Título: O Quilombismo.
autor: Abdias do Nascimento
editora: Vozes
ano: 1980
descrição: Livro em bom estado, com 281 páginas, brochura original.
“Os afro-brasileiros sofreram nova decepção em seus sonhos quando constataram que até mesmo no crescente contexto industrial do País, especialmente em São Paulo, sua força de trabalho era rejeitada. Isto que chamam de acelerado progresso e expansão econômica brasileira não modifica sua condição, à margem do fluxo e refluxo da mão-de-obra. E para que assim permanecesse o negro um marginal, o governo e as classes dominantes estimularam e subsidiaram a imigração branco-européia que, além de preencher as necessidades de mão-de-obra, atendia simultaneamente à política explicita de embranquecer a população.”
“Em 22 de novembro de 1910 a Marinha de Guerra, sob o comando do marinheiro negro João Cândido, rebelou-se contra o governo do país . O objetivo imediato da revolta: a extinção do castigo, uma punição corporal remanescente do regime escravo”
“Durante a campanha abolicionista, dois negros se destacaram na defesa dos escravos: José do Patrocínio, filho de sacerdote católico com mulher negra. Nasceu em Campos, Estado do Rio de Janeiro ... transferiu-se para a antiga capital do pais, a cidade do Rio de Janeiro.... arena onde desenvolveu extraordinário trabalho jornalístico. O outro chamava-se Luis Gama, filho de africana livre e aristocrata português. Nasceu na Bahia e as oito anos foi vendido como escravo pelo próprio pai... para pagar divida de jogo.O menino Luis Gama embarcou com seu proprietário para São Paulo... conseguiu aprender a ler e escrever, estudou, libertou–se da escravidão e tornou-se brilhante advogado...Tudo que ganhava em sua banca de advogado, Luis Gama destinava à compra da liberdade dos seus irmãos de raça escravizados. Escreveu violenta poesia satirizando os negros e mulatos que tentam esconder ou negar sua origem africana, querendo passar por brancos... Cantou a beleza negra em termos altos e absolutos, muito antes que os poetas da chamada negritude o fizessem, ao evocar ternamente a imagem de sua mãe, Luísa Mahím, a quem jamais conseguiu tornar a ver.”
Livro pioneiro em vários sentidos, documenta a participação, pela primeira vez ocorrida, de um negro brasileiro aos foros internacionais pan-africanos. O texto se compõe dos discursos e ensaios - análises sócio-econômicas, políticas e culturais da experiência afro-brasileira - apresentados por Abdias Nascimento àquelas reuniões: o IV Congresso Pan-Africano (Dar-es-Salaam, 1974), o Encontro Sobre Alternativas do Mundo Africano (Dacar, 1976), Faculty Seminars na Universidade de Ifé (Ile-Ife,. 1976-1977), e I Congresso da Cultura Negra nas Américas (Cali, 1977).
"Os afro-brasileiros sofreram nova decepção em seus sonhos quando constataram que até mesmo no crescente contexto industrial do País, especialmente em São Paulo, sua força de trabalho era rejeitada. Isto que chamam de acelerado progresso e expansão econômica brasileira não modifica sua condição, à margem do fluxo e refluxo da mão-de-obra. E para que assim permanecesse o negro um marginal, o governo e as classes dominantes estimularam e subsidiaram a imigração branco-européia que, além de preencher as necessidades de mão-de-obra, atendia simultaneamente à política explicita de embranquecer a população."
"Em 22 de novembro de 1910 a Marinha de Guerra, sob o comando do marinheiro negro João Cândido, rebelou-se contra o governo do país . O objetivo imediato da revolta: a extinção do castigo, uma punição corporal remanescente do regime escravo"
Introdução à mistura ou massacre? - Ensaios desde dentro do genocídio de um povo negro (USA).
I Congresso das Culturas Negras das Américas Grupo D - Etnia e Mestiçagem.
Revolução cultural e futuro do pan-africanismo (Dar-es-Salaam, Tanzânia).
Cultura: uma unidade criativa. O exemplo de Palmares.
Língua: um obstáculo para a unidade; Brasil: de escravo a pátria.
Quilombos, insurreições e guerrilhas. Abolição de quem?
O negro heróico. O Teatro Experimental do Negro.
Auto-suficiência e cultura pan-africana. A respeito de ciência e tecnologia.
Considerações não-sistematizadas sobre arte, religião e cultura afro-brasileiras - Ile-Ife;
Primeira providência: apagar a memória do africano.
Catolicismo e religiões africanas. A destruição das línguas africanas.
O negro e os estudos lingüísticos. O negro no teatro brasileiro.
O embranquecimento compulsório como política oficial. Nota breve sobre a mulher negra (Dacar).
Escravidão e abuso sexual da mulher africana.Quilombismo: um conceito cientifico emergente do processo histórico-cultural das massas afro-brasileiras.
Memória: a antiguidade do saber negro-africano. Consciência negra e sentimento quilombista.
Quilombismo: um conceito cientifico histórico-social. A B C do quilombismo.
Alguns princípios e propósitos o quilombismo. Semana da Memória Afro-Brasileira.
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