

Esta obra reparte o território de Angola em sete grandes áreas etnolingüisticas para efeitos de caracterização dos objetos nela representados: uns de cunho utilitário, alguns associados a crenças e práticas religiosas e outros como símbolos do poder político tradicional e regional. A simbiose desses importantes elementos é responsável pela deslumbrante visão pictórica de um acervo de inestimável valor, realçada por um texto de qualidade; Formato: 26.5x29.5 cm, 168 p., encadernado, com sobrecapa, ilustrado. Livro em Português/Inglês.


Em seus quase 1.250.000 km2 de superfície, Angola abriga povos que no passado formaram nações bem distintas – como Matamba e Benguela e o Reino do Kongo – e hoje enfrentam o desafio de conviver dentro das mesmas fronteiras geopolíticas e administrativas.

Angola e a Expressão de sua Cultura Material traça um perfil da multifacetada cultura desse país, a partir da análise de peças utilizadas para simbolizar o poder político, em práticas místicas ou para fins utilitários, religiosos, em suas sete grandes comunidades culturais: Bakongo, Ambundu, Ovimbundu, Cokwe, Ovingangela, Ociwambo e Khoisan.

São máscaras, amuletos, totens, estatuetas, instrumentos musicais e objetos utilitários. Cada peça é estudada em sua individualidade artística, mas sem se perder de vista seu simbolismo, ou o contexto sócio-cultural e geográfico em que se insere.

O prefácio de Ivan Cannabrava, à época embaixador do Brasil em Angola, reflete a importância do acervo cultural e a valorização do patrimônio cultural do país.

Editado em 1991, com pesquisa e texto da antropóloga Ana Maria de Oliveira, diretora do Museu, e fotografias do bahiano, Mário Cravo Neto.


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23 de outubro de 2010

Poder Africano Ziegler - História Filosofia Crença Africana Alaketu Candomblé Africa Brasil Nagô Murundi Egun

Autor: Jean Zieglér

Título: O Poder Africano

Editora: Difusão Européia do Livro

Ano: 1972

Páginas: 228


Poder Africano Ziegler - História Filosofia Crença Africana Alaketu Candomblé Africa Brasil Nagô Murundi Egun

Livro em bom estado de conservação, com capa brochura original. Tradução Heloysa Lima Dantas. Escasso, não perca, saiba mias ...


O Poder Africano - Elementos de Uma Sociologia Política da África Negra e de sua Diáspora nas Américas.

A história multipla; Os reis errantes do Burundi; O poder dos Orixás; O tempo dos Africanos; A ideologia africana; sociedades históricas e sociedades sem história; O tempo e o Mito; O tempo e a morte; O tempo e o sonho; Os sistemas temporais africanos; O mistério do mundo; A descida dos deuses; A inserção-tempo; O espaço homogeneo; A sacerdotisa-rainha; A sucessão do Rei; As instituições do poder Real; etc ...


Com Bibliografia seletiva das obras referentes a diaspora africana do Brasil, Haiti, Venezuela e Cuba.

Com Bibliografia seletiva relativa aos reinos Batutsi.

Com calendário Murundi.

Com calendário Yorubá.

Com calendário Jukun (sociedade do norte Nigéria).

Muito interessante e erudito livro deste que é um dos mais profundos conhecedores dos assuntos relacionados a Africa, ainda vivo.

Repleto de histórias de muito interesse para o estudioso candomblecista, Ziégler manteve-se muito tempo no estudo aprofundado da Africa, compartilha portanto suas experiências sobre a religião dos Orixás colhidas oralmente pelo autor durante seus estudos no Brasil e na Africa.

O livro traz ainda uma muito interessante, quase desconhecida, história, -narrado ao autor por Vivaldo Costa em Salvador - sobre a ancestralidade biológica e cronologia iniciática do Alaketu, terreiro secularmente conhecido pelo zelo e pureza do culto aos Orixás, que inclui a própria Olga do Alaketu.

Um instrutivo texto sobre o culto Egun no Brasil, isto é, em Itaparica.


"Os reis errantes do Burundi, e as filhas-de-santo de Salvador, encarnam de fato dois extremos da experiência africana. contudo, a leitura das paisagens sociais murundi e alaketu desvenda o poder estruturador de uma mesma motivação. um tempo unitário e ciclico governa a atividade africana tanto na baia de Salvador quanto no espigão Congo/Nilo"

"Alguns dos nossos colegas - como E. Carneiro, Deoscoredes dos Santos, Milton Santos, Vivaldo da Costa Lima, Pierre Verger - são iniciados do candomblé. Seu estado e sua fé lhes conferem meios de percepção de que não dispõe o sociólogo ordinário. Seu saber, entretanto, deriva da fé. Para eles, a transubstancialidade dos Orixás constitui uma evidência intuitiva. Em outras palavras: ela traduz uma certeza subjetiva não demonstrável. Em outras palavras ainda: o argumento de Costa Lima, de Carneiro e Deoscoredes dos Santos situa-se além do estreito limite que separa a investigação racional da afirmação apodítica de uma fé experimentada".


Temos um vasto acervo sobre a bibliografia temática dessa área, saiba mais ...


Um clássico escasso da bibliografia temática africanista.

Temos um vasto acervo sobre a bibliografia temática afro-brasileira, religião dos orixás, candomblé, nagô, yorubá, jejê, angola, minas, bantu, capoeira, etc..., saiba mais, pergunte-nos.

"A filosofia do candomblé não é uma filosofia bárbara,e sim um pensamento sutil que ainda não foi decifrado"

Caso haja interesse em alguns dos nossos livros, ou em outro que não se encontre cadastrados ainda, pergunte-nos.

Visamos contribuir para a elaboração da bibliografia sobre a temática "Negro", sobretudo no Brasil.

Trabalhamos com o fornecimento de livros esgotados, raros, fora de comércio,recolhidos e outros sobre a temática afro-brasileira, caso queira é só nos contactar.

Abrangemos diversas áreas do conhecimento desde os orixás até Milton Santos o maior intelectual Negro do Século XX.

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22 de outubro de 2010

Arte África Obras Primas Museu Etnológico Berlin Arte Gelede; Yoruba; Angola; Chokwe; Luba; Benin; Tsonga; Bafum, etc














Arte da África: Obras Primas do Museu Etnológico de Berlin.

autor: Junge - Coletivo - Com Diversos Ensaios

editora: C C Banco Brasil

ano: 2003


Livro Raro, Arte, Religiosidade, Africa, etc ..., livro em muito bom estado de conservação,escasso, não perca, aproveite. Formato grande, com 351 páginas, fartamente ilustrado, edição em papel especial couché, uma preciosidade de livro.

Livro da exposição de grande sucesso que, após ser apresentada no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro seguiu para os CCBBs de Brasília e São Paulo, quase 300 objetos de uma das maiores e mais respeitadas coleções de arte africana do mundo, a do Museu Etnológico de Berlim. tesouros do século XV ao XX de 31 países da África, Congo, Camarões, Angola, Guiné-Bissau, Moçambique, Namíbia, Nigéria, Quênia e muitos outros.


Livro muito bem ilustrado e documentado sobre as artes africanas de nações que dificilmente teríamos acesso, mas que contribuíram e contribuem para a rede de ritos ancestrais africanos, com seus ritos, liturgias e mitos, sociedades muitas vezes secretas, etc ...

Com textos de Gilberto Gil; Peter -Klaus Schuter; Alfonsus Hug; Viola Konig; Peter Junge; Paola Ivanova; Alberto Costa e Silva; Wole Soyinka.

O museu Etnológico; Arte da africa; A invenção da "Cultura Tradicional"; Visão brasileira escultura africana; Lição do Balafo; Representação rosto humano Sul da Nigéria 1200-1900...

Arte Gelede; Yoruba; Angola; Chokwe; Luba; Benin; Tsonga; Bafum, etc


'A arte africana não é primitiva nem estática. Há peças datadas desde o século V a.C. atestando uma história da arte africana, mesmo que ainda não escrita por palavras. É certo que muitos dados estão irremediavelmente perdidos: objetos foram destruídos, queimados ou fragmentados ao gosto ocidental e moral cristã; ateliês renomados foram extintos e muitas produções interrompidas durante o período colonial na África (1894-c.1960). Mesmo assim, as peças dessa arte africana remanescente 'falam' de dentro de si e por si mesmas através de volumes, texturas e materiais; veiculam um discurso estruturado reservado aos anciãos, sábios e sacerdotes. Alguns artistas, como os do Reino de Benim, exerciam função de escriba, descrevendo a história do reino por meio de ícones figurativos em placas de latão que teriam recoberto as pilastras do palácio real.

O desenho de jóias e as texturas entalhadas na superfície de certos objetos da arte africana também constituem uma linguagem gráfica particular. São padrões e modelos sinalizando origem e identidade que aparecem também na arquitetura, na tecelagem ou na arte corporal. A arte africana é multivocal.

Por exemplo, o tratamento do penteado dado a estátuas e estatuetas pelos escultores revela, muitas vezes, o elaborado trançado do cabelo das pessoas, e, mesmo, a prática cultural, em algumas sociedades, da modelagem paulatina do crânio dos que tinham status (caso dos mangbetu, do ex-Congo Belga, atual República Democrática do Congo-RDC). É, para eles, ao mesmo tempo, expressão do belo. Atribuia-se significado até às matérias-primas empregadas na criação estética ? elas davam 'força' à obra, acrescida, por fim, quando ela ganhava um nome, uma destinação. Tornava-se, então, parte integrante da vida coletiva. Por isso, diz-se que a arte africana é uma 'arte funcional'.

A arte africana, porém, não é apenas 'religiosa' como se diz, mas sobretudo filosófica. A evocação dos mitos nas artes da África é um tributo às origens ? ao passado ?, com vistas à perpetuação ? no futuro ? da cultura, da sociedade, do território. E, assim, essas artes 'relatam' o tempo transcorrido; tocam no problema da espacialidade e da oralidade.

Muitas esculturas, como a máscara kpelié dos senufo que introduz este site, não é feita apenas para dançar, mas para celebrar mitos. A estatueta feminina que vai no alto do crânio da face esculpida de que se constitui essa máscara, parece estar gestando, prestes a dar à luz a um filho. O interessante é que, em muitos exemplares similares, essa forma superior da máscara kpeliénão é o de uma mulher, mas de um pássaro associado à origem dessa cultura. Ela, assim como outras criações estéticas da África, constela aspectos da existência e do cosmo, ou seja, tudo o que envolve a humanidade ? o Homem em sua interioridade sensorial e na sua relação com o mundo ao redor. E nisso, vemos também que a arte africana é dual.

Algumas peças da arte africana, como as impressionantes estátuas 'de pregos' dos bakongo, ou as dos basonge (ou ba-songye (ambas sociedades da R.D.Congo), são, na verdade, um conglomerado composto por uma figura humana de madeira e uma parafernália de outros materiais vegetais, minerais e animais. É uma clara alusão à consciência do Homem sobre a magnitude da Natureza e de sua relação intrínseca com ela.

Como frisa o antropólogo e vice-reitor do Centro de Estudos Africanos da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da USP, Kabengele Munanga, para várias culturas africanas o belo é justamente aquilo que funciona. Isso não significa que não exista preocupação com as formas e a maneira de se produzir os objetos. "Eles eram feitos por encomenda por pessoas iniciadas e que seguiam um conjunto de regras. Esses produtores conheciam os símbolos e a madeira que deveria ser utilizada", esclarece Munanga, que nasceu na República Democrática do Congo e há 28 anos mora no Brasil.


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Acaçá Pai Cido De Òsun Eyin Candomblé Yorubá Cozinha Orixás. Comida de santo. iyá bassê acaçá lubaça gembê amalá etc




Acaçá - Onde tudo começou.

Pai Cido de Òsun Eyin

Arx

2002


Livro em bom estado de conservação, uma pérola, muito escasso, aproveite.

Escrever um livro sobre comida que não fosse de culinária comum criou um problema para o babalorixá Cido de Òsun Eyin, baiano que mora em São Paulo desde os 20 anos.

Como fazê-lo?, perguntava-se o religioso, que pediu ajuda aos orixás. Dormiu um dia e sonhou com o acaçá, interpretando a história como "um recado de Oxóssi", o patrono do seu terreiro. Para quem não sabe ou não está lembrado, acaçá é aquele bolinho cremoso de milho branco enrolado na palha de bananeira, e que ainda pode ser encontrado à venda nas ruas da cidade.

Dentro do Candomblé, informa pai Cido, o acaçá é, simbolicamente, o alimento mais importante. Deve ser ofertado a todos os orixás, em todas as cerimônias, das mais simples às mais complexas, como as de iniciação e passagem. Pensando na iguaria como síntese da importância da comida para o povo de santo, ele chegou ao formato de Acaçá - Onde tudo começou, que traz o intertítulo Histórias, vivências e receitas das cozinhas de Candomblé (Arx).

"O acaçá é o símbolo de paz, a energia branca, remete ao princípio de todas as coisas, à criação", afirma pai Cido.

A partir desse conceito, o trabalho conseguiu mesmo fugir do formato clássico dos livros de receitas, dando um tratamento antropológico ao assunto. Escrito com a colaboração de Rodnei William Eugênio, sociólogo e filho-de-santo de pai Cido, a publicação procura mostrar a importância do alimento no cotidiano das casas de candomblé. O autor observa que a comida, diferentemente do que acontece em outras religiões, representa um elo fundamental entre os homens e as divindades.

"A comunhão se dá em termos reais e simbólicos, pois o mesmo caruru com arroz e galinha da terra que mata a fome dos homens, antes foi oferecido aos orixás, que a partir de então passam a dividir a mesa e a compartilhar da alegria de seus filhos", anota pai Cido. Comer da mesma comida ofertada a Oxum, Oxóssi e outros deuses seria, então, uma maneira de despertar o axé do orixá dentro de cada um de nós.

A primeira parte do livro dá uma geral nos elementos que cercam o ritual do preparo, destacando-se a ida aos mercados e a ação coletiva nas cozinhas. Segundo pai Cido, ingredientes, temperos e modos de preparar são fundamentais para alcançar os propósitos finais. O azeite-de-dendê, diz, assim como o mel e o sal, é uma espécie de sangue, imprescindível nos rituais de consagração. "Depois que fiz o santo, tenho me preocupado muito com a forma correta dos pratos. Vejo muita gente fazendo o acaçá de forma incorreta", diz.

Na seqüência, a publicação traz 18 capítulos, cada um dedicado a um orixá e os principais tipos de alimentos que costumam lhe serem servidos. O interessante é que o autor conseguiu fugir de uma abordagem simplista, falando de comida a partir da mitologia dos orixás e mostrando como os pratos podem variar de acordo com a cultura local. O inhame, por exemplo, está diretamente ligado a Ogum porque, na África, ele é fundamental, simboliza a fartura desejada pelo orixá guerreiro. É a base de muitos pratos naquele continente. No final do livro, um apêndice com algumas receitas e um pequeno glossário.

Fazer história - Acaçá - Onde tudo começou é o segundo livro de pai Cido, que anteriormente publicou o polêmico Candomblé: a panela do segredo. Dizendo que está interessado em fazer história e não em escrever livros, ele diz que não recebe nenhum elogio do povo do candomblé. "O candomblé só bate palmas para intelectuais", alfineta pai Cido, definindo-se como uma pessoa simples, mas que tem o que contar. "O intelectual tem a tese e eu vivo o Candomblé, eu sei fazer acaçá, acarajé e abará, sei como funciona, esta é minha vida", diz.

Comandando um terreiro na zona leste paulista, pai Cido de Òsun. "A cidade me abraçou e Oxum me deu tudo que tenho", diz ele.

Trabalhamos com um vasta acervo sobre o tema.

Temos condição de conseguir muitos outros títulos da área, diga-nos quais você precisa e lhe daremos a resposta.

Envio em até 24 horas após a confirmação de pagamento com confirmação via e-mail e número de postagem .

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ESTA PÁGINA VISA CONTRIBUIR PARA A ELABORAÇÃO DA BIBLIOGRAFIA SOBRE A TEMÁTICA 'NEGRO', SOBRETUDO NO BRASIL. TRABALHAMOS COM O FORNECIMENTO DE LIVROS ESGOTADOS, RAROS, FORA DO COMÉRCIO, RECOLHIDOS E OUTROS SOBRE A TEMÁTICA AFRO BRASILEIRA, CASO QUEIRA É SÓ NOS CONTACTAR. ABRANGEMOS DIVERSAS ÁREAS DO CONHECIMENTO DESDE OS ORIXÁS ATÉ MILTON SANTOS O MAIOR INTELECTUAL NEGRO DO SÉCULO XX.





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Aculturação Negra no Brasil. Arthur Ramos. Coleção Brasiliana vol. 224.




Aculturação Negra no Brasil.

Arthur Ramos.

Cia Editora Nacional - Col. Brasiliana número 224

1942



Brasiliana 224 - livro em brochura original, muito bom estado de conservação, 376 p., um clássico.

O estudo da aculturação é uma das conquistas da antropologia brasileira, principalmente em relação às culturas negras.
Na primeira parte, examinam-se vários aspectos da herança cultural do negro.
Na segunda parte, o problema da assimilação e da aculturação é examinado em seus vários aspectos.
No apêndice, inclui artigos e entrevistas do Brasil e do Exterior sobre os estudos negro-brasileiros e a escola de Nina Rodrigues.

A explicação geral de Arthur Ramos em relação à aculturação negra no Brasil tornou-se clássica no pensamento social brasileiro. Na África existiriam diversos grupos populacionais distintos, com organizações sociais e culturais próprias.

A maioria dos negros que vieram ao Brasil com o tráfico de escravos pertenceriam aos seguintes grupos populacionais e culturais:
a) Bantu (Angolas, Congos, Moçambiques); b) Sudanes (Yorubas, Ewes, Daomeianos e Fanti-Ashanti); c) Islamizados (Haussás, Tapas, Mandigas, Fulahs).

Quando chegaram ao Brasil cada um destes grupos foi alocado em uma região do país, reagindo de formas diferenciadas à escravidão...


Arthur Ramos de Araújo Pereira, N. Pilar, atual Manguaba/AL, 1903 e F. Paris/França, 1949.

Médico, livre-docente de clínica psiquiátrica da Faculdade de Medicina da Bahia professor de psicologia social da Universidade do Brasil, foi também catedrático de antropologia e etnografia da Faculdade Nacional de Filosofia.

Dedicou-se aos estudos de psicanálise e higiene mental e às pesquisas de religiões e folclore negro, tornando-se autoridade em africanologia.

Fundou, em 1941, a Sociedade Brasileira de Antropologia e Etnologia. Colaborou em diversas publicações especializadas, no Brasil e no exterior.

Era diretor do Departamento de Ciências Socias da Unesco quando morreu, aos 46 anos, de colapso cardíaco.

Sua obra, considerada sólida, básica e indispensável para o conhecimento da cultura negra no Brasil, compreende 458 trabalhos, entre livros, ensaios e artigos, nas áreas da psiquiatria e da antropologia, muitos deles traduzidos, catedrático de Antropologia e Etnografia da Faculdade Nacional de Filosofia. Pesquisou religiões e o folclore negro. Colaborou em revistas especializadas do Brasil, América e Europa. Era conhecido como uma das maiores autoridades em africanologia. Faleceu em Paris, em 1949.




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14 de outubro de 2010

A FOGUEIRA DE XANGÔ, O ORIXÁ DO FOGO José Flávio Pessoa Barros Candomblé Yorubá Nagô Ifá Ritos Africa Religião etc



A FOGUEIRA DE XANGÔ, O ORIXÁ DO FOGO: Uma introdução à música sacra afro-brasileira

José Flávio Pessoa de Barros.

Ed. Pallas

2005. 256p., ótimo estado, com o CD contendo os canticos dos Orixás africanos, escasso, não perca.

O olhar aguçado do antropólogo vai paulatinamente desvendando um dos fenômenos mais significativos da natureza humana – a religião. A fogueira de Xangô... orixá do fogo é a memória da África reelaborada no Brasil, com toda a sua beleza, vigor e emoção. O escritor, competente no seu ofício, possibilita ao leitor a reflexão e a vivência deste legado e patrimônio nacional. O caminho escolhido, o da musicalidade, tão expressiva nas religiões afro-brasileiras, é outro fator de encantamento. Os cânticos e as gravuras realçam a beleza deste ritual, e sua música é, pela primeira vez, apontada pelo autor como sacra, colocando-a no mesmo nível de outras tradições religiosas ocidentais. Além da metodologia adotada, da observação participante, a linguagem é utilizada com extrema clareza, permitindo a todos um maior acesso ao imaginário social do povo-de-santo. Da mesma forma que Henri Atlan aproxima linguagem e memória, Pessoa de Barros, percorrendo o mesmo caminho, traz intrigantes reflexões sobre a história das comunidades-terreiro. Seu livro permite uma maior compreensão dos vocábulos e insere informações que propiciam o resgate das memórias e do complexo simbólico, que envolve as diferentes religiosidades de matrizes africanas no Brasil.

01.Bata; 02.Alujá; 03.Tonibobé/Kakaká-Umbó; 04.Oba Kawabá; 05.Ó niiká, Ó niiká; 06.Oba irá l’oko; 07.Béè ni je; 08.E ní pá léèrin; 09.Imo wá; 10.Àwa Dupé; 11.A dúpé; 12.Fé lê; 13.Sángbá; 14.Óni Dada; 15.Dada má sokun; 16.Báyànni gidigidi; 17.Fura ti na; 18.Ibá Orisá; 19.Òrán in; 20.Oba Sérée la fèhinti; 21.Eye Kékéré; 22.Airá ójo; 23.A niwa Wure; 24.Olowó; 25.Omo asiko bere; 26. Ago l’óna e; 27.Oba ní sà; 28. Máà inón; 29.Aláàkóso; 30.A sín e doba àra; 31.Aira ó lê lê; 32.Airá ó, ore géde; 33.Gbáà yíì l’àse; 34.Sàngó e pa; 35.Fírì ínón; 36. Barú; 37. Àjàká; 38.Àjáká òkè; 39.Ò be ri ò; 40. Aé aé ó gbé lê; 41.Agonjú; 42.Káwòóo; 43.Oba sérée; 44.Kíni ba; 45.Áwúre lê; 46.Ó fi làbá; 47.Ó jigón; 48.E ki Yemonja; 49.Oba sà rewà; 50.Sòngó to; 51.Ké kikì; 52.Kàtà-Kàtà; 53.Ògúm ní; 54.E ka máà ro; 55.E iyá kékéré; 56.Yemonjá sàgbàwí; 57.Oya kooro; 58.Odò hó; 59.Dá ní a padá; 60.A ri ide; 61.òsun e lóòla; 62.Yèyé yé olóomi ó; 63.Ayaba balé; 64.Ìyá do sìn; 65.Igbá Ìyàwó; 66.Oba e’léékò; 67. Ìtí wéré; 68.Oní sé a àwúre; 69.Ajagùnnòn; 70.Òrìsà oore;

Denílson dos santos Silva, Luiz Gustavo da Conceição, Raimundo Santa Rosa, Uaraçari de C. Pinto: Atabaques Run, Rumpi, Lê e Agogô; Coro: Ana Moreno, Bete d’Oxum, Cláudia Moraes, Dil Fonseca, Marcos Sacramento, Marilza Torres, Marlene De Lufan; Solo Vocal: M. Lúcia da Silva;

O que dizer de uma obra perfeita? José Flávio Pessoa de Barros conseguiu fazer o que ninguém nunca quis ou conseguiu: dar a atenção devida e respeitosa para a música de terreiro, esta matriz importante de sentimentos e dimensões que geraram e guardaram a força do povo brasileiro, seja nas igualdades sociais, seja na origem das manifestações artísticas de nosso povo. Livro e disco são excelentes, surpreendentes e corretíssimos na história e na descrição de cantos e toques, seja na reprodução da língua, seja na transcrição das partituras.
No livro, o autor explicita os procedimentos para a festa em homenagem ao orixá Xangô em suas várias etapas: preparo, bebidas e pratos festivos, mitos, danças, cânticos, etc. No cd, a mágica de músicos excelentes, envolvidos com a proposta e com a espiritualidade. O autor percorreu vários terreiros do Rio de Janeiro e ao perceber a falta de registro sobre os fundamentos da doutrina, resolveu escrever esta obra.
O desvendamento da estética de uma cultura é tarefa extremamente sensível. Palavras não são suficientes para descrever certas realidades e aí o discurso cede lugar à sensibilidade para atingir seu objetivo: este livro/cd é um maravilhoso presente à história brasileira, do mundo e da arte. Obrigatório.

Trabalhamos com um vasta acervo sobre o tema.

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Envio em até 24 horas após a confirmação de pagamento com confirmação via e-mail e número de postagem .

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9 de outubro de 2010

Africa - Mitologia Africana Geoffrey Parrinder











autor: Parrinder Geoffrey

título: Africa - Mitologia Africana

editora: Verbo Portugal

ano: 1987

Comentários: bom estado, capa dura, com sobre capa original, muito ilustrado,
Com índice, bibliografia e agradecimentos. Ilustrações, coloridas, preto&branco,mapas, livro escasso e de referencia, não perca, saiba mais.;

Alguns tópicos de que trata a obra:

O criador; Deus abandona o mundo; Os primeiros antepassados; O mistério da natividade;
As origens da morte; O mundo além; Deus e espíritos; Oráculos e advinhação;
Bruxas e monstros; Sociedades secretas e antepassados; Lendas da África; Fabulas de Animais;
etc...


Mponwe máscara ancestral feminino; Real cabaça de Camarões; Ibo tornozeleira de ouro; Kuduro caixa de Ashanti; Iorubá dança máscara pintada; Iorubá cabaça. Símbolo da vida e da eternidade;
Templo de Xangô, Ibadan; Iorubá culto ancestral máscara; Senufo figura passáro, culto aos Ancestrais; encosto de cabeça esculpida Luba. padrão masculino-feminino; Vaso Iorubá; Arte Fon, Bacota; Jejê, Dogon, Bantu, Douala, Nagô, ashanti; etc ...


Segundo Parrinder, a religião iorubá pode ser descrita como um triângulo: no vértice superior, sede de todas as forças, situa-se deus supremo. Nos dois lados descendentes residem as forças subordinadas, os deuses e os antepassados. Na base vivem as forças menores, relacionadas com a magia. Os seres humanos encontram-se no meio do triângulo e têm de viver em harmonia com todas as forças que afetam a sua vida.


Os mitos dos povos ao sul do Saara. O vasto continente da África contém muitos corpus diferentes de mito, decorrentes de varios povos, estruturas sociais e ambientes físico. A variedade é impressionante, e neste livro Geoffrey Parrinder dá um relato completo do Pensamento negro africano sobre a vida e crenças. Ele reconta as histórias que são ao mesmo tempo fascinante e estranhas para o ambiente do homem sem familiaridade. Com texto totalmente ilustrado de artefatos, arte africana e pinturas relacionadas com os mitos.



Na mitologia de qualquer continente sempre se distinguem os mitos principais e os
considerados de menor importância. Mitos há que são dominantes, mostrando o
caráter do pensamento religioso, enquanto os outros são menos centrais, repetitivos
e fantásticos. Deve ter-se sempre em conta todas estas espécies de mitos, pois é o
seu conjunto que indica os valores que unem uma determinada sociedade.




Conta um mito que, no princípio, o mundo era todo pantanoso e cheio de água, um lugar desperdiçado. Sobre ele, no Céu, estava Olorun que ali vivia com outras divindades. Os deuses vinham brincar nos pântanos, descendo em teias de aranha que se estendiam sobre grandes precipícios, como pontes etéreas. Nessa altura, ainda não havia homens, pois não existiam solos enxutos e sólidos. Um dia, Olorun chamou o chefe das divindades, O Grande Orixá (Obatalá), à sua presença e disse-lhe que pretendia criar terrenos sólidos, e que o encarregava desta tarefa. O Grande Orixá recebeu de Olorun uma casca de caracol cheia de terra solta, um pombo e uma galinha com cinco dedos. Desceu do Céu em teia de aranha e deitou a terra da casca sobre um pequeno espaço no pântano, em seguida, colocou o pombo e a galinha sobre a terra, que começaram a espalhar a terra imediatamente, até que se formasse terreno sólido. O local onde se iniciou a criação foi chamado Ifê, vasto em iorubá, mais tarde juntou-se a palavra Ilê, casa em iorubá, para mostrar que se tratava da habitação da qual todas as outras surgiram. Desde então, Ilê-Ifè passou a ser a cidade mais sagrada do povo iorubá. Obatalá também foi encarregado de plantar as árvores para dar, mais tarde, alimento para os homens que foram criados no Céu, sendo Obatalá confiado a modelálos em barro. A tarefa de dar a vida, porém, ficou reservada para Olorun.


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8 de outubro de 2010

Antonio Olinto Brasileiros na África



Brasileiros na África

Antonio Olinto

editora: Grd

ano: 1964

descrição: História do Brasil, Estudos Afro-Brasileiros, Livros Raros, Brochura, 287 pgs, Ilustrado; Livro que Ilustra as Relatos dos Brasileiros retornados á África ( Benin e Nigéria ), e suas influências na cultura africana; Ilustrado com fotos P&B; Bom estado.

Com apendice, com bibliografia, com ilustações. com mapas, Capa de Adir Botelho.

Interessante livro que narra as vivências de Antonio Olinto e Zora Seljan, dois dos maiores intelectuais bahianos em terras e culturas ancestrais da Africa, muito rico em diversos aspectos. Iperdível para quem se dedica aos estudos afro-brasileiros.


"No começo da década de 50, Pierre Verger, depois de larga temporada de pesquisa na Africa, chegava ao Brasil com uma gravação de conversas com brasileiros na Nigéria..."


"Ao visitar o templo de Oxum Miuá, nas margens do rio Oxum, lembreime da roça, como é carinhosamente chamado o Opô Afonjá de Xango... Fui encontrar na casa de do Ataojá (rei) de Oxogbô (cidade de Oxum), na região ocidental da Nigéria (Iorubalandia) , um abajur de contas do mar, disse-me o Ataojá que era presente de Senhora, levado por Pierre Verger..."


Antonio Olinto, membro da Academia Brasileira de Letras, compartilha suas memórias dos terreiros da Bahia. Olinto é um dos principais estudiosos da cultura africana, no Brasil. Obá de Xangô do Ilê Axé Opô Afonjá, ele revela momentos do convívio com a religião dos Orixás enriquecendo a cultura nacional. Junto com a esposa, Zora Seljan, trilhou por mais de 50 anos os caminhos dos orixás.


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Antonio Olyntho Marques da Rocha, 1919 nasceu em Ubá, estudou Filosofia e Teologia. Tendo desistido de ser padre, foi durante 10 anos professor de Latim, Português, História da Literatura, Francês, Inglês e História da Civilização, em colégios do Rio de Janeiro.

Suas grandes paixões são a música africana e a cultura africana.

Quando na África, descobriu a cultura negra no Brasil e a presença brasileira na África. Na Bahia, foi escolhido, juntamente com Jorge Amado, para ser Obá de Xangô, no candomblé do Ilê Axé Opô Afonjá.


Nomeado Adido Cultural em Lagos, Nigéria, pelo governo parlamentarista de 1962, em quase três anos de atividade, fez cerca de 120 conferências na África Ocidental, promoveu uma grande exposição de pintura brasileira sobre motivos afro-brasileiros, colaborou em revistas nigerianas, enfronhou-se nos assuntos de nova África independente e, como resultado, escreveu uma trilogia de romances - "A Casa da Água", "O Rei de Keto" e "Trono de Vidro" - hoje traduzidos para dezenove idiomas (inglês, italiano, francês, polonês, romeno, macedônio, croata, búlgaro, sueco, espanhol, alemão, holandês, ucraniano, japonês, coreano, galego, catalão, húngaro e árabe) e com mais de trinta edições fora do Brasil.

Seu livro "Brasileiros na África", de pesquisa e análise sobre o regresso dos ex-escravos brasileiros ao continente africano tem sido, desde sua publicação em 1964, motivo de teses, seminários e debates. De 1965 a 1967 foi Professor Visitante na Universidade de Columbia em Nova York, onde ministrou um curso sobre Ensaística Brasileira. Na mesma ocasião, fez conferências nas Universidades de Yale, Harvard, Howard, Indiana, Palo Alto, UCLA, Louisiana e Miami. Escreveu uma série de artigos sobre a Escandinávia, o Reino Unido e a França.


Conheceu, em 1955, a escritora e jornalista Zora Seljan, com quem se casou. A partir de então, os dois trabalharam juntos em atividades culturais e literárias. Quando Antonio Olinto foi crítico literário de "O Globo", Zora Seljan assinava a crítica de teatro no mesmo jornal, sendo que às vezes as duas colunas saiam lado a lado na página. Antes de os dois seguirem para a Nigeria, já Zora havia escrito a maioria de suas peças de teatro afro-brasileiras, das quais, mais tarde, em Londres, uma delas, "Exu, Cavalheiro da Encruzilhada" seria levada em inglês por um grupo de atores ingleses e americanos, sob a direção de Ray Shell que participara da produção de "Jesus Christ Superstar". Na Nigéria Zora Seljan foi leitora na Universidade de Lagos. De volta da África, Antonio Olinto publicaria um relato de sua missão ali, "Brasileiros na África", Zora Seljan lançaria dois livros: "A Educação da Nigéria" e "No Brasil ainda Tem Gente da Minha Cor?". Em 1973, os dois fundaram um jornal em Londres e em inglês, "The Brazilian Gazette", que vem existindo continuamente desde então.


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cultura griot.

30 de setembro de 2010

João Pedro Marques, Os Sons do Silêncio: o Portugal de Oitocentos e a Abolição do Tráfico de Escravos, Lisboa, Instituto de Ciências Sociais, 1999, 509 páginas.

João Pedro Marques,

Os Sons do Silêncio: o Portugal de Oitocentos e a Abolição do Tráfico de Escravos,

Lisboa, Instituto de Ciências Sociais,

1999, 509 páginas.


livro em bom estado de conservação,coda5a-x12,escasso, não perca, saiba mais...



Este livro não constitui o primeiro contributo de João Pedro Marques para o conhecimento do tema do tráfico da escravatura e da sua abolição em Portugal. Há alguns anos que se encontram textos seus onde a profundidade da investigação e da interpretação se conjuga com excelentes leituras so bre o estado do estudo da questão na historiografia internacional.

Nesses trabalhos, e sobretudo neste, que constitui a versão publicada da sua dissertação de doutoramento, o autor desconstrói um dos mitos mais persistentes da história portuguesa, organizado em torno da imagem do pioneirismo português na luta antiescravista no século XIX.

Trata-se de uma imagem que traduz, como se explica nas primeiras páginas, o efeito conjugado do silêncio da historiografia portuguesa, da distorção, da omissão (que o autor considera existir nos trabalhos historiográficos que recentemente vieram interromper aquele silêncio) e também da (consequente) subvalorização historiográfica do tema da abolição da escravatura.

Neste livro, como noutros textos, o autor investe boa parte do seu trabalho analítico e de levantamento de informação para explicar por que é que, bem ao contrário dessa imagem, Portugal foi, na ordem dos factos, «um dos países ocidentais que mais tarde decretou a abolição [...] e um dos que durante mais tempo permaneceu maioritariamente estanque ou refractário às ideologias e políticas abolicionistas».

Uma das teses fundamentais do livro é a de que a explicação não reside tanto em factores de ordem exterior à «vontade» (como a resistência colonial à abolição ou a insuficiência dos meios para a concretizar) quanto numa ausência de «vontade» ou numa «‘vontade’ portuguesa» que pendia mais para a preservação do que para a abolição do comércio negreiro.
É para melhor compreender essa «vontade» que o autor se propõe reconstituir «o conjunto das representações mentais a respeito do abolicionismo» em Portugal.

29 de setembro de 2010

Quilombos- Resistência Ao Escravismo Clóvis Moura

Autor: CLÓVIS MOURA
Título: QUILOMBOS RESISTÊNCIA AO ESCRAVISMO
Editora: ÁTICA
Ano: 1993
Páginas: 95


Comentário: LIVRO EM BOM ESTADO DE CONSERVAÇÃO ENCADERNADO EM BROCHURA ORIGINAL.

No Brasil, o quilombo marcou sua presença durante o período escravista e existiu praticamente em toda a extensão do território nacional. À medida que o escravismo aparecia e se espraiava nacionalmente, a sua negação também surgia como forma de sintoma da antinomia básica deste tipo de sociedade.

28 de setembro de 2010

O Negro na Vida Social Brasileira Aloisi Irene/ Haddock Lobo

O Negro na Vida Social Brasileira

Aloisi Irene/ Haddock Lobo

editora: Panorama

ano: 1941

descrição: Haddock Lobo - Irene Aloisi O Negro na Vida Social Brasileira 1ªed 1941 Ed. Panorama-São Paulo. 102pp Formato 13x19cm Volume 2 da Coleção "Assuntos Brasileiros-Cadernos de Ensaios" Serie C.
Encadernação original em capa brochura, Principais aspectos da vida social dos afro-brasileiros. Reminiscências da mentalidade clánico-totêmica. patologia social. formas que assume o movimento de segregação e direção que esse movimento tende a tomar. conclusões e o verdadeiro aspecto do problema.

24 de setembro de 2010

Concepção Afro-brasileira do Universo Nagô Ornato J. Silva Inforbral 1994 Candomble. Fon. Yorubá. Nagô. Jeje. Banto. Odu. etc


Concepção Afro-brasileira do Universo Nagô

Ornato J. Silva

Inforbral - 1994

Livro em bom estado de conservação, escasso, não perca, saiba mais...

O autor, candomblecista sério, assume o compromisso determinado pela tradição milenar dos cultos aos Orixás, passado de geração a geração, de lutar pela preservação da tradição da cultura nagô.

Com cópia de Carta da Ialorixá Regina Bomboshê de Iemanjá. Ya Omi Ashe Aire Intile.

O jogo de búzios; Ancestralidade religiosa; Preparativos para a festa anual de Iemanjá;

Iemanjá mãe dos orixás; Função Ogan/Ekedi no interior do terreiro;

Função Egboni no interior do terreiro; Cromin; Ofertório;

O processo de aprendizagem do Babalaô; Literatura oral; Orixá e Egbe-Awo;

Xango: o mais temido dos Oba de Oyo; A tradição religiosa do Babalaô: Fadele professor de culto;

O pé de Dende: função dentro do sistema religioso; Ogun: O Ooni Rei dos Reis de Ile-Ife;

Osonyin: o poder da cura do sábio das folhas; Fundação do Oshogbo; etc...



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23 de setembro de 2010

Caminho Cheio de Sol Perylo de Oliveira poesia brasileira literatura Poeta negro paraibano

Caminho Cheio de Sol

Perylo de Oliveira

editora: Gráfica Nordeste

ano: 1928

descrição: 1ª edição, com dedicatória de Santa Rosa. Encadernação original brochura. Livro em bom estado de conservação.

PERYLO D'OLIVEIRA - Poeta nascido em Araruna, PB, por volta de 1900. Considerado por vários críticos um dos grandes poetas brasileiros da primeira geração do modernismo. Morrreu aos 26 anos vitima de tuberculose.

Primeiro Congresso Afro-Brasileiro Novos Estudos Afro-Brasileiros 1937




Arthur Ramos Edson Carneiro Gilberto Freyre e outros.

Novos Estudos Afro-Brasileiros

Trabalhos apresentados ao 1º Congresso Afro-Brasileiro do Recife.

Rio de Janeiro: Civilização Brasileira

1937.


livro em muito bom estado de conservação, capa brochura original, escasso, não perca, saiba mais...

(Biblioteca de divulgação científica, IX), um dos principais veículos de divulgação dos estudos etnográficos sobre o negro realizados com grande força em várias partes do Brasil.

Com um souvenir de época tratando do mesmo assunto, deixado dentro do exemplar pelo antigo dono.

Um dos mais importantes livros sobre a temática afro-brasileira. Importante coleção da década de 30 dirigida pelo estudioso Dr. Arthur Ramos.

Ilustrado: Desenhos de Lasar Segall; Santa Rosa; Portinari;

Diversos textos dentre os quais:

Aspecto da influencia africana na formação social do Brasil. Uma escava original.

Xângo. O problema do negro e do mestiço no Brasil. Musicalidade do escavo negro no Brasil.

Ohum eniadudu. Lendas Fons ou Dahomeanas, etc ...

Diversos autores:

Arthur Ramos. Rodrigues de Carvalho. Luis da Camara Cascudo.

Carlos Pontes. Edson Carneiro. Jorge Amado.

Juliano Moreira, viuva. Leonildo Ribeiro. W. Bernadelli.

Isaac Brown. Jovelino M Camargo. Gonsalves de Mello.

Nair de Andrade. Jarbas Pernambucano. Samuel Campello.

Giberto Freyre. Jacques Raimundo. Ulysses Pernambucano.

Jorge Amado. A Austregesilo. Bastos Avila.



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África: Terra, Sociedades e Conflitos Nelson Bacic Olic



África: Terra, Sociedades e Conflitos

Nelson Bacic Olic

editora: Moderna

ano: 2004

descrição: livro em bom estado de conservação, com Brochura. 128 páginas;

O objetivo principal deste livro é o de traçar um panorama geopolítico do Oriente Médio, uma das mais conturbadas regiões do planeta. Os autores analisam as causas desses conflitos, mostrando a conjunção de fatores históricos, geográficos, religiosos, estratégicos, culturais, sociais, étnicos e econômicos como ponto de partida para a compreensão de tantos problemas que parecem longe de uma solução pacífica.


Embora no Brasil exista uma população de 45% de afro-descendentes, temos pouco conhecimento do continente africano. Nesse livro, os autores nos colocam em contato com a multiplicidade de povos e tradições antigas, uma infinidade de etnias e centenas de idiomas que caracterizam o fascínio da África. Ao longo da descrição dos conflitos étnicos e religiosos, somos informados sobre o processo da colonização e das lutas de emancipação, meio à disputa do subsolo, rico em ouro, diamante, petróleo, além de produtos estratégicos usados para fins bélicos. Dos 53 países, os autores analisam diversos deles, ora pela sua importância na economia do continente, ora pela pobreza, doenças, desastres naturais e tragédias das guerras civis. Conhecer as dificuldades enfrentadas, sobretudo gestadas a partir da herança colonial, pode ser um caminho para aguardar melhores dias para os povos africanos.

20 de setembro de 2010

O Negro da Quinta Imperial Romance Histórico Raro Mucio Teixeira - Escravidão Abolição Histórica

O Negro da Quinta Imperial Romance Histórico Raro

Mucio Teixeira - Escravidão Abolição Histórica

editora: Jornal do Brasil

ano: 1927

descrição: livro muito antigo, amarelado, contudo em bom estado, clássico, referência para o estudo da literatura sobre o assunto e sobre a história do país.coda130309. escasso, Nº de páginas:306, não perca, saiba mais...

com a famosa lista de mulatos ilustres, citada por Nei Lopes.

negro da quinta imperial ( romance histórico)
mucio teixeira ( barão ergonte), inclui estudo a respeito de Mucio Teixeira.

Fotografias em p&b. fotografias de Mucio Teixeira, Pref. de alvaro


Livros usados. Livros esgotados. Livros raros.

Aires da Mata Machado Filho O negro e o garimpo em Minas Gerais Som Negro – Músicas Africanas e de Influência Africana




Autor: Aires da Mata Machado Filho

Tìtulo: O negro e o garimpo em Minas Gerais

Editora: Civilização Brasileira

1964

Páginas: 131

Comentário: Livro em bom estado de conservação, brochura com capa original. com partituras, com vocabulario do dialeto crioulo,nota introdutoria de M. Cavalcanti Proença. exemplar numerado, obra de referencia...

Som Negro – Músicas Africanas e de Influência Africana

Superstição, feitiço e crendices.
sob o signo do diamante.
garimpeiros, quilombolas, capangas, faiscadores.
quartel de Indaiá e as sobrevivencias bantos.
totemismo.
canjere.
Vissungos.
etc...

Obra valiosa escrita por um mestre da filologia e do folclore e que é indispensavel a todos quantos se interessam pelos temas sociologicos do Brasil.

cantos da série recolhida por Aires da Mata Machado Filho no fim dos anos 20 do século passado, em São João da Chapada, município de Diamantina, Minas Gerais.

Fundamentado em pesquisas de cantigas africanas outrora ouvidas nos serviços de mineração, Aires da Mata Machado Filho realiza importante estudo sobre as contribuições do negro à cultura brasileira. Obra valiosa, escrita por um mestre da filologia e do folclore e que é indispensável a todos quantos se interessem pelos temas sociológicos do Brasil. A reconstituição da história de São João da Chapada, povoação satélite de Diamantina, onde a comunidade negra deixou farto manancial para análises e interpretações.


Aires era filólogo, filósofo, professor de Filologia Românica da Universidade Federal e da Universidade Católica de Minas Gerais, historiador, jornalista, presidente, durante muito tempo, da Comissão Mineira do Folclore, foi um pioneiro em muitas frentes.

Escreveu, nos anos 30, já que sofria de deficiência visual, uma Educação de Cegos no Brasil, e publicava, no jornal O Estado de Minas, uma coluna semanal com lições de ortografia e gramática, além de responder às dúvidas dos leitores.

Em férias, em 1929, o filólogo viajou para São João da Chapada, onde lhe chamaram a atenção “umas cantigas em língua africana ouvidas outrora nos serviços de mineração”, conforme descreveu.

Vissungos – Tais cantos são chamados vissungos, palavra que vem do umbundo ovisungo (cantiga, cântico), conforme ensina Nei Lopes em seu Dicionário Banto do Brasil. Já era plano de Aires da Mata Machado recolher os vissungos e reunir o vocabulário e a gramática da língua dos negros benguelas. Teve pouco êxito na primeira investida; na segunda, ele e seu colaborador Araújo Sobrinho ouviram de um Seu Tameirão 200 palavras e algumas cantigas; adiante, surgiram outros cantadores que sabiam letra, música e tradução.

Mata Machado sustenta a importância dos vissungos, sua influência nos começos daquele arraial e mais “os vestígios da língua das cantigas na linguagem corrente, na onomástica e na toponímia” – os vestígios de um um dialeto banto num tempo em que se pensava que a língua dos negros trazidos como escravos para o Brasil resumia-se ao nagô.

Ele defendia que os estudos da dialetologia brasileira e questões que dissessem respeito à etnografia seriam sempre provisórios se não fosse considerada a importância de Minas Gerais – e o tempo encarregou-se de mostrar seu acerto...

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Manuel FERREIRA,

A Aventura Crioula,

Plátano Editora, Lisboa,

1973,

livro em bom estado de conservação, brochura original, escasso, nao perca, saiba mais ...

exemplar único com autografo e dedicatória do autor para um dos grandes nomes da cultura e literatura brasileira, autografado por ocasião de uma passagem do autor pelo Brasil.

com capa de Criner y Dintel. com prefacio de Baltasar Lopes. com uma substancial bibliografia temática sobre o assunto. com indice de nomes. Com indice de obras de autores cabo-verdianos.


Manuel Ferreira, escritor português mas de longa vivência cabo-verdiana. No seu livro A aventura crioula, nos fala de Cabo Verde como sendo “a mais antiga colônia do mundo (...), o primeiro caldeirão de ensaio de miscigenação euro-africana (...), o mais extraordinário caso aculturativo nos trópicos, mesmo considerando o fenômeno brasileiro, tido vulgarmente como padrão não só nos sistemas de interpenetração de culturas mas também na convivência racial”. E esclarece:

“Que o facto se explique pela inexistência de monocultura em Cabo Verde; pela pequenez do meio onde parece não ter sido possível a formação da casa-grande afastada da senzala; pela necessidade de uma defesa comum frente aos assaltos constantes dos navios piratas; pelo reduzido número de mulheres brancas; menor resistência das culturas negras; por serem terras desligadas do continente africano; ou ainda por outras razões não averiguadas, não vem ao caso agora, e nem está nos nossos propósitos nem na nossa competência”.



Para o conhecimento de Cabo Verde, vem Manuel Ferreira munido de uma condição indispensável: a ausência total de preconceitos. Ele não pertence, felizmente, ao número dos que, apressados ou dogmáticos, querem meter à força Cabo Verde e o seu “caso” numa moldura premeditada. pelo contrário: aborda-o com humildade e com deliberação de o compreender, amando-o. E como Ferreira é bom conhecedor da terra e das gentes, os pontos de vista que tem apresentado ao longo de um debruçar, que não vem de ontem, sobre estes temas representam sempre valorações pertinentes; mesmo quando não concordemos totalmente, a nossa discórdia nunca deixa de ser acompanhada do respeito por este escritor, digo, por este homem profundamente sincero. Porque, perante o diálogo que Manuel ferreira vem mantendo com Cabo Verde, não é o escritor que primacialmente avulta para nós das ilhas: é o homem fraternal e militante.
Os assuntos versados neste livro, ..., inserem-se entre os de maior relevância para o conhecimento de Cabo Verde; e podemos acrescentar – os mais difíceis.
Baltasar Lopes


Manuel Ferreira escritor português, nascido em 1917, em Gândara dos Olivais, em Leiria, e falecido em 1994, em Lisboa, frequentou os cursos Comercial e de Farmácia dos liceus; licenciou-se em Ciências Sociais e Políticas. Mobilizado como expedicionário para Cabo Verde, em 1941, aí permaneceu seis anos, tendo convivido com os grupos das revistas CLARIDADEe CERTEZA, fazendo ainda parte da sua vivência ultramarina estadias na Índia, Angola e Guiné. Como docente e estudioso da literatura africana, publicou numerosos estudos; fundou e dirigiu a revista ÁFRICA e as edições ALAC e criou, na Faculdade de Letras de Lisboa, a cadeira de Literatura Africana em Língua Portuguesa. Colaborou em numerosas publicações periódicas portuguesas e estrangeiras, como VÉRTICE ou SEARA NOVA; organizou as antologias No Reino de Caliban (3 vols., 1975-96) e 50 Poetas Africanos, Antologia Selectiva (1989), etc... Ficcionista e autor de literatura infantil, a sua obra encontra-se traduzida em várias línguas, tendo recebido os prémios Fernão Mendes Pinto, em 1958, por Morabeza; Ricardo Malheiros, em 1962, por Hora di Bai, e o Prémio da Imprensa Cultural da Província por A Aventura Crioula em 1967.
Na esteira do neo-realismo, a sua obra reflecte, inicialmente, o seu amor pelo arquipélago de Cabo Verde, integrando uma novelística de raiz africana, onde a perspectiva realista serve, sem cair em interesse etnográfico ou gosto pelo exótico, a evocação do cosmorama humano e da cultura africana.