23 de outubro de 2010

Poder Africano Ziegler - História Filosofia Crença Africana Alaketu Candomblé Africa Brasil Nagô Murundi Egun

Autor: Jean Zieglér

Título: O Poder Africano

Editora: Difusão Européia do Livro

Ano: 1972

Páginas: 228


Poder Africano Ziegler - História Filosofia Crença Africana Alaketu Candomblé Africa Brasil Nagô Murundi Egun

Livro em bom estado de conservação, com capa brochura original. Tradução Heloysa Lima Dantas. Escasso, não perca, saiba mias ...


O Poder Africano - Elementos de Uma Sociologia Política da África Negra e de sua Diáspora nas Américas.

A história multipla; Os reis errantes do Burundi; O poder dos Orixás; O tempo dos Africanos; A ideologia africana; sociedades históricas e sociedades sem história; O tempo e o Mito; O tempo e a morte; O tempo e o sonho; Os sistemas temporais africanos; O mistério do mundo; A descida dos deuses; A inserção-tempo; O espaço homogeneo; A sacerdotisa-rainha; A sucessão do Rei; As instituições do poder Real; etc ...


Com Bibliografia seletiva das obras referentes a diaspora africana do Brasil, Haiti, Venezuela e Cuba.

Com Bibliografia seletiva relativa aos reinos Batutsi.

Com calendário Murundi.

Com calendário Yorubá.

Com calendário Jukun (sociedade do norte Nigéria).

Muito interessante e erudito livro deste que é um dos mais profundos conhecedores dos assuntos relacionados a Africa, ainda vivo.

Repleto de histórias de muito interesse para o estudioso candomblecista, Ziégler manteve-se muito tempo no estudo aprofundado da Africa, compartilha portanto suas experiências sobre a religião dos Orixás colhidas oralmente pelo autor durante seus estudos no Brasil e na Africa.

O livro traz ainda uma muito interessante, quase desconhecida, história, -narrado ao autor por Vivaldo Costa em Salvador - sobre a ancestralidade biológica e cronologia iniciática do Alaketu, terreiro secularmente conhecido pelo zelo e pureza do culto aos Orixás, que inclui a própria Olga do Alaketu.

Um instrutivo texto sobre o culto Egun no Brasil, isto é, em Itaparica.


"Os reis errantes do Burundi, e as filhas-de-santo de Salvador, encarnam de fato dois extremos da experiência africana. contudo, a leitura das paisagens sociais murundi e alaketu desvenda o poder estruturador de uma mesma motivação. um tempo unitário e ciclico governa a atividade africana tanto na baia de Salvador quanto no espigão Congo/Nilo"

"Alguns dos nossos colegas - como E. Carneiro, Deoscoredes dos Santos, Milton Santos, Vivaldo da Costa Lima, Pierre Verger - são iniciados do candomblé. Seu estado e sua fé lhes conferem meios de percepção de que não dispõe o sociólogo ordinário. Seu saber, entretanto, deriva da fé. Para eles, a transubstancialidade dos Orixás constitui uma evidência intuitiva. Em outras palavras: ela traduz uma certeza subjetiva não demonstrável. Em outras palavras ainda: o argumento de Costa Lima, de Carneiro e Deoscoredes dos Santos situa-se além do estreito limite que separa a investigação racional da afirmação apodítica de uma fé experimentada".


Temos um vasto acervo sobre a bibliografia temática dessa área, saiba mais ...


Um clássico escasso da bibliografia temática africanista.

Temos um vasto acervo sobre a bibliografia temática afro-brasileira, religião dos orixás, candomblé, nagô, yorubá, jejê, angola, minas, bantu, capoeira, etc..., saiba mais, pergunte-nos.

"A filosofia do candomblé não é uma filosofia bárbara,e sim um pensamento sutil que ainda não foi decifrado"

Caso haja interesse em alguns dos nossos livros, ou em outro que não se encontre cadastrados ainda, pergunte-nos.

Visamos contribuir para a elaboração da bibliografia sobre a temática "Negro", sobretudo no Brasil.

Trabalhamos com o fornecimento de livros esgotados, raros, fora de comércio,recolhidos e outros sobre a temática afro-brasileira, caso queira é só nos contactar.

Abrangemos diversas áreas do conhecimento desde os orixás até Milton Santos o maior intelectual Negro do Século XX.

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22 de outubro de 2010

Arte África Obras Primas Museu Etnológico Berlin Arte Gelede; Yoruba; Angola; Chokwe; Luba; Benin; Tsonga; Bafum, etc














Arte da África: Obras Primas do Museu Etnológico de Berlin.

autor: Junge - Coletivo - Com Diversos Ensaios

editora: C C Banco Brasil

ano: 2003


Livro Raro, Arte, Religiosidade, Africa, etc ..., livro em muito bom estado de conservação,escasso, não perca, aproveite. Formato grande, com 351 páginas, fartamente ilustrado, edição em papel especial couché, uma preciosidade de livro.

Livro da exposição de grande sucesso que, após ser apresentada no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro seguiu para os CCBBs de Brasília e São Paulo, quase 300 objetos de uma das maiores e mais respeitadas coleções de arte africana do mundo, a do Museu Etnológico de Berlim. tesouros do século XV ao XX de 31 países da África, Congo, Camarões, Angola, Guiné-Bissau, Moçambique, Namíbia, Nigéria, Quênia e muitos outros.


Livro muito bem ilustrado e documentado sobre as artes africanas de nações que dificilmente teríamos acesso, mas que contribuíram e contribuem para a rede de ritos ancestrais africanos, com seus ritos, liturgias e mitos, sociedades muitas vezes secretas, etc ...

Com textos de Gilberto Gil; Peter -Klaus Schuter; Alfonsus Hug; Viola Konig; Peter Junge; Paola Ivanova; Alberto Costa e Silva; Wole Soyinka.

O museu Etnológico; Arte da africa; A invenção da "Cultura Tradicional"; Visão brasileira escultura africana; Lição do Balafo; Representação rosto humano Sul da Nigéria 1200-1900...

Arte Gelede; Yoruba; Angola; Chokwe; Luba; Benin; Tsonga; Bafum, etc


'A arte africana não é primitiva nem estática. Há peças datadas desde o século V a.C. atestando uma história da arte africana, mesmo que ainda não escrita por palavras. É certo que muitos dados estão irremediavelmente perdidos: objetos foram destruídos, queimados ou fragmentados ao gosto ocidental e moral cristã; ateliês renomados foram extintos e muitas produções interrompidas durante o período colonial na África (1894-c.1960). Mesmo assim, as peças dessa arte africana remanescente 'falam' de dentro de si e por si mesmas através de volumes, texturas e materiais; veiculam um discurso estruturado reservado aos anciãos, sábios e sacerdotes. Alguns artistas, como os do Reino de Benim, exerciam função de escriba, descrevendo a história do reino por meio de ícones figurativos em placas de latão que teriam recoberto as pilastras do palácio real.

O desenho de jóias e as texturas entalhadas na superfície de certos objetos da arte africana também constituem uma linguagem gráfica particular. São padrões e modelos sinalizando origem e identidade que aparecem também na arquitetura, na tecelagem ou na arte corporal. A arte africana é multivocal.

Por exemplo, o tratamento do penteado dado a estátuas e estatuetas pelos escultores revela, muitas vezes, o elaborado trançado do cabelo das pessoas, e, mesmo, a prática cultural, em algumas sociedades, da modelagem paulatina do crânio dos que tinham status (caso dos mangbetu, do ex-Congo Belga, atual República Democrática do Congo-RDC). É, para eles, ao mesmo tempo, expressão do belo. Atribuia-se significado até às matérias-primas empregadas na criação estética ? elas davam 'força' à obra, acrescida, por fim, quando ela ganhava um nome, uma destinação. Tornava-se, então, parte integrante da vida coletiva. Por isso, diz-se que a arte africana é uma 'arte funcional'.

A arte africana, porém, não é apenas 'religiosa' como se diz, mas sobretudo filosófica. A evocação dos mitos nas artes da África é um tributo às origens ? ao passado ?, com vistas à perpetuação ? no futuro ? da cultura, da sociedade, do território. E, assim, essas artes 'relatam' o tempo transcorrido; tocam no problema da espacialidade e da oralidade.

Muitas esculturas, como a máscara kpelié dos senufo que introduz este site, não é feita apenas para dançar, mas para celebrar mitos. A estatueta feminina que vai no alto do crânio da face esculpida de que se constitui essa máscara, parece estar gestando, prestes a dar à luz a um filho. O interessante é que, em muitos exemplares similares, essa forma superior da máscara kpeliénão é o de uma mulher, mas de um pássaro associado à origem dessa cultura. Ela, assim como outras criações estéticas da África, constela aspectos da existência e do cosmo, ou seja, tudo o que envolve a humanidade ? o Homem em sua interioridade sensorial e na sua relação com o mundo ao redor. E nisso, vemos também que a arte africana é dual.

Algumas peças da arte africana, como as impressionantes estátuas 'de pregos' dos bakongo, ou as dos basonge (ou ba-songye (ambas sociedades da R.D.Congo), são, na verdade, um conglomerado composto por uma figura humana de madeira e uma parafernália de outros materiais vegetais, minerais e animais. É uma clara alusão à consciência do Homem sobre a magnitude da Natureza e de sua relação intrínseca com ela.

Como frisa o antropólogo e vice-reitor do Centro de Estudos Africanos da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da USP, Kabengele Munanga, para várias culturas africanas o belo é justamente aquilo que funciona. Isso não significa que não exista preocupação com as formas e a maneira de se produzir os objetos. "Eles eram feitos por encomenda por pessoas iniciadas e que seguiam um conjunto de regras. Esses produtores conheciam os símbolos e a madeira que deveria ser utilizada", esclarece Munanga, que nasceu na República Democrática do Congo e há 28 anos mora no Brasil.


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Acaçá Pai Cido De Òsun Eyin Candomblé Yorubá Cozinha Orixás. Comida de santo. iyá bassê acaçá lubaça gembê amalá etc




Acaçá - Onde tudo começou.

Pai Cido de Òsun Eyin

Arx

2002


Livro em bom estado de conservação, uma pérola, muito escasso, aproveite.

Escrever um livro sobre comida que não fosse de culinária comum criou um problema para o babalorixá Cido de Òsun Eyin, baiano que mora em São Paulo desde os 20 anos.

Como fazê-lo?, perguntava-se o religioso, que pediu ajuda aos orixás. Dormiu um dia e sonhou com o acaçá, interpretando a história como "um recado de Oxóssi", o patrono do seu terreiro. Para quem não sabe ou não está lembrado, acaçá é aquele bolinho cremoso de milho branco enrolado na palha de bananeira, e que ainda pode ser encontrado à venda nas ruas da cidade.

Dentro do Candomblé, informa pai Cido, o acaçá é, simbolicamente, o alimento mais importante. Deve ser ofertado a todos os orixás, em todas as cerimônias, das mais simples às mais complexas, como as de iniciação e passagem. Pensando na iguaria como síntese da importância da comida para o povo de santo, ele chegou ao formato de Acaçá - Onde tudo começou, que traz o intertítulo Histórias, vivências e receitas das cozinhas de Candomblé (Arx).

"O acaçá é o símbolo de paz, a energia branca, remete ao princípio de todas as coisas, à criação", afirma pai Cido.

A partir desse conceito, o trabalho conseguiu mesmo fugir do formato clássico dos livros de receitas, dando um tratamento antropológico ao assunto. Escrito com a colaboração de Rodnei William Eugênio, sociólogo e filho-de-santo de pai Cido, a publicação procura mostrar a importância do alimento no cotidiano das casas de candomblé. O autor observa que a comida, diferentemente do que acontece em outras religiões, representa um elo fundamental entre os homens e as divindades.

"A comunhão se dá em termos reais e simbólicos, pois o mesmo caruru com arroz e galinha da terra que mata a fome dos homens, antes foi oferecido aos orixás, que a partir de então passam a dividir a mesa e a compartilhar da alegria de seus filhos", anota pai Cido. Comer da mesma comida ofertada a Oxum, Oxóssi e outros deuses seria, então, uma maneira de despertar o axé do orixá dentro de cada um de nós.

A primeira parte do livro dá uma geral nos elementos que cercam o ritual do preparo, destacando-se a ida aos mercados e a ação coletiva nas cozinhas. Segundo pai Cido, ingredientes, temperos e modos de preparar são fundamentais para alcançar os propósitos finais. O azeite-de-dendê, diz, assim como o mel e o sal, é uma espécie de sangue, imprescindível nos rituais de consagração. "Depois que fiz o santo, tenho me preocupado muito com a forma correta dos pratos. Vejo muita gente fazendo o acaçá de forma incorreta", diz.

Na seqüência, a publicação traz 18 capítulos, cada um dedicado a um orixá e os principais tipos de alimentos que costumam lhe serem servidos. O interessante é que o autor conseguiu fugir de uma abordagem simplista, falando de comida a partir da mitologia dos orixás e mostrando como os pratos podem variar de acordo com a cultura local. O inhame, por exemplo, está diretamente ligado a Ogum porque, na África, ele é fundamental, simboliza a fartura desejada pelo orixá guerreiro. É a base de muitos pratos naquele continente. No final do livro, um apêndice com algumas receitas e um pequeno glossário.

Fazer história - Acaçá - Onde tudo começou é o segundo livro de pai Cido, que anteriormente publicou o polêmico Candomblé: a panela do segredo. Dizendo que está interessado em fazer história e não em escrever livros, ele diz que não recebe nenhum elogio do povo do candomblé. "O candomblé só bate palmas para intelectuais", alfineta pai Cido, definindo-se como uma pessoa simples, mas que tem o que contar. "O intelectual tem a tese e eu vivo o Candomblé, eu sei fazer acaçá, acarajé e abará, sei como funciona, esta é minha vida", diz.

Comandando um terreiro na zona leste paulista, pai Cido de Òsun. "A cidade me abraçou e Oxum me deu tudo que tenho", diz ele.

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Aculturação Negra no Brasil. Arthur Ramos. Coleção Brasiliana vol. 224.




Aculturação Negra no Brasil.

Arthur Ramos.

Cia Editora Nacional - Col. Brasiliana número 224

1942



Brasiliana 224 - livro em brochura original, muito bom estado de conservação, 376 p., um clássico.

O estudo da aculturação é uma das conquistas da antropologia brasileira, principalmente em relação às culturas negras.
Na primeira parte, examinam-se vários aspectos da herança cultural do negro.
Na segunda parte, o problema da assimilação e da aculturação é examinado em seus vários aspectos.
No apêndice, inclui artigos e entrevistas do Brasil e do Exterior sobre os estudos negro-brasileiros e a escola de Nina Rodrigues.

A explicação geral de Arthur Ramos em relação à aculturação negra no Brasil tornou-se clássica no pensamento social brasileiro. Na África existiriam diversos grupos populacionais distintos, com organizações sociais e culturais próprias.

A maioria dos negros que vieram ao Brasil com o tráfico de escravos pertenceriam aos seguintes grupos populacionais e culturais:
a) Bantu (Angolas, Congos, Moçambiques); b) Sudanes (Yorubas, Ewes, Daomeianos e Fanti-Ashanti); c) Islamizados (Haussás, Tapas, Mandigas, Fulahs).

Quando chegaram ao Brasil cada um destes grupos foi alocado em uma região do país, reagindo de formas diferenciadas à escravidão...


Arthur Ramos de Araújo Pereira, N. Pilar, atual Manguaba/AL, 1903 e F. Paris/França, 1949.

Médico, livre-docente de clínica psiquiátrica da Faculdade de Medicina da Bahia professor de psicologia social da Universidade do Brasil, foi também catedrático de antropologia e etnografia da Faculdade Nacional de Filosofia.

Dedicou-se aos estudos de psicanálise e higiene mental e às pesquisas de religiões e folclore negro, tornando-se autoridade em africanologia.

Fundou, em 1941, a Sociedade Brasileira de Antropologia e Etnologia. Colaborou em diversas publicações especializadas, no Brasil e no exterior.

Era diretor do Departamento de Ciências Socias da Unesco quando morreu, aos 46 anos, de colapso cardíaco.

Sua obra, considerada sólida, básica e indispensável para o conhecimento da cultura negra no Brasil, compreende 458 trabalhos, entre livros, ensaios e artigos, nas áreas da psiquiatria e da antropologia, muitos deles traduzidos, catedrático de Antropologia e Etnografia da Faculdade Nacional de Filosofia. Pesquisou religiões e o folclore negro. Colaborou em revistas especializadas do Brasil, América e Europa. Era conhecido como uma das maiores autoridades em africanologia. Faleceu em Paris, em 1949.




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14 de outubro de 2010

A FOGUEIRA DE XANGÔ, O ORIXÁ DO FOGO José Flávio Pessoa Barros Candomblé Yorubá Nagô Ifá Ritos Africa Religião etc



A FOGUEIRA DE XANGÔ, O ORIXÁ DO FOGO: Uma introdução à música sacra afro-brasileira

José Flávio Pessoa de Barros.

Ed. Pallas

2005. 256p., ótimo estado, com o CD contendo os canticos dos Orixás africanos, escasso, não perca.

O olhar aguçado do antropólogo vai paulatinamente desvendando um dos fenômenos mais significativos da natureza humana – a religião. A fogueira de Xangô... orixá do fogo é a memória da África reelaborada no Brasil, com toda a sua beleza, vigor e emoção. O escritor, competente no seu ofício, possibilita ao leitor a reflexão e a vivência deste legado e patrimônio nacional. O caminho escolhido, o da musicalidade, tão expressiva nas religiões afro-brasileiras, é outro fator de encantamento. Os cânticos e as gravuras realçam a beleza deste ritual, e sua música é, pela primeira vez, apontada pelo autor como sacra, colocando-a no mesmo nível de outras tradições religiosas ocidentais. Além da metodologia adotada, da observação participante, a linguagem é utilizada com extrema clareza, permitindo a todos um maior acesso ao imaginário social do povo-de-santo. Da mesma forma que Henri Atlan aproxima linguagem e memória, Pessoa de Barros, percorrendo o mesmo caminho, traz intrigantes reflexões sobre a história das comunidades-terreiro. Seu livro permite uma maior compreensão dos vocábulos e insere informações que propiciam o resgate das memórias e do complexo simbólico, que envolve as diferentes religiosidades de matrizes africanas no Brasil.

01.Bata; 02.Alujá; 03.Tonibobé/Kakaká-Umbó; 04.Oba Kawabá; 05.Ó niiká, Ó niiká; 06.Oba irá l’oko; 07.Béè ni je; 08.E ní pá léèrin; 09.Imo wá; 10.Àwa Dupé; 11.A dúpé; 12.Fé lê; 13.Sángbá; 14.Óni Dada; 15.Dada má sokun; 16.Báyànni gidigidi; 17.Fura ti na; 18.Ibá Orisá; 19.Òrán in; 20.Oba Sérée la fèhinti; 21.Eye Kékéré; 22.Airá ójo; 23.A niwa Wure; 24.Olowó; 25.Omo asiko bere; 26. Ago l’óna e; 27.Oba ní sà; 28. Máà inón; 29.Aláàkóso; 30.A sín e doba àra; 31.Aira ó lê lê; 32.Airá ó, ore géde; 33.Gbáà yíì l’àse; 34.Sàngó e pa; 35.Fírì ínón; 36. Barú; 37. Àjàká; 38.Àjáká òkè; 39.Ò be ri ò; 40. Aé aé ó gbé lê; 41.Agonjú; 42.Káwòóo; 43.Oba sérée; 44.Kíni ba; 45.Áwúre lê; 46.Ó fi làbá; 47.Ó jigón; 48.E ki Yemonja; 49.Oba sà rewà; 50.Sòngó to; 51.Ké kikì; 52.Kàtà-Kàtà; 53.Ògúm ní; 54.E ka máà ro; 55.E iyá kékéré; 56.Yemonjá sàgbàwí; 57.Oya kooro; 58.Odò hó; 59.Dá ní a padá; 60.A ri ide; 61.òsun e lóòla; 62.Yèyé yé olóomi ó; 63.Ayaba balé; 64.Ìyá do sìn; 65.Igbá Ìyàwó; 66.Oba e’léékò; 67. Ìtí wéré; 68.Oní sé a àwúre; 69.Ajagùnnòn; 70.Òrìsà oore;

Denílson dos santos Silva, Luiz Gustavo da Conceição, Raimundo Santa Rosa, Uaraçari de C. Pinto: Atabaques Run, Rumpi, Lê e Agogô; Coro: Ana Moreno, Bete d’Oxum, Cláudia Moraes, Dil Fonseca, Marcos Sacramento, Marilza Torres, Marlene De Lufan; Solo Vocal: M. Lúcia da Silva;

O que dizer de uma obra perfeita? José Flávio Pessoa de Barros conseguiu fazer o que ninguém nunca quis ou conseguiu: dar a atenção devida e respeitosa para a música de terreiro, esta matriz importante de sentimentos e dimensões que geraram e guardaram a força do povo brasileiro, seja nas igualdades sociais, seja na origem das manifestações artísticas de nosso povo. Livro e disco são excelentes, surpreendentes e corretíssimos na história e na descrição de cantos e toques, seja na reprodução da língua, seja na transcrição das partituras.
No livro, o autor explicita os procedimentos para a festa em homenagem ao orixá Xangô em suas várias etapas: preparo, bebidas e pratos festivos, mitos, danças, cânticos, etc. No cd, a mágica de músicos excelentes, envolvidos com a proposta e com a espiritualidade. O autor percorreu vários terreiros do Rio de Janeiro e ao perceber a falta de registro sobre os fundamentos da doutrina, resolveu escrever esta obra.
O desvendamento da estética de uma cultura é tarefa extremamente sensível. Palavras não são suficientes para descrever certas realidades e aí o discurso cede lugar à sensibilidade para atingir seu objetivo: este livro/cd é um maravilhoso presente à história brasileira, do mundo e da arte. Obrigatório.

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9 de outubro de 2010

Africa - Mitologia Africana Geoffrey Parrinder











autor: Parrinder Geoffrey

título: Africa - Mitologia Africana

editora: Verbo Portugal

ano: 1987

Comentários: bom estado, capa dura, com sobre capa original, muito ilustrado,
Com índice, bibliografia e agradecimentos. Ilustrações, coloridas, preto&branco,mapas, livro escasso e de referencia, não perca, saiba mais.;

Alguns tópicos de que trata a obra:

O criador; Deus abandona o mundo; Os primeiros antepassados; O mistério da natividade;
As origens da morte; O mundo além; Deus e espíritos; Oráculos e advinhação;
Bruxas e monstros; Sociedades secretas e antepassados; Lendas da África; Fabulas de Animais;
etc...


Mponwe máscara ancestral feminino; Real cabaça de Camarões; Ibo tornozeleira de ouro; Kuduro caixa de Ashanti; Iorubá dança máscara pintada; Iorubá cabaça. Símbolo da vida e da eternidade;
Templo de Xangô, Ibadan; Iorubá culto ancestral máscara; Senufo figura passáro, culto aos Ancestrais; encosto de cabeça esculpida Luba. padrão masculino-feminino; Vaso Iorubá; Arte Fon, Bacota; Jejê, Dogon, Bantu, Douala, Nagô, ashanti; etc ...


Segundo Parrinder, a religião iorubá pode ser descrita como um triângulo: no vértice superior, sede de todas as forças, situa-se deus supremo. Nos dois lados descendentes residem as forças subordinadas, os deuses e os antepassados. Na base vivem as forças menores, relacionadas com a magia. Os seres humanos encontram-se no meio do triângulo e têm de viver em harmonia com todas as forças que afetam a sua vida.


Os mitos dos povos ao sul do Saara. O vasto continente da África contém muitos corpus diferentes de mito, decorrentes de varios povos, estruturas sociais e ambientes físico. A variedade é impressionante, e neste livro Geoffrey Parrinder dá um relato completo do Pensamento negro africano sobre a vida e crenças. Ele reconta as histórias que são ao mesmo tempo fascinante e estranhas para o ambiente do homem sem familiaridade. Com texto totalmente ilustrado de artefatos, arte africana e pinturas relacionadas com os mitos.



Na mitologia de qualquer continente sempre se distinguem os mitos principais e os
considerados de menor importância. Mitos há que são dominantes, mostrando o
caráter do pensamento religioso, enquanto os outros são menos centrais, repetitivos
e fantásticos. Deve ter-se sempre em conta todas estas espécies de mitos, pois é o
seu conjunto que indica os valores que unem uma determinada sociedade.




Conta um mito que, no princípio, o mundo era todo pantanoso e cheio de água, um lugar desperdiçado. Sobre ele, no Céu, estava Olorun que ali vivia com outras divindades. Os deuses vinham brincar nos pântanos, descendo em teias de aranha que se estendiam sobre grandes precipícios, como pontes etéreas. Nessa altura, ainda não havia homens, pois não existiam solos enxutos e sólidos. Um dia, Olorun chamou o chefe das divindades, O Grande Orixá (Obatalá), à sua presença e disse-lhe que pretendia criar terrenos sólidos, e que o encarregava desta tarefa. O Grande Orixá recebeu de Olorun uma casca de caracol cheia de terra solta, um pombo e uma galinha com cinco dedos. Desceu do Céu em teia de aranha e deitou a terra da casca sobre um pequeno espaço no pântano, em seguida, colocou o pombo e a galinha sobre a terra, que começaram a espalhar a terra imediatamente, até que se formasse terreno sólido. O local onde se iniciou a criação foi chamado Ifê, vasto em iorubá, mais tarde juntou-se a palavra Ilê, casa em iorubá, para mostrar que se tratava da habitação da qual todas as outras surgiram. Desde então, Ilê-Ifè passou a ser a cidade mais sagrada do povo iorubá. Obatalá também foi encarregado de plantar as árvores para dar, mais tarde, alimento para os homens que foram criados no Céu, sendo Obatalá confiado a modelálos em barro. A tarefa de dar a vida, porém, ficou reservada para Olorun.


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8 de outubro de 2010

Antonio Olinto Brasileiros na África



Brasileiros na África

Antonio Olinto

editora: Grd

ano: 1964

descrição: História do Brasil, Estudos Afro-Brasileiros, Livros Raros, Brochura, 287 pgs, Ilustrado; Livro que Ilustra as Relatos dos Brasileiros retornados á África ( Benin e Nigéria ), e suas influências na cultura africana; Ilustrado com fotos P&B; Bom estado.

Com apendice, com bibliografia, com ilustações. com mapas, Capa de Adir Botelho.

Interessante livro que narra as vivências de Antonio Olinto e Zora Seljan, dois dos maiores intelectuais bahianos em terras e culturas ancestrais da Africa, muito rico em diversos aspectos. Iperdível para quem se dedica aos estudos afro-brasileiros.


"No começo da década de 50, Pierre Verger, depois de larga temporada de pesquisa na Africa, chegava ao Brasil com uma gravação de conversas com brasileiros na Nigéria..."


"Ao visitar o templo de Oxum Miuá, nas margens do rio Oxum, lembreime da roça, como é carinhosamente chamado o Opô Afonjá de Xango... Fui encontrar na casa de do Ataojá (rei) de Oxogbô (cidade de Oxum), na região ocidental da Nigéria (Iorubalandia) , um abajur de contas do mar, disse-me o Ataojá que era presente de Senhora, levado por Pierre Verger..."


Antonio Olinto, membro da Academia Brasileira de Letras, compartilha suas memórias dos terreiros da Bahia. Olinto é um dos principais estudiosos da cultura africana, no Brasil. Obá de Xangô do Ilê Axé Opô Afonjá, ele revela momentos do convívio com a religião dos Orixás enriquecendo a cultura nacional. Junto com a esposa, Zora Seljan, trilhou por mais de 50 anos os caminhos dos orixás.


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Antonio Olyntho Marques da Rocha, 1919 nasceu em Ubá, estudou Filosofia e Teologia. Tendo desistido de ser padre, foi durante 10 anos professor de Latim, Português, História da Literatura, Francês, Inglês e História da Civilização, em colégios do Rio de Janeiro.

Suas grandes paixões são a música africana e a cultura africana.

Quando na África, descobriu a cultura negra no Brasil e a presença brasileira na África. Na Bahia, foi escolhido, juntamente com Jorge Amado, para ser Obá de Xangô, no candomblé do Ilê Axé Opô Afonjá.


Nomeado Adido Cultural em Lagos, Nigéria, pelo governo parlamentarista de 1962, em quase três anos de atividade, fez cerca de 120 conferências na África Ocidental, promoveu uma grande exposição de pintura brasileira sobre motivos afro-brasileiros, colaborou em revistas nigerianas, enfronhou-se nos assuntos de nova África independente e, como resultado, escreveu uma trilogia de romances - "A Casa da Água", "O Rei de Keto" e "Trono de Vidro" - hoje traduzidos para dezenove idiomas (inglês, italiano, francês, polonês, romeno, macedônio, croata, búlgaro, sueco, espanhol, alemão, holandês, ucraniano, japonês, coreano, galego, catalão, húngaro e árabe) e com mais de trinta edições fora do Brasil.

Seu livro "Brasileiros na África", de pesquisa e análise sobre o regresso dos ex-escravos brasileiros ao continente africano tem sido, desde sua publicação em 1964, motivo de teses, seminários e debates. De 1965 a 1967 foi Professor Visitante na Universidade de Columbia em Nova York, onde ministrou um curso sobre Ensaística Brasileira. Na mesma ocasião, fez conferências nas Universidades de Yale, Harvard, Howard, Indiana, Palo Alto, UCLA, Louisiana e Miami. Escreveu uma série de artigos sobre a Escandinávia, o Reino Unido e a França.


Conheceu, em 1955, a escritora e jornalista Zora Seljan, com quem se casou. A partir de então, os dois trabalharam juntos em atividades culturais e literárias. Quando Antonio Olinto foi crítico literário de "O Globo", Zora Seljan assinava a crítica de teatro no mesmo jornal, sendo que às vezes as duas colunas saiam lado a lado na página. Antes de os dois seguirem para a Nigeria, já Zora havia escrito a maioria de suas peças de teatro afro-brasileiras, das quais, mais tarde, em Londres, uma delas, "Exu, Cavalheiro da Encruzilhada" seria levada em inglês por um grupo de atores ingleses e americanos, sob a direção de Ray Shell que participara da produção de "Jesus Christ Superstar". Na Nigéria Zora Seljan foi leitora na Universidade de Lagos. De volta da África, Antonio Olinto publicaria um relato de sua missão ali, "Brasileiros na África", Zora Seljan lançaria dois livros: "A Educação da Nigéria" e "No Brasil ainda Tem Gente da Minha Cor?". Em 1973, os dois fundaram um jornal em Londres e em inglês, "The Brazilian Gazette", que vem existindo continuamente desde então.


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