17 de maio de 2011

Claude Lépine Os Dois Reis do Danxome




Claude Lépine

Os Dois Reis do Danxome: Varíola e Monarquia na África Ocidental 1650-1800

Cultura Acadêmica

2000



Livro em bom estado de conservação, brochura original, escasso, não perca...

Livro de referência sobre o assunto, desta autoridade que é Lépine.

Livro com diversas ilustrações, com anexo Os clãs dos Danxome; Migrações antigas Ajá-Yorubás; Migrações Sakpata; O Agassouvi; Deuses antepassados; A sociedade; etc ...

Os dahomeanos distinguem entre os tempos Heho; Gbe; Ajo e o Hwenoho, sempre desde Abomey ...



Podemos chamar a atenção para a relação entre Nanã, Obaluaiyê e as doenças; No segundo, a relação que alguns grupos que formaram o Reino do Danxomé estabeleceram desde cedo entre Nã, chamada de Minona, literalmente, “nossa Mãe Nã”, na língua Fon e os gêmeos. A disputa entre Nanã e Ogun atesta a antiguidade de comunidades do Oeste do Danxome que teriam migrado para as várias regiões antes da chegada do Grupo liderado por Oduduwa, ancestral mítico do povo Iorubá que organizaram-se em torno dos “ancestrais da terra.”

Um estudo mais elaborado sobre alguns desses fatos foi realizado pela antropóloga Claude Lepine e apresentado em forma de Livro intitulado: Os dois reis do Danxome. Neste trabalho a autora registra que em Ilé Ifé, Obaluaiyê teria chegado antes de Oduduwa juntamente com Buku, ancestral responsável pela varíola. De Oyó, Obaluaiyê migrou para o pais Mahi e Buruku seguiu com a mesma representação. Em Ibadan, Sapanan e Buruku chegaram juntos do Danxome ou do Togo e lá foram cultuados juntos, confundido-se o guerreiro e a varíola. Isso valeu também para Abeokuta onde acreditava-se que Buruku teria vindo de Savé e Omolu do Danxomé.


Lépine, divide as denominações da seguinte forma:

Soponna (para os Yorùbá) e Sakpata (no Danxome), que não passam de dois nomes
diferentes da mesma divindade. São chamados, respectivamente: Obaluàiyé e Ainon,
o que significa respectivamente: O rei dos donos da terra e Dono da terra;

Soponna e Sakpata têm por altar um pequeno monte de terra sobre o qual estão
inseridas, de cabeça para baixo, duas ou três panelas de barro cheias de furinhos. Tais
altares são freqüentemente encontrados nas encruzilhadas perto da entrada das aldeias,
e seus templos são erigidos a certa distância dos núcleos urbanos. Costumam ser
cobertos de palha trançada.

Omolu e Olu, que são títulos de uma divindade regional originária do Oeste associada à água, e que acabou, em Ketu, por confundir-se com Soponna

- Obaluàiyé, o que nos leva a supor que tinham algumas funções em comum.
Possivelmente esta antiga divindade era associada ao culto dos primeiros antepassados
que ocuparam a terra.

Buruku é o nome de uma entidade encontrada sobre tudo no Oeste, mas conhecida
também em Ilé-Ifè em Òyó, e até em território nupê, e cujas atribuições não são bem
definidas. No Leste, é uma divindade da varíola que tende a confundir-se com
Soponna; no oeste, em Atakpamé, assume feições de deus supremo. Mas em Dassa
(seu lugar de origem?), também no Oeste, ele é representado por um montículo de
terra como Sakpata: Por outro lado Buruku freqüentemente é associado a Nanã, antiga
divindade da terra. Mas Na, ou Nanã, é um título usado para designar uma senhora
venerável, princesa, rainha ou tia idosa... Nanã Buruku então significaria apenas:
Venerável Mãe Buruku?


IGALA: Entre os Igala da região de Idah, a divindade da varíola chama-se Iye, isto é,
provavelmente Aiye iu seja o mesmo que Obalúaiyè. O povo Igala cultua a Terra e os
Antepassados e não os òrisà.

AKOKO: Para os Akoko (Ogori, Estado de Kwara, Nigéria), a deusa da varíola é Iya
Okeka, a Grande Mãe. A Lepra á atribuída à divindade da Terra, Ije, provavelmente a
mesma Iye, Aiyé.

IGBO: O deus da varíola, entre os Igbo, é Ojuku. Os Igbo cultuam também uma
divindade da terra chamada Ale, Ala ou Ana (seria Ilé, Onilé dos Yorùbá, ou Nanã.

ILÉ-IFÈ: Em Ilé-Ifè existe uma divindade chama Obalúàiyè, associada ä terra e à
agricultura, e também aos mortos e antepassados. Dizem que Obalúàiyè estava
estabelecido na região, em Oke Itase, bem antes da chegada de Odudùwà. Há outra
divindade, Buku, que traz a varíola.

OYÓ: Obálúàiyè teria vivido em Oyó no tempo do fundador da dinastia real,
Oranyián. Dizem que era um guerreiro cruel, que acabou emigrando para o país do
Mahi, onde se fixou. Segundo outra tradição, Obalúàiyè e era rei de Oyó e Oranyán
roubou-lhe o trono. Dizem que veio do país Nupê, onde teria sido um rei muito
poderoso11. Buruku também é conhecido, sendo responsável pela varíola.

IBADAN: Em Ibadan, Buruku e Sòpònna são a mesma divindade. Buruku teria vindo
do oeste, do Danxome ou do Togo. Segundo os informantes de Verger, teria vindo de
Tapá (Nupe), onde era um rei muito poderoso. Até hoje Obálúàiyè é chamado
Elempe, isto é, rei de Nupê. Podemos imaginar que eram duas divindades distintas,
que acabaram por se fundir.

ABEOKÙTÁ: Buruku e Omolu são cultuados nos mesmo templo, o que deve
significar que eles mantêm algum parentesco ou que eles foram instalados pelo
mesmo grupo. Buruku teria vindo de Sàvé e Omolu, do Danxome. Omolu é uma divindade das águas, e nos sacrifícios rituais que lhe são oferecidos não se deve usar
faca de ferro.

SÁBÈ: Dizem em Sàvé que Sakpata (Sòpònna) veio de Òyò. Buku, por sua vez, é
dito ter vindo do oeste. Existe também Olu Odo, divindade das águas, que apresenta
todas as características de Omolu. Teria vindo de Aise ou de Aja Popo.

KÉTÙ: Em Kétù, Sòpònna, Omolu e Obálúaiyè são a mesma divindade. Segundo
alguns, ela veio de Dassa Zoumé; segundo outros, veio de aise ou de Aja Popo,
aldeias situadas a oeste de Kétù.

DASSA ZOUMÉ: SÒPÒNNA é ai o mesmo que Sakpata, e dizem que ele veio de
Tapa. Buku veio de AtakpMÈ, oeste.

ALLADA: Em Allada o deus da varíola dos Houeda seria Houeci ou Houessio,
entidade da família do píton Dabgbe, e associada aos Antepassados.

ABOMEY: Como já sabemos, Sakpata foi trazido por Agaja no século XVIII; dizem
que ele veio de Dassa Zoumè.


O culto a Obaluaê está presente em várias regiões da África, cada qual com suas

especificidades próprias. Não podemos simplesmente restringir o culto a uma única região,

como é o caso de alguns orixás.


Os cultos a Sakpata Shapana (e outras variantes como Obaluaê, Ainon, Iye, Buruku)
representariam originalmente um culto ao “rei da terra”, associado aos ancestrais
fundadores (nascidos ou moradores no fundo da terra) e a ciclos agrícolas, e
remontariam a um antigo sistema religioso pré-Odudua...









Claude Lépine é uma antropóloga brasileira

É professora de Antropologia do departamento de Sociologia e Antropologia da Faculdade de Filosofia e Ciências da UNESP, campus de Marília. É doutora em Antropologia pela Universidade de São Paulo

Sua tese de Sociologia foi concluída em 1978 e debatia sobre a contribuição ao estudo do sistema de classificação dos tipos psicológicos no candomblé Ketu de Salvador.

Obras:

Os Dois Reis do Danxome: Varíola e Monarquia na África Ocidental 1650-1800
Os Nossos Antepassados eram Deuses, artigo, apresentado anteriormente como palestra, que enfoca a questão sempre delicada da sociedade brasileira em relação ao negro.






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